Como Perdoar um Assassino sob uma Ótica Espírita

Julia Thaís Porciúncula Serra
746. É crime aos olhos de Deus o assassínio?
“Grande crime, pois que aquele que tira a vida ao seu semelhante corta o fio de uma existência de expiação ou de missão. Aí é que está o mal”.
Em meio a tantos erros imperdoáveis, eu sei que você acha que é difícil perdoar um assassino. Que tipo de assassino? Quem ele matou? O que ele fez? Será que ele realmente se arrependeu? E você?
Precisamos analisar três situações: Deus te perdoando, você se perdoando e quando alguém nos perdoa. Será que é possível você perdoar alguém agora?
Primeiro precisamos levar em consideração que o que Deus perdoa são as nossas intenções, mais que as nossas ações. Se o assassino realmente se arrependeu e se sentiu mal por isso, é possível perdoar, já que as Leis Espirituais permitem que vivamos a mesma situação diversas vezes. Então, poderia ser você no lugar julgado, ou alguém que outrora você criou laços afetivos muito forte. Como saber diferenciar o bem do mal? Em O Livro dos Espíritos, são analisadas as seguintes questões:
636. São absolutos, para todos os homens, o bem e o mal?
“A lei de Deus é a mesma para todos; porém, o mal depende principalmente da vontade que se tenha de o praticar. O bem é sempre o bem e o mal sempre o mal, qualquer que seja a posição do homem. Diferença só há quanto ao grau da responsabilidade”.
631. Tem meios o homem de distinguir por si mesmo o que é bem do que é mal?
“Sim, quando crê em Deus e o quer saber. Deus lhe deu a inteligência para distinguir um do outro”.
A Lei de Deus funciona da mesma forma para todos os indivíduos, principalmente quando há sentimento de arrependimento sobre a ação de assassínio. Quando o Espírito consegue rever seus atos e se sentir arrependido sobre tudo que praticou, o perdão se torna válido.
Mas, quando não há resquícios de arrependimento, o assassino terá que ter sua consequência, sempre de acordo com a Lei de Deus.
747. É sempre do mesmo grau a culpabilidade em todos os casos de assassínio?
“Já o temos dito: Deus é justo, julga mais pela intenção do que pelo fato”.
A Lei de Deus nunca falha ou é injusta com os indivíduos, sempre cauteloso com cada reação que um Espírito precisa arcar. Dessa forma, quando o assassino se arrepende, Deus julga sua intenção e então decreta qual consequência terá que sofrer. Caso contrário, Deus julga de acordo com a necessidade.
Por isso, como somos seres imperfeitos, que estivemos em posições diferentes no passado, precisamos refletir sobre empatia e amor com o próximo, para aprender a perdoar.
É necessário deixar claro sobre o equívoco que há na palavra “amar”. É verdade, que não podemos amar os nossos inimigos como amamos os nossos amigos. Em algumas situações, porém, é preciso perdoar e ter compaixão para com ele, já que o mesmo irá enfrentar suas batalhas e pagar por suas ações.
Então, vale lembrar, que na frase “amar os nossos inimigos como os nossos amigos”, significa que você precisa ter a mesma compaixão para com os dois, que você possa apenas perdoar e a ter empatia. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, temos as seguintes questões: