Homicídio na Visão Espírita
Segundo uma visão não espírita, o homicídio é um crime onde ocorra a eliminação da vida, sendo esta visão aquela corroborada pelo Código Penal Brasileiro. Entretanto, diante de uma visão espírita, o homicídio é a interrupção da vida. Nesse sentido, cabe salientar que aquele que comete o homicídio pensa de forma equivocada que está se livrando para sempre de um inimigo, mas o que ocorre é que apenas livra-se de sua forma física, cujo Espírito, continua a viver no mundo espiritual e, muitas vezes, esperando um "acerto de contas".
O Livro dos Espíritos, em seu Livro III, Capítulo VI, nos traz elucidações acerca do tema:
Questão 746 - O homicídio é um crime aos olhos de Deus?
Resposta - Sim, um grande crime, porque aquele que tira a vida do seu semelhante, corta uma vida de expiação ou de missão, e aí está o mal.
Segundo essa questão, o homicídio é um crime aos olhos de Deus, já que ato leva a termo uma vida encarnada em expiação ou missão.
Questão 747 – O homicídio tem sempre o mesmo grau de culpabilidade?
Resposta – Já o dissemos: Deus é justo e julga a intenção mais do que o fato.
Aqui verifica-se que nem todos os homicídios são “julgados” com o mesmo pessoa, visto que Deus é justo e leva em consideração mais a intenção do ato do que o fato em si.
Questão 748 – Deus escusa o homicídio em caso de legítima defesa?
Resposta – Só a necessidade pode escusá-lo; mas se puder preservar a vida sem atingir a do agressor, deve-se fazê-lo.
Interessante questão, que aborda sobre a legítima defesa. No Direito material, ela exclui a ilicitude do fato, ou seja, aquele que a comete não será apenado, exceto se cometer comprovadamente um excesso diante dos fatos vivenciados. Espiritualmente falando, entende-se que a necessidade escusa o homicídio, mas a vida deve ser preservada sempre que houver a chance.
Questão 749 – O homem é culpável pelas mortes que comete durante a guerra?
Resposta – Não, quando ele é constrangido pela força. Mas ele é culpável pelas crueldades que comete e ser-lhe-á levada em conta sua humanidade.
Em casos de guerra, a questão nos traz que aquele que cometer homicídio em face de uma guerra não será culpado, mas apenas se ele estiver agindo constrangido pela força. Entretanto, crueldades e falta de humanidade serão levadas em conta no plano espiritual.
Questão 750 – Quem é mais culpável aos olhos de Deus, o parricida ou o infanticida?
Resposta – Ambos o são igualmente, porque todo crime é um crime.
Acerca desta questão, apenas um comentário esclarecendo que o parricídio é o crime onde mata-se o pai, e o infanticídio é um crime cometido apenas pela mãe, logo após o parto, sob a influência do estados puerperais, matando seu próprio filho.
Questão 751 – Como se explica que, entre certos povos já avançados do ponto de vista intelectual, o infanticídio esteja nos costumes e consagrados pela legislação?
Resposta – O desenvolvimento intelectual não leva à necessidade do bem. O Espírito, superior em inteligência, pode ser mau. É aquele que tem vivido muito, sem se melhorar: ele o sabe.
Por fim, explica-se que o desenvolvimento intelectual de um povo não significa necessariamente que ele seja compelido ao bem. Sendo assim, à época, alguns povos julgavam o infanticídio um costume, respaldado pela legislação.
O tema dispensa delongas, visto que é fato notório que a vida é nosso bem maior, e por isso, obviamente, só pode ser levada a termo por Deus, que sabe a hora certa de cada um de nós. A vida é sagrada, toda vida importa, toda vida carrega histórias, alegrias, tristezas, lições... O homicídio não interrompe apenas uma vida, mas também destrói a de quem o comete e corrói a daqueles que ficaram sem um ente querido.
Que a paz reine, e que caminhemos cada vez mais a depuração de nossas atitudes, mesmo que hoje, diante da banalidade da vida e de tanta violência, seja difícil acreditarmos na melhoria de nosso planeta Terra.
FONTES:
http://www.correioespirita.org.br/%E2%80%A6/1425-o-homicidio-a-luz-%E2%80%A6
O Livro dos Espíritos
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