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A Transexualidade explicada pelo Espiritismo






Publicado na gazeta digital KARDEC PONTO COM, de outubro 2017 (João Pessoa, PB)

Menino ou menina? É a pergunta mais comum que se ouve quando a mulher gestante faz o exame de ultrassonografia para saber como está o desenvolvimento fetal do ser que está para reencarnar no planeta Terra.

O exame, neste século de tantas transformações surpreendentes, perde natural credibilidade quando o menino nasce “macho”, mas com o passar do tempo assume uma personalidade feminina; e, quando adulto, recorre a todos os meios da ciência médica para transpor a fronteira de transição que o seu psiquismo espiritual de “fêmea” determina.

Preconceito e ignorância estão levando muita gente achar que tudo isso não passa de uma postura equivocada dos espíritos que estão reencarnando na Terra com propósito de promover confusão no meio da coletividade humana. Esses espíritos estão retornando ao plano material com uma tarefa dificílima que é de submeter-se a um processo de definição de identidade sexual dentro de uma sociedade “machista, castradora e transfóbica”.

Segundo o autor do livro “Transsexualidade sob a Ótica do Espírito Imortal”, Andrei Moreira, quando o espírito se reveste de um corpo de um sexo e a sua identidade é a do sexo oposto, dizemos que ele é transsexual, que é diferente do homossexual.

Em Ivana, personagem da excelente atriz Carol Duarte, na novela "A Força do Querer", da TV Globo, a autora canalizou conflitos íntimos que a levarão lutar para se identificar, se assumir e se relacionar como pessoa trans, seja consigo mesma, com a família e com a sociedade.

A arguta autora Glória Perez mostra na ficção o que já vem ocorrendo na realidade com milhares de pessoas que estão passando pela mesma experiência de transformação. Uma experiência nada fácil e bastante penosa para o espírito que, mesmo nascido em um corpo feminino, se sente do sexo masculino tamanha a força influenciadora do seu psiquismo na definição sexual ainda confusa e desarmonizada.

Alguns espíritas já se manifestaram sobre o polêmico assunto, fundamentando seus argumentos em uma abordagem superficial e discriminatória, embasados no indigesto preconceito judaico-cristão ocidental de que a única e exclusiva função da sexualidade é a procriação humana.

Enfatiza o médico homeopata Andrei Moreira (da AME Minas Gerais) que o Espiritismo é uma doutrina livre e libertária, compromissada com o entendimento da natureza íntima do ser humano e o seu progresso espiritual. Ela nos dá bases muito ricas de entendimento do psiquismo e da sexualidade do espírito imortal, como instrumento divinos oferecidos por Deus ao homem para o seu aprimoramento e felicidade.

Analisar a conduta e o comportamento dos transsexuais como “aberração da natureza” é, no mínimo, uma declaração de estúpida ignorância de quem se acha moralmente capacitado para julgar dessa maneira quem quer que seja.

Infelizmente, ainda se observa uma dissimulada convivência com os homossexuais no movimento espírita brasileiro, com opiniões que acabam isolando homens e mulheres apontados como “criaturas portadoras de grave e infeciosa moléstia”. Essa postura deve ser reprovada por qualquer segmento religioso ainda profundamente marcado por preconceitos seculares. Todos nós - heterossexuais, homossexuais ou transsexuais - somos criaturas iguais perante o olhar misericordioso do Supremo Criador da Vida em todo o Universo.

Estamos todos no campo da materialidade humana para cumprir planos de trabalhos específicos, dentro de um processo reencarnatório programado que nos possibilitará crescer social, ética, moral e espiritualmente, em meio às transformações contundentes a que estamos sujeitos em um mundo de provas e expiações dolorosas, como o que estamos vivendo na presente jornada.

Finalizo este artigo fazendo minhas as palavras do médico e escritor Andrei Moreira: “O acolhimento amoroso da família é fundamental para o espírito reencarnado - seja ele homossexual ou transsexual - possa se aceitar, se compreender entendendo o papel dessa condição em sua atual existência. E para que se sinta digno e responsável perante suas escolhas”.

E conclui: “A luta para aqueles que vivem essa condição é grande. Todavia, devem afirmar a sua autoestima em uma sociedade que, lamentavelmente, banaliza a condição sexual e vulgariza a diferença”.

Graças aos ensinamentos morais de Jesus e das obras básicas da veneranda Doutrina dos Espíritos, eu já me desfiz das pedras do preconceito há bastante tempo.

E você, o que anda fazendo de suas pedras da transfobia?

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