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O Natal na Visão Espírita



Rafaela Paes

Tratando brevemente da questão histórica acerca do tema, embora atualmente o Natal esteja diretamente vinculado com o nascimento de Jesus, sua festividade ocorre desde dois mil anos antes do Cristo, iniciando-se em um antigo festival realizado na Mesopotâmia e que simbolizava a passagem do ano. Quando dessa comemoração, era a chegada do inverno, e esse povo acreditava que nesse momento monstros do caos enfureciam-se e seu deus, Marduk, precisava vencê-los para dar continuidade à vida. Esse ano novo durava doze dias e simbolizava a ajuda do povo a Marduk. Essa tradição inspirou os gregos, que passaram a celebrar a luta de Zeus contra Cronos; os romanos ao inicar o festival de Saturnalia, começando em 17 de dezembro e acabando em 1º de janeiro, acreditando que o dia 25 era a data em que o sol estava mais fraco, mas pronto para recomeçar e dar continuidade à vida na Terra e, por isso, ficou conhecido como o Dia do Nascimento do Sol Invicto. Acerca das festividades romanas, cabe informar que nesse período as escolas não abriam e nenhuma pessoa trabalhava, fazendo festas nas ruas, oferecendo jantares aos amigos e enfeitavam as salas com árvores verdes com muitas velas, objetivando espantar os maus espíritos.

Com o advento do Cristianismo, no século IV, a Igreja instituiu o nascimento de Jesus como um feriado, embora a Bíblia não cite sua data de nascimento. Ficou determinado pelo Papa Júlio I que seria 25 de dezembro e, segundo alguns historiadores, essa data foi escolhida para absorver o paganismo da Saturnalia. A troca de presentes era o símbolo das ofertas dos três reis magos e outros rituais foram sofrendo adaptações.

Ocorre que, se é impossível determinar uma data correta para o nascimento de nosso Mestre Jesus, é certo que ela ocorreu, conforme nos ensina Emmanuel no livro A Caminho da Luz diz:


“Harmonias divinas cantavam um hino de sublimadas esperanças no coração dos homens e da Natureza. A manjedoura é o teatro de todas as glorificações da luz e da humildade, e, enquanto alvorecia uma nova era para o globo terrestre, nunca mais se esqueceria o Natal, a noite silenciosa, noite santa”.

Jesus trouxe o início de uma nova era de amor e fraternidade puros, trazidos por meio dos seus grandes exemplos. Natal, para nós, deve ser a lembrança da seguinte passagem de Mateus 25: 34-46: “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber; era estrangeiros, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhora, quando te vimos com fomo e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quanto te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E, quando te vimos enfermo ou não prisão e fomes ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.”

Sendo assim, que façamos um Natal diferente, se já não o fazemos há anos. Saiamos de dentro de nós mesmos, das nossas necessidades egoístas, da nossa zona de conforto, e olhemos para o próximo que precisa muito mais do que nós. Enxerguemos que reclamamos do pouco que temos, mas que o outro tem ainda menos de que nós, muitos não têm nem o básico... “Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um desses meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. Festejemos o nascimento de Jesus fazendo aquilo que espera de nós. Não importa a festa, a mesa, os presentes... A verdadeira festa, aquela que Jesus quer ver acontecer, pode acontecer serenamente dentro de cada um de nós, em silêncio, TODOS OS DIAS DO ANO, não só na tradicional época nostálgica.

Antecipo a todos meu Feliz Natal, meu Feliz 2018, desejando paz, amor, fraternidade, comunhão, caridade e muito respeito.

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