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Que Céu ou Inferno você espera ter?



Muitas crenças utilizam o conceito absolutista do céu e inferno, embora este seja um modelo que subestime a justiça divina, que é muito mais perfeita do que um simples julgamento onde são pesados os prós e os contras e onde existe um veredito único e imutável.

Precisamos entender que existe um dinamismo muito grande, tanto em nossas existências quanto nesta justiça, que faz com que as fronteiras e os limites entre o céu e o inferno sejam tão flexíveis quanto e diretamente relacionados ao nosso próprio livre arbítrio.

Em verdade, começamos a delinear estas fronteiras, ainda no plano terreno, no decorrer de nossas existências, na utilização do nosso livre arbítrio e na orientação de nossas condutas. E volta e meia, entre erros e acertos, ora nos posicionamos no inferno, ora no céu.

Embora o conceito seja metafísico, precisamos entender que existem algumas deduções que são muito “palpáveis”. Se estamos caminhando pela senda do bem, tendo uma conduta baseada nas Leis de Deus, no Evangelho de Jesus Cristo, estamos construindo o nosso céu, já em vida. Em caso contrário, se estivermos levando uma existência egoísta, pouco nos importando com nosso próximo, fazendo prevalecer nossas vontades e interesses mundanos/inferiores, com certeza estaremos preparando o nosso próprio inferno.

Mas a coisa não é tão simples assim. Analisemos uma conduta onde um indivíduo sempre fez o bem e, já no final de sua vida, comete um erro e pratica o mal contra alguém ou ainda, um ser humano que sempre foi essencialmente mau, mas que se arrepende de seus atos e muda seus comportamentos e hábitos e torna-se uma pessoa boa.

Será que existe um “tribunal” que possa ser tão criterioso a ponto de ter todas estas informações e que possa proferir uma decisão justa?

Este “tribunal” nada mais é que a nossa própria consciência, que após nosso desencarne, libertando-se das limitações do corpo físico, adquire tamanha lucidez e discernimento que nos revela de maneira imparcial e impessoal, todos os atos que marcaram nossa existência de forma desnudada, sem escapismos e nem desculpismos; fazendo com que cada um de nós, entre nossas alegrias, satisfações e contentamentos, ou entre nossas angústias, frustrações e decepções, saiba se merece o céu ou inferno.

Complementando este julgamento emanado pela nossa própria consciência, estarão nos acompanhando valiosos companheiros desencarnados que se ligaram a nós durante nossas existências, inclusive nesta mais recente, através da afinidade, sentimentos e pensamentos ou através de relacionamentos existenciais de ódio ou amor. E devido à turbulência e desorientação causadas pelo desenlace do nosso corpo físico, estes companheiros serão as testemunhas, que nos ampararão para nosso restabelecimento ou que nos arrastarão para nossos martírios.

Por isto, irmãos, como nem sempre sabemos qual a bagagem que carregamos vinda do passado e quem são nossos credores ou devedores, esforcemo-nos ao máximo, ainda nesta existência, para garantir o nosso céu, pelo menos em nossas consciências, através do caminho do bem, nas práticas cotidianas de amor e caridade e tendo os ensinamentos de Jesus Cristo como guias de nossas vidas, para não termos nenhuma surpresa desagradável quando entendermos “de fato” este relativismo entre céu e inferno.

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