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Só é grande quem se faz pequeno

Atualizado: 8 de jul. de 2019



Rafaela Paes

Ah, a humildade! Dele tanto se fala, e tão pouco se pratica. Ela que tanto cobramos dos outros, mas não desenvolvemos em nós mesmo. A humildade, essa menina serena que permite que tantos outros sentimentos cresçam ao seu lado, trazendo consigo a compaixão, o amor, o respeito, a compreensão e a tolerância. Humildade... palavra simples de significado grandioso e de prática difícil para nós enquanto moradores da matéria grosseira e suscetível que nos envolve.

“O espiritismo vem sancionar a teoria pelo exemplo, mostrando-nos grandes no mundo dos Espíritos aqueles que eram pequenos na terra e muitas vezes bem pequenos aqueles que na terra eram os maiores e os mais poderosos. É que os primeiros, ao morrer, levaram consigo aquilo que faz a verdadeira grandeza no céu e não se perde nunca: as virtudes; enquanto os outros tiveram de deixar o que constituía sua grandeza na terra e que não se leva: a riqueza, os títulos, a glória, a nobreza de nascimento; nada mais possuindo, chegam ao outro mundo privados de tudo, náufragos que perderam tudo, até as próprias roupas; conservaram somente o orgulho que torna sua nova posição mais humilhante, pois veem acima deles e resplandecentes de glória os que eles espezinharam na terra. O espiritismo nos mostra outra aplicação desse princípio nas encarnações sucessivas, onde aqueles que foram de elevada posição numa existência são rebaixados à última classe numa existência seguinte, se tiverem sido denominados pelo orgulho e pela ambição. Não procurem, pois, o primeiro lugar na terra, nem se coloquem acima dos outros, se não quiserem ser obrigados a descer; procurem, ao contrário, o lugar mais humildade e mais modesto, pois, Deus saberá muito bem conceder-lhes um mais elevado no céu, se o merecerem” (''O Evangelho Segundo o Espiritismo'', Capítulo VII, item 6).

Ser humildade nos leva a valorizar, de forma instintiva, o que realmente importa na nossa existência: os sentimentos verdadeiros e as boas atitudes. De nada importam nossos títulos, nossos bens materiais, já que nada disso seguirá conosco à nossa morada-mãe. Claro, se nossas riquezas e títulos tiverem como destino a caridade, o bem ao nosso próximo são de grande valia em nossa existência terrena, mas pura e simplesmente aqui, pois conosco irão apenas os sentimentos que nos impeliram a dividir aquilo que tínhamos em abundancia na Terra, seja material ou intelectual.

“A humildade é virtude muito esquecida entre vocês; os grandes exemplos que lhes foram dados são muito pouco seguidos e, no entanto, sem humildade podem ser caridosos com seu próximo? Oh! Não, pois, esse sentimento nivela os homens, dizendo-lhes que são todos irmãos, que devem se auxiliar mutuamente e os induz ao bem. Sem a humildade, só se ornam com virtudes que vocês não têm, como se vestissem um hábito para esconder as deformidades do corpo. Lembrem-se daquele que nos salvou; lembrem-se de sua humildade que o fez tão grande e o colocou acima de todos os profetas” (''O Evangelho Segundo o Espiritismo'', Capítulo VII, item 11).


Tivemos o grande exemplo de humildade nessa Terra que foi nosso Mestre Jesus... Depois dele, claro que não em perfeição, Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá, Bezerra de Menezes, entre muitos outros, e quão longe ainda nos encontramos deles. Mas isso é normal, estamos caminhando rumo à evolução. O que precisamos é ter em mente que a humildade é o caminho, e precisamos seguir em suas trilhas de forma perseverante e firme.

“Despertem, meus irmãos, meus amigos! Que a voz dos Espíritos toque seus corações; sejam generosos e caridosos, sem ostentação, isto é, façam o bem com humildade; que cada um passe a demolir aos poucos os altares que ergueram ao orgulho, numa palavra, sejam verdadeiros cristãos e terão o reino da verdade. Não duvidem mais da bondade de Deus, quando ele lhes dá tantas provas dela. Vimos preparar os caminhos para que as profecias se cumpram. Quando o Senhor lhes der uma manifestação mais clara de sua clemencia, que o enviado celeste só encontre em vocês uma grande família; que seus corações, mansos e humildes sejam dignos de ouvir a palavra divina que ele virá lhes trazer; que o eleito só encontre em seu caminho as palmas que vocês depositaram para seu retorno ao bem, à caridade, à fraternidade, e então seu mundo se tornará o paraíso terrestre. Mas se permanecerem insensíveis à voz dos Espíritos enviados para depurar e renovar sua sociedade civilizada, rica de ciências e, no entanto, tão pobre de bons sentimentos, ai! então não nos restará senão chorar e gemer por sua sorte. Mas não, não será assim; voltem a Deus, seu pai, e todos nós que contribuímos para o cumprimento de sua vontade, entoaremos o cântico de ação de graças, para agradecer ao Senhor por sua inesgotável bondade e para glorifica-lo em todo os séculos dos séculos. Assim Seja” (Lacordaire. Constantine, 1863 - ''O Evangelho Segundo o Espiritismo'', Capítulo VII, item 11).

Sigamos buscando o desenvolvimento de nossa humildade, cada dia mais. Que seja a principal meta. Só assim daremos passos consistentes rumos à almejada evolução.

*Rafaela Paes é colunista voluntária do Blog Letra Espírita. Leia outros artigos de sua autoria clicando aqui.

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