A Inexplicável Vontade de Fuga do Mundo

Aryanne Karine
Imensuráveis são os artigos, religiosos e científicos, publicados sobre a depressão, e com uma busca rápida na internet, esse meio que tanto nos aproxima e distancia ao mesmo tempo, podemos compreender os seus estágios, os inúmeros tratamentos oferecidos para este problema, que é denominado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimento de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite.
Para a ciência é ainda difícil precisar causas e um tratamento efetivo para tal transtorno, pois a depressão, é uma doença do espírito, que pode carregar este problema por motivos diversos, sendo impossível precisar uma causa única.
Como mencionado anteriormente, existem vários estudos e artigos já abordando este tema, com leituras de fácil e difícil compreensão, dependendo do termo técnico que este assunto é tratado. Esta nossa leitura não vem para identificar culpados, mas talvez, com o intuito de aliviar a alma de quem se sente incompreendido no mundo, achando estar só, mas sem saber que inúmeras pessoas passam pelos mesmos problemas diariamente.
Sabemos que a depressão pode ser ocasionada por algum incidente que seja a causa de uma enorme dor, nos levando a uma tristeza profunda, deixando-nos em ondas vibratórias tão ruins, que atraem espíritos que se alimentam de toda essa dor que sentimos, transformando isso, em um ciclo cada vez mais difícil de ser quebrado. Mas o que acontece então, quando, com uma vida estável, que ao analisar é somente motivo de alegrias e, mesmo assim, no nosso âmbito interno, a única vontade que temos é de sumir?
Fazendo uma rasa abordagem sobre os pretextos espirituais da depressão, podemos encontrar uma forte obsessão de maus que causamos em outras existências para com nosso irmão e semelhante, tendo isso, inúmeras razões, onde não podemos nem imaginar o motivo que ligaria um espírito com tamanha sede de vingança, sendo permito por Deus e sua piedosa lei de Causa e Efeito, que tomamos como explicação a narrativa de Paulo de Tarso quando disse “Tudo é permitido, mas nem tudo convém. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica”. O mau que causamos hoje ao nosso próximo, nos será cobrado posteriormente, assim como o bem que plantamos, será nossa colheita futura.
Envoltos do véu do esquecimento, jamais podemos imaginar as barbáries que já cometemos em pretéritas vidas, onde devemos sempre nos lembrar que estamos em uma estrada caminhando à frente, para um caminho de evolução, e por mais que nos afastemos desse caminho, jamais regredimos, podemos estagnar e nos manter na mesma elevação durante séculos e muitas vidas, porém não podemos regredir, o que nos explica, como podemos ter devedores de outras experiências, mesmo nessa vida seguindo por um caminho bondoso. Por mais injusto que possa parecer ser, não ter a lembrança dos males causados, mesmo assim ser cobrado pela espiritualidade, que convenhamos, torna essa luta injusta, como um cego indo para um ringue com alguém com perfeita visão, ainda sim, Deus é misericordiosos, pois o fardo que carregaríamos de culpas, poderia nos tirar de nosso percurso de evolução.
Não nos atentando ao fato de talvez carregarmos inimigos de outras vidas, dos quais não temos nem como precisar, e nem deveríamos, pois, o caminho é para frente, com o intuito de melhorar nossos pensamentos e atitudes para, com o passar do tempo, estarmos sim próximos a Jesus, num caráter de progresso e não apenas ao lado repousando, viemos abordar neste artigo a inexplicável vontade de sumir do mundo. Aquela que começa sem motivo nenhum, que tem início em um cansaço, um desânimo, um tédio, em uma centena de dúvidas existenciais, mas que sempre nos colocam em um estágio vibracional inferior.
Para quem não vivenciou esse sentimento de fuga, talvez não consiga compreender como isto ocorre, por ser tão difícil de expressar em palavras o sentimento de entrega perante a tudo, onde a pessoa sente uma enorme vontade de se deixar levar pela maré, e mesmo que saiba que é preciso reagir, se deixar levar pela correnteza parece ser o ideal. Não é exatamente sobre os pensamentos que estas pessoas carregam, mas sobre a sensação de abandonar o barco porque ele está pesado demais, mesmo que muitas vezes não esteja. Mesmo que ao redor só se tenha motivos para sorrir olhando de um panorama geral, é como se esse turbilhão de sensações fosse uma onda, que veio do nada, e leva a pessoa para o fundo, onde a pessoa pode se reerguer e ir à superfície, ou então soltar os braços e afundar ainda mais.
Pode parecer estranho para quem nunca viveu ou teve alguém passando por tal situação, aceitar o fato que, por mais perfeita que a vida de nosso semelhante possa parecer, sempre carregamos marcas de um passado do qual não lembramos, mas ele ali está. O sentimento descrito acima pode acontecer com pessoas ao seu redor e você nem se dar conta, pode acontecer com você e você nem entender a razão disso, por não ter motivos para pensar assim, o que torna tudo ainda mais confuso e pior.
Alguns podem denominar essa vontade como fuga, mas caro leitor, a fuga na verdade não passa de uma vontade de abandonar esta existência, o que poderíamos chamar de morte, porém, não significa que em todos os casos a pessoa tenha a vontade de morrer, mas o que se torna comum nessa narrativa anterior. E mesmo que a vida aparente realizações e dê motivos contrários para tal sentimento, mesmo que a pessoa tenha uma família exemplar, um trabalho estável e seja realizada, os fragmentos que a pessoa carrega de existências pretéritas é uma explicação que podemos dar em casos como estes.
Pessoas com tais sintomas, se não obsidiadas por espíritos que vieram cobrar os seus débitos, podem carregar o que podemos definir como ‘tendência suicida’, onde em muitas outras experiências, podem ter tomado o caminho de fuga (leia-se suicídio) para dar fim a sua dor, às vezes vidas após vidas, ficando isso ainda muito impregnado em seu subconsciente e fazendo com que, ao estar em um momento de confusão e acometido por tal sensação, baixe a sua vibração e seja alcançado por espíritos com a mesma sintonia, tornando a sensação ainda maior e, se não conter um esforço para sair deste estado, vai tornando o caso ainda pior, podendo levar a uma depressão.
Se hoje estamos aqui encarnados é justamente para curar nossas falhas e prosseguir firme na nossa reforma íntima que mudará nossos atos e, com isso, fará com que prosseguimos em um caminho de evolução. Para se manter firme nesse propósito, podemos afirmar com exatidão, que a solução para essa ilusória sensação de fuga dos problemas, pois eles nunca fogem, a morte torna-os ainda mais evidentes, com ainda mais espíritos nos cobrando por nossos erros, é a caridade.
A caridade é a cura para todos os males terrenos, quando curamos a dor do nosso próximo, nossa dor também se vai, quando estendemos a mão ao próximo, quando pensamos no bem que podemos fazer para ajudar uma pessoa que está precisando de algum apoio, deixamos nossos problemas para depois, independente se pequenos ou não, para fazer o nosso melhor para um semelhante. Foi isso que Jesus veio nos ensinar, o amor que ele tanto pregou não estavam apenas em suas palavras, mas em suas ações. Ele não estava pregando em sinagogas ou em templos, ele ia atrás de quem precisava de suas palavras, de seu amor. Cristo nos mostrou que amar ao próximo não era falar palavras bonitas de compaixão, era diminuir-se para o próximo, era carregar em si a humildade que só um espírito tão evoluído como ele, conseguiu ter, onde em momento de tamanha dor física, pediu a Deus o perdão para os meros mortais que não aceitaram o seu amor.
Todos somos úteis de alguma maneira para alguém, e se talvez você acredite que não, possa procurar alguma instituição que precise de voluntários para um trabalho no bem. Assim como a baixa vibração atrai espíritos inferiores, o trabalho no bem atrais espíritos dispostos a nos ajudar em nossa jornada, nos aproximando ainda mais da espiritualidade e tornando a nossa caminhada mais fácil. Cure o seu mal curando o próximo, pois já dizia Allan Kardec,
“Fora da caridade não há salvação”
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