A Escolha da Profissão Segundo o Espiritismo

Victor Hugo Freitas
Você já parou para pensar porque gosta tanto de fazer o que faz? Foi alguém que te influenciou ou simplesmente você nasceu para fazer isso? De repente, você se sente que só sabe fazer isso e que fazê-lo é tão prazeroso. Todos nós precisamos trabalhar. Sim, temos nossas responsabilidades financeiras, precisamos do dinheiro como moeda de troca se observado de forma bem simplista. E sempre lembramos um ditado que diz que o trabalho enobrece o Homem (esse com H maiúsculo de Humanidade). Também sabemos que o trabalho enobrece a alma.
Muitas pessoas já demonstram, logo cedo, ainda na primeira infância, o dom a que vieram. Soa tão natural que chamamos de vocação. Na questão 928 de O Livro dos Espíritos (Allan Kardec, 1857), CAPÍTULO I - DAS PENAS E GOZOS TERRESTRES - Felicidade e infelicidade relativas, ele questiona:
928. Evidentemente, por meio da especialidade das aptidões naturais, Deus indica a nossa vocação neste mundo. Muitos dos nossos males não advirão de não seguirmos essa vocação?
“Assim é, de fato, e muitas vezes são os pais que, por orgulho ou avareza, desviam seus filhos da senda que a Natureza lhes traçou, comprometendo-lhes a felicidade, por efeito desse desvio. Responderão por ele”
a) - Acharíeis então justo que o filho de um homem altamente colocado na sociedade fabricasse tamancos, por exemplo, desde que para isso tivesse aptidão?
“Cumpre não cair no absurdo, nem exagerar coisa alguma: a civilização tem suas exigências. Por que haveria de fabricar tamancos o filho de um homem altamente colocado, como dizes, se pode fazer outra coisa? Poderá sempre tornar-se útil na medida de suas faculdades, desde que não as aplique às avessas. Assim, por exemplo, em vez de mau advogado, talvez desse bom mecânico, etc.”
É muito comum a situação onde pais médicos, engenheiros ou de outras profissões bem quistas na sociedade forçam seus filhos a seguirem suas profissões, seja por status ou por dinheiro que esta profissão possa trazer. Muitos filhos relutam e demoram por seguir seu próprio caminho. Outros seguem os conselhos do pai, mas são infelizes ou até lhes falta á devida competência que a profissão exige.
A Doutrina Espírita nos revela que há Espíritos que planejam meticulosamente as atividades, experiências que pretendem desenvolver no plano físico. Meninas brincando de professora com toda atenção. Meninos que querem consertar tudo, já sabem onde devem ir. Em todos os planos espirituais, há escolas. A educação é o maior de todos os recursos da esfera evolutiva. A Cidade Nosso Lar, segundo ditado por André Luiz na psicografia de Chico Xavier, os Espíritos são preparados para a reencarnação.
Neste processo, vários aspectos são planejados, entre eles o da profissão. É tudo tão bem planejado, pensado que atributos físicos são designados conforme a profissão. Um médico precisa ter precisão, o músico precisa ter um dom de treinar seus ouvidos para afinar os instrumentos musicais, aos trabalhadores braçais, braços e mãos fortes. Ao professor, o dom da paciência, da sapiência.
Mas nem todos parecem saber o que serão quando crescer. É muito comum jovens em idades para iniciar a vida adulta e, consequentemente, a vida laboral, não saberem o que querem. E por que isso acontece? São espíritos que reencarnaram sem planejamento prévio. E isso não é ruim porque ao longo do tempo, por afinidade, tendências do mundo onde vivem, desejos e experiências anteriores ou de outras vidas, esses seres irão desempenhar seu papel na sociedade.
Em alguns estudos da doutrina, é questionado se o indivíduo que tem um planejamento prévio não possui de certa forma um privilégio aos demais que não têm. Porém, o que resulta na qualidade do serviço feito é o esforço, a dedicação, a vontade de crescer, evoluir e vencer. Se você colocar amor no que faz, você fará de forma leve, natural e o resultado será incrível.
Precisamos ter a consciência de que todo trabalho ou profissão, sem exceção, é importante. E fazer o que não gosta visando apenas o retorno financeiro é um erro cada vez mais comum. Por isso, há muitos profissionais infelizes.
A doutrina dos espíritos sempre nos lembra que temos um propósito, um bem maior, uma missão nas nossas reencarnações e a profissão desempenha um papel muito importante nessa escala da evolução. Temos nosso livre arbítrio e escolhemos se iremos cumprir o que foi programado no plano espiritual.
“Escolha um trabalho que você ama e você nunca terá que trabalhar um dia.”
(Confúcio – filósofo chinês)

REFERÊNCIA
KARDEC, Allan. O Livro dos espíritos. FEB, Rio de Janeiro. Edição em formato digital.
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