A Dificuldade do Perdão
É fato que estamos a milhares de anos encarnando e persistindo em nossos erros. De um panorama geral, a dificuldade de hoje, é na maioria das vezes, resultado do que semeamos em nosso passado, seja ele atual, ou de outras experiências. Por mais que já tenhamos evoluído e já tenha se passado várias encarnações, nossos erros virão à tona em algum momento, nesta ou em futuras existências para termos a chance de nos redimir com quem erramos.
O nosso fardo de hoje, muitas vezes, nos parece pesado e injusto. Em muitas situações podemos não entender o motivo de algo ocorrer pois “não merecemos” tal circunstância em nossa vida e esquecemos o quão justo é Deus e todas as suas leis. Independentemente do tamanho do mal feito a nós e do quão difícil pareça perdoar, devemos sempre nos lembrar que nossa vida não se resume a essa existência e que, muitas vezes, essa pendência com alguém pode vir de muitas encarnações anteriores. Como saber se não fomos nós que iniciamos esse ciclo de dor e mágoa ao qual estamos presos? Como saber se nós não causamos um mal muito maior para esse ser que hoje nos machuca?
Deus é tão justo e misericordioso que nos possibilita o esquecimento de outras vidas para que as lembranças dos males que causamos não ser um fardo e um empecilho para nossa evolução. Como também, para que as pessoas mais próximas a nós, pai, mãe, filhos, esposa, marido, não sofram com péssimas recordações nossas e vice versa. Se, muitas vezes, nossos familiares são as pessoas com quem mais temos dívidas para acertar, como uma mãe iria conseguir, por exemplo, perdoar um filho e ama-lo caso se recordasse que em uma encarnação passada, esse bebê tão querido e amado fosse o responsável pela sua morte?
Tendo em vista o quão bondoso Deus é conosco, devemos colocar o nosso amor em pratica e conseguir nos desfazer de mágoas com as pessoas que hoje, podem ter a oportunidade de resgatar as dívidas que causamos. Você pode pensar, que para quem escreve, soa fácil algo assim, porém, todos nós temos nossas cruzes para carregar e além delas, somos os únicos responsáveis por nossa evolução. Porém, como é dito em Matheus, 5:7 “Bem aventurados aqueles que são misericordiosos, porque eles próprios obterão misericórdia” e mesmo essa lição sendo impossível aos nossos olhos, devemos encher nosso coração de amor e brandura para dar o perdão até para aqueles que tanto persistem nos mesmos erros e nas mesmas falhas, pois Jesus nos ensina a misericórdia não deve ser ter limites, quando diz para perdoar ao seu irmão não sete vezes, mas setenta vezes sete.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capitulo 10, na passagem que segue o nome de ‘Perdoai para que Deus vos Perdoe’ é explicado sobre o verdadeiro perdão, o que amansa nosso coração e nos deixa mais leve.
“Mas há duas maneiras bem diferentes de perdoar. Uma é grande nobre, verdadeiramente generosa, sem segunda intenção, tratando com delicadeza o amor próprio e a suscetibilidade do adversário, mesmo quando a culpa foi inteiramente dele. A outra é quando o ofendido, ou aquele que assim se julga, impõe condições humilhantes ao adversário, fazendo-o sentir o peso de um perdão que irrita, em vez de acalmar. Se estender a mão, não é por benevolência, mas por ostentação, a fim de poder dizer a todos: Vede quanto sou generoso!
Nessas circunstâncias, é impossível que a reconciliação seja sincera, de uma e de outra parte. Não, isso não é generosidade, mas apenas uma maneira de satisfazer o orgulho. Em todas as contendas, aquele que se mostra mais conciliador, que revela mais desinteresse próprio, mais caridade e verdadeira grandeza de alma, conquistará sempre a simpatia das pessoas imparciais.”
Na dificuldade é que encontramos a chance de evoluir, então devemos ter em nossos corações o entendimento que, por mais difícil e dolorosa que seja essa lição, que possamos trabalhar ela em nosso íntimo para com o nosso próximo. Que o perdão, se torne um hábito diário de desapego da dor que nos aflige.
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