Reencarnação - Arte Justa de Recomeçar

Edwin Felipe Netzel
Sobre o que está baseado o dogma da reencarnação?
Está foi a pergunta que Allan Kardec fez aos espíritos e possivelmente você também a faz. Antes de responde-la vamos analisar uma palavra que possivelmente passou até despercebida por você “Dogma”.
Na época em que foi escrito O Livro dos Espíritos as religiões dominantes tinham verdades absolutas e não se podia contesta-las. Usando este contexto, Kardec questionou e assim descobriu que o Espiritismo não tem verdades absolutas, ou seja, não há dogmas nesta doutrina e nem na reencarnação.
“Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. Não te diz a razão que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de Deus todos os homens? Só entre os egoístas se encontram a iniquidade, o ódio implacável e os castigos sem remissão.” Diz a resposta da questão 171 do Livro dos Espíritos.
Sem a correta instrução o Espírito certamente levará muito mais tempo para evoluir do que aquele que a teve e você pode observar isto ainda neste plano uma vez que pela falta da instrução e devida educação nossa sociedade padece. Nós estramos e saímos deste mundo vivendo em uma bolha de ignorância. Mas ser[a que aos olhos do criador também padecemos?
A reflexão é que alguns dogmas nos fariam pensar que Deus é injusto uma vez que meio a tantas transgressões que nos fizeram tropeçar fossemos impedidos de alcançar a plena felicidade, ou seja o nosso retorno para Deus. Nosso Pai Maior não nos penaliza pela ignorância que estamos sujeitos aqui, Ele nos aguarda despertar.
Veja abaixo os comentários de Alan Kardec após a resposta do espírito.
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Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.
Não obraria Deus com equidade, nem de acordo com a Sua bondade, se condenasse para sempre os que talvez hajam encontrado, oriundos do próprio meio onde foram colocados e alheios à vontade que os animava, obstáculos ao seu melhoramento. Se a sorte do homem se fixasse irrevogavelmente depois da morte, não seria uma única a balança em que Deus pesa as ações de todas as criaturas e não haveria imparcialidade no tratamento que a todas dispensa.
A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à ideia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por novas provações. A razão no-la indica e os Espíritos a ensinam.
O homem, que tem consciência da sua inferioridade, haure consoladora esperança na doutrina da reencarnação. Se crê na justiça de Deus, não pode contar que venha a achar-se, para sempre, em pé de igualdade com os que mais fizeram do que ele. Sustém-no, porém, e lhe reanima a coragem a ideia de que aquela inferioridade não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, dado lhe será conquistá-lo. Quem é que, ao cabo da sua carreira, não deplora haver tão tarde ganho uma experiência de que já não mais pode tirar proveito? Entretanto, essa experiência tardia não fica perdida; o Espírito a utilizará em nova existência.
Talvez você se lamente por achar que está lendo este trecho ou mesmo este artigo tarde demais e isto lhe traga reflexões sobre sua vida atual a qual você gostaria de ter vivido de outra forma.