Você já Viu um Espírito Agênere?
Aryanne Karine
Para iniciar a reflexão sobre esta pergunta, precisamos entender primeiramente o que são espíritos agêneres. Assim denominados desde a época da codificação do espiritismo, onde Allan Kardec e toda sua equipe mediúnica, presenteou a humanidade com o consolador prometido por Cristo para nos orientar e trazer a verdade de suas leis para apoio à evolução.
Iniciando essa explicação sobre o tema, podemos transcrever aqui algumas perguntas feitas por Kardec, na Revista Espírita de fevereiro de 1859, onde ele traz o seu artigo sobre “Os Agêneres”, com a ajuda do espírito de São Luís respondendo algumas perguntas sobre este tema, onde para contribuir com um maior entendimento das perguntas de Kardec, elucidamos brevemente que o caso do ‘Duende de Bayonne’ trata-se da aparição de um menino desencarnado para sua família (leia mais na Revista Espírita descrita anteriormente)
1 ─ O Espírito do Duende de Bayonne podia mostrar-se corporalmente em outros lugares e a outras pessoas, além da sua família?
R:Sim, sem dúvida.
2 ─ Isto depende de sua vontade?
R:Não exatamente. O poder dos Espíritos é limitado. Só fazem o que lhes é permitido.
3 ─ Que aconteceria se se apresentasse a um desconhecido?
R: Tê-lo-iam tomado por uma criança comum. Dir-vos-ei entretanto uma coisa: por vezes existem na Terra Espíritos que revestem essa aparência e são tomados como homens.
4 ─ Tais seres pertencem à categoria dos Espíritos superiores ou dos inferiores?
R:Podem pertencer a uma ou a outra. São fatos raros, de que há exemplos na Bíblia.
5 ─ Raros ou não, basta a sua possibilidade para que mereçam atenção. Que aconteceria se, tomando tal ser por um homem comum, lhe fizessem um ferimento mortal? Ele morreria?
R:Desapareceria subitamente, como o jovem de Londres[1].
6 ─ Eles têm paixões?
R:Sim. Como Espíritos, têm as paixões dos Espíritos, conforme a sua inferioridade. Se tomam um corpo aparente é, por vezes, para gozar das paixões humanas. Se são elevados, é com um fim útil.
7 ─ Podem procriar?
R: Deus não o permitiria. Isto é contrário às leis por ele estabelecidas na Terra e elas não podem ser contrariadas.
8 ─ Se um tal ser se nos apresentasse, teríamos um meio de reconhecê-lo?
R: Não, a não ser pelo desaparecimento inesperado. Seria o mesmo que o transporte de móveis de um para outro andar(...).
9 ─ Qual é o objetivo que pode levar certos Espíritos a tomar esse estado corporal? Eles agem para o bem ou para o mal?
R: Muitas vezes para o mal. Os bons Espíritos têm a seu favor a inspiração. Agem sobre a alma e pelo coração. Sabeis que as manifestações físicas são produzidas por Espíritos inferiores, e as de que tratamos são dessa categoria. Entretanto, como disse, os bons Espíritos também podem tomar essa aparência corporal, com um fim útil. Digo isto em princípio geral.
10 ─ Nesse estado podem tornar-se visíveis ou invisíveis à vontade?
R: Sim, pois podem desaparecer quando quiserem.
11 ─ Têm eles um poder oculto superior ao dos homens?
R:Têm apenas aquele que lhes dá a sua categoria na escala dos Espíritos.
12 ─ Têm necessidade real de alimento?
R: Não. O seu corpo não é real.
13 ─ Entretanto o jovem de Londres, embora não tivesse um corpo real, tomou o café da manhã com os amigos e lhes apertou a mão. Que aconteceu com o alimento ingerido?
R: Antes de apertar a mão, onde estavam os dedos que apertam? Compreendeis que o corpo desapareça? Por que não quereis compreender que também desapareça a matéria? O corpo do jovem de Londres não era real, pois se achava em Boulogne; era, portanto, aparência. Dava-se o mesmo com o alimento que parecia ingerir.
14 ─ Se tivéssemos entre nós um ser dessa espécie, isso seria bom ou ruim?
R: Seria ruim. Ademais, não é possível manter contatos prolongados com tais seres. Não vos podemos dizer muita coisa. Esses fatos são excessivamente raros e jamais têm um caráter de permanência. Ainda mais raras são as aparições corpóreas instantâneas, como a de Bayonne.
15 ─ Algumas vezes o Espírito protetor familiar toma essa forma?
R: Não. Não dispõe ele de recursos interiores? Ele os manipula com mais facilidade do que o faria sob uma forma visível e o tomássemos por um de nossos semelhantes
Após esse questionamento levantado por Allan Kardec, podemos então entender que um espírito agênere é um espírito que se materializa na forma humana, sendo tangível e perceptível por todos os olhos humanos, se passando por um encarnado, porém, podendo desaparecer a qualquer momento. Muito confundido com a materialização, que é a aparição normalmente ocorrida em sessões mediúnicas ou onde o ambiente é preparado física e espiritualmente nos dois planos, o fenômeno agênere pode ocorrer em qualquer lugar, onde o espírito usa de seu períspirito e de ectoplasma retirado de pelo menos um ou dois médiuns, que geralmente não possuem a percepção de tal fato, para conseguir se materializar.
Esse fenômeno pode ocorrer por diversos motivos, dependendo muito do grau de evolução de cada espírito e de seus vícios, pode vir tanto para nos ajudar em nossa evolução, bem como para nos atrapalhar e prender nos vícios mundanos, sejam ele drogas, álcool, sexo, luxúria, ou qualquer um dos males que não agregam em nossa caminhada, atraindo espíritos afins.
Acontece que, como os espíritos agêneres são facilmente confundidos com humanos comum, pela forma como podemos toca-los e senti-los, é muito raro termos a concepção de que é um espírito nesse estado, bem como são raras as aparições desse fenômeno mediúnico. Ainda assim, seria possível a percepção, caso conseguíssemos ver o desaparecimento do espírito, fato este, que seria perturbador para muitas pessoas.
Como ainda somos espíritos errantes e possuímos uma maior necessidade de matéria, essas aparições são raras de acontecer, porém, em planetas mais elevados, onde temos um corpo material menos denso e uma percepção maior do períspirito, as aparições e as convivências entre os planos são mais sutis. Porém, para isso, ainda precisamos de um maior esforço individual e coletivo para conseguir ultrapassar a era de regeneração e poder adentrar em novos tempos, modificando nosso ser interior e nos preparando para as maravilhas que o Pai tem á nos oferecer. Cabe apenas a nós a vontade de mudança para alcançar tal evolução, nos desprendendo do terreno e buscando sempre progredir através do estudo das leis de Deus e da prática da caridade e do amor.
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