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Um Olhar Espírita: O Mal de Alzheimer


Simara Lugon


A doença de Alzheimer é uma demência neurodegenerativa que acomete comumente pessoas de idade e cuja causa ainda é desconhecida. De acordo com o Ministério da Saúde “a doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como conseqüência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato.”


Os sintomas mais comuns são a falta de memória para acontecimentos recentes, repetição da mesma pergunta, esquecimento de palavras, desconfiança sem justificativa, irritabilidade, agressividade e tendência ao isolamento. A evolução da doença é lenta e ela ainda não tem cura.


Sob o aspecto da Doutrina Espírita, entende-se que esta doença pode se manifestar no organismo devido ao acúmulo de pensamentos inconscientes de culpa, amargura ou ressentimento, que podem ter origem na vida atual ou pregressa do indivíduo, ou seja, ela seria resultado da somatização de sentimentos que fazem o cérebro sucumbir no final da vida por meio de uma doença. A deterioração que acomete o cérebro é irreversível, e o indivíduo vai pouco a pouco perdendo a consciência, deixando de reconhecer seus familiares e amigos mais amados, confundindo o tempo atual com o tempo passado e esquecendo-se de sua própria individualidade.


O Mal de Alzheimer põe à prova não somente o portador da doença, mas também seus entes queridos e cuidadores, que precisam exercitar a paciência e cultivar o amor e o afeto ao lidar com o paciente.


Assim como outras doenças que acometem o invólucro carnal, o Mal de Alzheimer está apenas no corpo e, apesar da pessoa que está acometida da doença parecer diferente, com suas faculdades físicas e mentais reduzidas, o Espírito que nela habita ainda é o mesmo e a dificuldade que ela apresenta nada mais é do que uma oportunidade de aprimoramento espiritual para ela e para seus familiares, que precisam desenvolver virtudes tais como a tolerância, a resignação, a humildade, e acima de tudo, o amor.


Muitas vezes aquele que sempre cuidou de todos passa a ser o que necessita de cuidados, aquele que sempre foi a fortaleza da família passa a ser o mais frágil, os papéis se invertem e nem todos são capazes de se reinventar nestes momentos de dor e provação. A dor sem dúvida estará presente quando esta doença acomete o seio familiar, mas o amor é o melhor remédio e a prece é o essencial lenitivo.



Conta a história de um autor desconhecido: “Um senhor de idade chegou a um consultório médico, para fazer um curativo em sua mão, na qual havia um profundo corte. E muito apressado pediu urgência no atendimento, pois tinha um compromisso. O médico que o atendia, curioso perguntou o que tinha de tão urgente para fazer. O simpático velhinho lhe disse que todas as manhãs ia visitar sua esposa que estava em um abrigo para idosos, com Mal de Alzheimer muito avançado. O médico muito preocupado com o atraso do atendimento disse: — Então hoje ela ficará muito preocupada com sua demora? No que o senhor respondeu: -Não, ela já não sabe quem eu sou. Há quase cinco anos que não me reconhece mais. O médico então questionou: — Mas então para quê tanta pressa, e necessidade em estar com ela todas as manhãs, se ela já não o reconhece mais? O velhinho então deu um sorriso e batendo de leve no ombro do médico respondeu:-Ela não sabe quem eu sou… Mas eu sei muito bem quem ela é!”


Esta é uma bela exemplificação da importância de cultivar o afeto e o amor pelos entes queridos que passam por momentos de dificuldade e de doença, pois mesmo que não pareça, eles recebem este carinho e sentem-se amados e felizes. O amor é o melhor remédio, não importa a circunstância, e através dele é possível superar as dificuldades, as dores e alcançar a evolução moral e espiritual que todos almejam ao encarnarem neste planeta de provas e expiações.


Não há nada que ocorra sem a permissão de Deus, e se a colheita atualmente é de espinhos, que possa ser semeado o amor para que futuramente se possa colher as flores. É necessário que todos trabalhem na seara de Cristo, pois como afirma Emmanuel através da psicografia de Chico Xavier em sua obra Paulo e Estevão; “Somente o seu Evangelho confere a paz e a liberdade. É o tesouro do mundo. Em sua glória sublime os justos encontrarão a coroa de triunfo, os infortunados o consolo, os tristes a fortaleza do bom ânimo, os pecadores a senda redentora dos resgates misericordiosos.”


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Referências


Doença de Alzheimer. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/doenca-de-alzheimer-3/. Acessado em 13 de Março de 2023.


Alzheimer. O mal que cresce assustadoramente. É orgânico ou espiritual? Disponível em: <https://medium.com/@TerapeutaMoyses/alzheimer-o-mal-que-cresce-assustadoramente-%C3%A9-org%C3%A2nico-ou-espiritual-81221f205be3>. Acessado em 15 de Março de 2023.


Xavier, Francisco Cândido. Paulo e Estevão: episódios históricos do Cristianismo primitivo. [ditado] pelo Espírito Emmanuel;.44 ed.3ª reimpressão. Rio de Janeiro, FEB,2010.



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