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CORRUPÇÃO O MAL DO SÉCULO


Rafael Fernandes


"Não torcerás a justiça, não farás acepção de pessoas, nem tomarás suborno; porquanto o suborno cega os olhos dos sábios e subverte a causa dos justos. Segue a justiça, e só a justiça, para que vivas e possuas a terra que o Senhor teu Deus te dá” (Deuteronômio 16:19-20).



Encontramos na reencarnação uma oportunidade para contemplar umas das mais perfeitas obras divinas, sob o impacto do progresso, observando que no bojo das tempestades surge a presença do trabalho renovador.


Ao passo que os desafios que nos são impostos desde o estágio da célula-ovo ou zigoto, passando pelo nascimento com a exteriorização do ser bem estruturado através das estruturas que compõe o ventre materno, chegando na fase da infância, da adolescência até que atinge a idade adulta, pronto para responder pelos seus feitos.


A educação durante a infância por parte daqueles que receberam essa missão, exerce um papel fundamental na formação humana da liberdade. É de fundamental importância para aprender a governar-se, a conduzir-se como ser consciente, racional e de maneira reta. Aprendendo a entrar na vida armado não apenas para a luta material, mas, primordialmente para a luta moral, buscando assim desenvolver enfaticamente mais as virtudes do próprio ser.


Desde a infância, a criança aprende a chantagear os pais pra fazer com que uma determinada situação seja passível de diálogo, e assim os pais possam barganhar atingindo o seu objetivo. Nesse momento oportuno de sua vida se faz necessário a correção dessa rota. Pois desprovida de princípios elevados, ignorando o alvo da existência, ela, no dia em que penetrar na vida pública, estará suscetível a todas as ciladas, a todos os arrebatamentos das paixões, de maneira sensual e corrompido.


Em o Livro dos Espíritos nas questões 630 e 631 os espíritos de luz nos esclarecem sobre como distinguir o bem e o mal:


“O bem é tudo aquilo que está conforme a lei de Deus e o mal tudo aquilo que dela se afasta ao infringi-la. O homem pode distingui-los quando crê em Deus e o quer saber. Deus deu-lhe a inteligência para tal fim.” Lembremo-nos que cada um que vemos coabitar esta vida traz consigo seus defeitos que lhes são inerentes, é nosso dever reconhecê-los para serem vencidos. Para isso contamos com um grandioso apoio e parceria daqueles que foram designados para serem os nossos pais e nossas mães, os quais ajudarão aniquilar as más tendências e a desenvolver as que edificam a alma.


Os Espíritos foram criados simples e ignorantes por Deus, e ele deixou ao homem a escolha do seu caminho. Sendo necessário que existam obstáculos para que se possa conhecer o bem e o mal, e assim o Espírito possa ser lapidado no decorrer de sua caminhada evolutiva entre os dois mundos. Pois as condições da existência humana muda de acordo com os tempos vindouros e os lugares onde se encontra, resultando em condições diferentes e posições sociais apropriadas a necessidades correspondentes a cada um.


Constituindo, na lei do progresso, uma grandiosa oportunidade que Deus nos proporciona para pormos em prática a reciprocidade e a solidariedade no meio social que estamos inseridos, quer seja ele político, religioso, familiar e até mesmo educacional. “Dura é a luta contra o desejo, que compra o que quer à custa da alma” (Heráclito). Pois esse mal, a corrupção, sendo uma prática telúrica humana rompe a harmonia na convivência com o próximo ao buscar vantagem pessoal indevida.


Um exemplo clássico é o da “Vinha de Nabote”: “Nabote possuía uma vinha próxima ao palácio do rei Acabe. O rei lhe propôs comprar a vinha, mas Nabote recusou vendê-la porque a vinha era a herança dos seus pais. Jezabel, a esposa do rei, sugeriu-lhe que levasse os anciãos do reino a prestar falsos testemunhos contra Nabote, acusando-o publicamente de blasfêmia contra Deus e contra o rei. Nabote foi apedrejado e o rei se apropriou da vinha” (1Reis 21: 1-13). O episódio bíblico revela vários fenômenos de corrupção: mostra aquela que sugere um estratagema corrupto, aquele que aprova e opera o esquema corruptor, aqueles que se deixam corromper e se tornam cúmplices do esquema, mentindo e acobertando, aqueles que reagem passional e criminosamente em um suposto gesto “justiceiro”, assassinando o inocente.


Assim, toda a sociedade se deixa “romper” em sua harmonia.


A corrupção não é apenas moralmente errada. A corrupção é desonra a Deus e, por isso, é a antítese do amor ao próximo.