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A Perspectiva Espírita de Jesus



Rafaela Paes

Iniciando o texto com a questão 625 do Livro dos Espíritos, Kardec pergunta:

625 – Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?

Resposta – Jesus.

Em nota, Kardec menciona: “Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral que a humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava. Quanto aos que, pretendendo instruir o homem na lei de Deus, o têm transviado, ensinando-lhes falsos princípios, isso aconteceu por haverem deixado que os dominassem sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regulam as condições da vida da alma, com as que regem a vida do corpo. Muitos hão apresentado como leis divinas simples leis humanas estatuídas para servir às paixões e dominar os homens”.

A essa questão, pode-se fazer um link com o comentário contido no livro Filosofia Espírita, volume XIII, Capítulo 13, do espírito Miramez: “A questão de número seiscentos e vinte e cinco, de ‘O Livro dos Espíritos”, estampa com esplendor a seguinte pergunta feita aos Espíritos superiores, dentre os quais um dele respondeu por todos os mensageiros de Deus:

- Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhes servir de guia e modelo?

E o mensageiro do céu, dominando o verbo de luz, serve de canal para o próprio Criador, respondendo de modo a ressoar em todo o mundo, para os ouvidos de toda a humanidade, com uma só palavra:

- Jesus.

O Mestre dos Mestres é, realmente, o modelo no qual todos os homens devem se inspirar, no sentido de caminhar com passos firmes em direção à luz. Certamente que o formulador da pergunta passou seus pensamentos por todos os grandes personagens da história universal, testando um e outro, por vezes sem segurança, em afirmações do seu próprio raciocínio; não obstante, o Mensageiro de Deus encarregado de fazer reviver o Cristianismo na Terra, limpou todas as dúvidas, dizendo que somente Jesus era e é o guia de todos os povos.

E se quisermos buscar mais subsidio para tal certeza, ei-lo no próprio Evangelho do Mestre:

De novo lhes falava Jesus, dizendo:


- Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andarás nas trevas, pelo contrário, terá a luz da vida (João, 8:12).

Essa certeza espiritual de que Jesus é o Pastor de todo o rebanho humano se encontra nas consciências de todos os seres, vibra em todos os reinos da natureza e os anjos cantam na atmosfera da Terra. Por esse motivo é que sempre falamos que a Doutrina Espírita sem Jesus perde seu valor, e desfaz-se nas brumas do tempo, esquecendo a sua fonte sustentadora de vida.

Poderemos novamente buscar no Evangelho outra afirmação, e esparzindo luz nos escritos desta mensagem com esse assunto relevante:

- Estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio d’Ele, mas o mundo não o conheceu (João, 1.10).

Vejamos há quanto tempo o amor do Cristo acompanha essa casa terrestre, formando a sua estrutura, preparando seu ambiente para receber a humanidade que, igualmente, estava sendo firmada para a vida pelas suas mãos generosas. Jesus é, pois, a perfeição moral em todos os rumos de todos os entendimentos e o maior fenômeno que ocorreu na face do planeta foi a Sua vinda a ele.

Quanto aos grandes mensageiros que vieram ao mundo como instrutores da humanidade antes do Cristo de Deus, suas doutrinas têm relação com a doutrina de Jesus; é certo que têm, pois, foi Jesus quem os enviou, depois que passou para eles o ensinamento divino, de modo a eles o interpretarem e divulgarem junto aos homens. Esses emissários transmitiram a mensagem divina parcialmente, esquecendo muitos conceitos, mas fizeram alguma coisa, e somos gratos pelos seus esforços em conjunto.

Em relação a Jesus, a Sua entrega de Deus para a humanidade foi total. A doutrina moral saída dos Seus lábios divinos tem a pureza que somente o amor universal pode dar. E quando Jesus encontra João Batista junto ao Jordão, a voz dos Céus afirmou:

- Esse é o meu filho em quem me comprazo.

A razão não pode tomar outro caminho, se analisarmos Seus grandes feitos, nunca antes comparados, pelo Seu verbo iluminado, tornando-O uno como o Pai. devemos repetir, para atender o coração e a consciência, a pergunta e a resposta de “O Livro dos Espíritos”, de modo a alimentarmos a expressão maior dentro de nós, em seguimento à vida eterna:

- Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?

Para o Espiritismo, Jesus é fruto de um relacionamento entre dois seres que se amavam, sendo um ser como cada um de nós, claro que muito mais evoluído em termos morais, como se pode avaliar dentro da questão e do texto acima referidos. Além disso, diferentemente de outras religiões cristãs, o Espiritismo não acredita em salvação, pecado e perdição eterna, acreditando que se comete-se um erro, deve-se corrigi-lo, acreditando que precisa-se melhorar os sentimentos para os mais puros possíveis, sendo a salvação um ato interno através da reformulação das nossas ações e atitudes.

Para nós Espíritas, Jesus não está de braços abertos em uma cruz, e sim de braços abertos nos esperando para recebermos amor.

“O nosso Jesus está sim, de braços abertos, esperando-nos para o amplexo do amor, o ósculo da paz. Aproximamo-nos e ajoelhamo-nos para beijar-lhe os pés. Porém, ele impede o nosso gesto de submissão e aperta-nos contra o seu próprio peito. Depois... Depois abre novamente os braços e seus olhos nos falam claramente: você é livre para ficar ou ir embora... Neste momento, parafraseamos Pedro, e respondemos: Para quem iremos nós, Mestre, se tu tens as palavras de vida eterna?”

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