A Institucionalização da Fé

Por: Fernanda Oliveira

“ O Espiritismo é uma questão de fundo e não de forma.”

Allan Kardec

Institucionalizar segundo a definição do dicionário é a ação de passar a pertencer, de fazer parte de uma instituição ou de uma organização. A institucionalização constitui-se da dogmatização das ideias e ritualização das práticas. Os padrões e a disciplina, o preparo e o estudo são úteis até o ponto em que não cerceiam a capacidade de criar seus métodos e caminhos.

Para fazer e praticar o bem não é necessário como condição que se faça um curso, que se siga regras e horários.

Fé é uma palavra que significa esperança, confiança, é uma convicção intensa, é a coragem de acreditar. O agir dessa fé em nossas vidas é a confiança que se tem na realização de uma coisa e a certeza de atingir determinado fim. É a vontade de melhorar, a mentalidade de vencedor apoiada na paciência e calma.

Temos que ter fé, só que uma fé sincera e verdadeira, baseada na veracidade, nos fatos e na lógica. Uma fé que acreditamos porque temos certeza e compreendemos. A fé verdadeira produtiva que transporta montanhas.

A fé associada ao agir e a disciplina é o despertar de todos os instintos nobres que condizem o homem ao bem. A fé é assinatura de Deus na nossa existência.

Os cursos e estudos elucidam os indivíduos, mas está no próprio ser, a capacidade de praticar o que aprendeu. A Doutrina Espírita procura ser simples e acessível para todos e é importante desapegar-se de rótulos, convenções e burocracias. O espiritismo não forma e não deve formar classe distinta, uma vez que se dirige a todo mundo. O desejo de fazer da doutrina espírita uma elaboração refinada com etiquetas, regras, práticas e rituais espirituais, exigências protocolares não pode deve ser mantido já que Kardec enfatizou em O Livro dos Médiuns a orientação da pratica mediúnica sem qualquer tempo ou lugar sem a tutela de instituições; sem ideologias ou dependências.

Assim com a fé também não pode e não deve ser irracional, sem fundamentos e deve ser vivida de forma saudável, os pensamentos e atitudes devem ser baseados no conhecimento, no amor, na humildade, caridade, tolerância e paciência.

Somos todos obras de Deus, atos de fé não podem ser oficializados, engessados – o objetivo é fazer o bem, dar importância as coisas que Jesus ensinou, com palavras e ações.

A vida na Terra abrange uma série de ações que precisam ser pautadas no amor. Precisamos entender que o objetivo são as pessoas e não a instituição. As instituições deveriam existir para servir os indivíduos e não burocratizar a relação do ser humano e a sua fé.

As ações de mudanças são urgentes, precisamos seguir os passos de Jesus na busca de construir um planeta onde o bem prevalecerá e os interesses espirituais estarão acima dos materiais. É preciso fortalecer o espírito diariamente, livre das formalidades, das agendas, regras, titularidades, etc.

A fé racional nos leva a emancipação. A pratica espírita deve ser livre de qualquer amarara, pois deve capacitar o ser humano a refletir, a usar a razão tanto o quanto possível, convidá-lo a ter controle sobre si mesmo, sobre a própria mente, transformando aquilo que lhe traz sofrimento, estimulando-o a renovar valores, pensamentos e sentimentos.

As maiores conquistas da humanidade serão as vitorias morais de cada indivíduo. A esperança e a caridade são uma consequência da fé. Espiritismo é um trabalho de ciência e filosofia empreendido por Kardec para evolução e crescimento.

A fé sincera é arrebatadora e contagiosa; ela se comunica com aqueles que não tinham, ou mesmo não a queriam ter, a encontrar palavras que vão à alma.

A fé só é sustentável se for inteligente. O nosso agir é essencial para a realização dos nossos planos; não basta somente ter fé inabalável, é imprescindível arar e fazer para que se efetive a concretização das nossas metas.

Vamos caminhando com muita fé e com muitas energias positivas.

“A fé não move montanhas; a fé nos faz escalá-las" - Leon Tolstoi

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