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A Parábola do Joio e do Trigo



Ariel Telo

“Outra parábola propôs-lhes, dizendo: O Reino dos Céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Dormindo, porém, os homens, veio o seu inimigo e semeou joio no meio do trigo e partiu. Quando germinou o ramo e produziu fruto, então apareceu também o joio. Aproximando-se os servos do senhor da casa, disseram-lhe: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? De onde, portanto, terá vindo o joio? E ele lhes disse: Um homem inimigo fez isso; os servos lhe dizem: Sendo assim, queres que, após sair, o recolhamos? Ele, porém diz: Não; para que, ao recolher o joio, não desenraizeis junto com ele o trigo. Deixai crescer ambos juntos até a ceifa e, no tempo da ceifa, direi aos ceifeiros: Recolhei primeiro o joio e atai-o em molhos para os queimar; o trigo, porém, reuni no meu celeiro”. (Mateus 13: 24-30).

Tendo acabado de proferir a Parábola do Semeador, Cristo, de maneira inteligente, continuou a valer-se da mesma temática quando, em seguida, proclamou a Parábola do Joio e do Trigo, tratando, agora, da qualidade das sementes. Ensinou-nos que o Reino dos Céus é semelhante ao homem que semeou a boa semente no campo. No entanto, um inimigo, a fim de prejudicá-lo e, aproveitando-se de que os homens dormiam, semeou joio no meio do trigo e partiu.

O joio é uma erva daninha muito parecida com o trigo, cuja semelhança é tal que apenas pode-se distinguir um do outro com certa facilidade quando os frutos começam a surgir. Por essa razão foi que o senhor, na parábola, instruiu seus servos a aguardarem o tempo da ceifa para que o joio fosse efetivamente separado do trigo.

Nessa parábola, a boa semente continua sendo a Palavra de Deus. Ainda assim, por mais que Jesus nos tenha presenteado com as boas sementes e, por mais clara, pura e singela que seja a sua doutrina, ao ser concebida pelos homens, atraiu inimigos que tentam destruí-la, e interesseiros que se aproveitam dela, trazendo falsas interpretações e desvirtuando-a em sua essência, tal como o joio semeado no meio do trigo.

O joio representa, portanto, as más ideias, que se misturam, muitas vezes, com as boas. É o que fazem os homens com a sublime doutrina do Cristo, que, por ignorância ou má fé, tem sido usada, há muito, como pretexto para a desunião, manipulação de massas, guerras, opressão, entre outras perversidades, esquecendo-se dos princípios de amor e caridade estabelecidos pelo Mestre.

Importante ressaltar que, conforme vemos na parábola, o inimigo se aproveitou que os homens dormiam para semear o joio entre o trigo. Isso significa dizer que, quando o Homem está desatento e não vigia a si e a seus atos, abre-se o espaço necessário para que o mal se infiltre. Por isso nos recomendava o Cristo, incansavelmente, “orai e vigiai!”.

O Reino dos Céus, sob a ótica espírita, representa a evolução, a caminhada para o estágio de perfeição espiritual. Os ceifeiros representam Deus e os espíritos trabalhadores no bem, que selecionarão aqueles que derem bons frutos daqueles que não o fizerem, a fim de que sejam direcionados corretamente para o destino a que os competir. O fogo, ao qual o joio será lançado, representa não o inferno, mas, sim, as novas adversidades, provas e expiações que os espíritos tomados pelas más inclinações terão de enfrentar, para que seja deles arrancado todo o joio e permaneça somente o trigo.

Portanto, ainda que Deus nos tenha enviado Jesus para nos transmitir os seus sublimes ensinamentos, o mal ainda caminha no meio dos homens, uma vez que somos falhos em vigiar e em compreender as verdadeiras Leis de Deus. No entanto, Cristo, por meio dessa parábola, nos assegura que, no tempo certo, as más ideias serão totalmente aniquiladas, enquanto que as boas perdurarão, de forma que a transição da Terra para um planeta melhor – um planeta de regeneração – se concretizará, onde o bem finalmente prevalecerá sobre o mal.

Além disso, podemos interpretar o tempo da ceifa não só como nossa transição planetária, mas também como a transição da vida para a morte, ou melhor, do mundo material para o mundo espiritual, do encarne para o desencarne. É nessa ocasião que os espíritos serão julgados e selecionados, de acordo com as boas ou más ações que praticaram na Terra.

Os maus, representados pelo joio, “serão queimados”, ou seja, terão de passar por novas provas e novas expiações. Já os bons espíritos, representados pelo trigo, aqueles que se atentaram aos ensinamentos do Mestre e foram resignados ante os males dessa terra, cumprindo fielmente com sua missão, serão “reunidos no celeiro”, ou seja, receberão a recompensa pelos seus esforços e boas ações, dando um enorme passo rumo à perfeição.

Ademais, cabe relembrar que o joio se distingue do trigo principalmente por conta do seu fruto. Por essa razão, temos o dever moral de submetermos nossas ideias e tendências ao crivo da razão, do bom senso e da moral cristã, pois, conforme Jesus nos alertou, “não pode uma árvore boa dar maus frutos, ou uma árvore má dar bons frutos”. Devemos, pois, esforçarmo-nos para assimilar as boas ideias, bem como os ensinamentos do Mestre.

Ainda que, a princípio, algumas ideias boas e más se confundam – por conta da nossa falha capacidade de discernimento – tal como o trigo e o joio, com o tempo, poderemos distingui-las pelo teor de seus frutos, cabendo a nós, portanto, abdicar das práticas que não gerem bons resultados, a fim de que possamos nos dedicar às ações do trabalho no bem e na caridade, conforme Jesus nos ensinou.

Irmãos, já é chegado o tempo da ceifa! Que possamos nos assemelhar ao trigo, cultivando sempre as boas ideias, vigiando nossas ações, de modo que vivamos como Cristo nos instruiu. Dentre todas as sementes que recebamos, que possamos analisar os seus frutos e ceifar de nós aquelas que forem como o joio. Não há tempo a perder! Tenhamos fé, pois Jesus, nosso mestre, está no comando dessa santa colheita!

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