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A evolução dos Espíritos e os diferentes níveis de percepção espiritual

Ariana Castro


Para que possamos discorrer acerca da evolução dos Espíritos, proponho inicialmente que tenhamos um entendimento mais profundo do que significa evolução espiritual na ótica da Doutrina Espírita. Vamos considerar que evolução espiritual é a transformação do comportamento de um Espírito ao longo de suas reencarnações.

 

A Doutrina Espírita nos revela que Deus nos criou como Espíritos simples, ignorantes e desprovidos de sabedoria, e Ele nos impõe a encarnação para que possamos alcançar a perfeição.

 

Mas por que Deus não nos criou perfeitos?

 

A questão número 115 de O Livro dos Espíritos revela que Deus não nos criou perfeitos porque a perfeição deve ser conquistada através do nosso próprio mérito, esforço e aprendizado ao longo das encarnações. Se fôssemos criados perfeitos desde o início, não teríamos mérito algum em nossa evolução, e o progresso não existiria.

 

É comum muitas pessoas acreditarem que os Espíritos que estão na Erraticidade possuem o conhecimento de todas as coisas, e essa é uma crença que é preciso desmistificar. Da mesma forma que existem homens sábios e ignorantes, no mundo espiritual não é diferente. Assim como existem homens maus e bons, com maior ou menor grau de evolução e sabedoria, essa mesma distinção se faz presente também entre os Espíritos.

 

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo diz:

 

Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha. Enquanto uns não se podem afastar da esfera onde viveram, outros se elevam e percorrem o Espaço e os mundos; enquanto alguns Espíritos culpados erram nas trevas, os bem-aventurados gozam de resplendente claridade e do espetáculo sublime do Infinito; finalmente, enquanto o mau, atormentado de remorsos e pesares, muitas vezes insulado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas afeições, pena sob o guante dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles a quem ama, frui as delícias de uma felicidade indizível. (KARDEC, 2023, p. 49)

 

Com este entendimento, veremos a seguir as classificações dos Espíritos e os níveis de percepção espiritual, que foram ordenadas com base nas características em comum entre os Espíritos observados por Allan Kardec.

 

Os níveis de evolução espiritual, são divididos em três ordens e dez classes. A terceira ordem dos Espíritos são os Espíritos imperfeitos. Esses se caracterizam pela predominância da matéria sobre o Espírito. São inclinados a fazerem o mal por prazer. Possuem pouco conhecimento do Mundo Espiritual e são propensos a misturarem princípios terrenos com verdades espirituais, o que gera uma comunicação confusa, contraditória e desprovida de verdade.

 

As classes da ordem dos Espíritos imperfeitos são:

 

Décima classe - Espíritos impuros: São Espíritos totalmente inclinados ao mal e que se conectam aos homens suscetíveis às suas sugestões. Eles se caracterizam por uma linguagem nutrida de grosserias nas expressões e quando tentam se passar por alguma Entidade de Luz, facilmente são desmascarados, pois não conseguem forjar comportamentos por muito tempo. Muitos povos e culturas denominam esses seres como Demônios. Quando encarnados fazem o mal por prazer, sem motivo. Não compreendem que o Mundo Espiritual é permanente e que tudo se origina dele. Espíritos dessa ordem comumente não sabem mais que os homens.

 

Segundo a questão 292 de O Livro dos Espíritos, “só entre os Espíritos impuros há ódio e são eles que insuflam nos homens as inimizades e as dissensões.”(KARDEC, 2023, p. 148)

 

Nona classe - Espíritos levianos: São Espíritos ignorantes que em sua comunicação não se comprometem com a verdade, respondendo tudo com o intuito de induzir ao erro por meio de mistificações e causar contradições. São Espíritos que podem se denominar como Duendes, Gnomos e outras nomenclaturas.

 

Oitava classe - Espíritos pseudossábios: Estes possuem conhecimentos amplos, mas consideram saber mais do que realmente sabem. Como consequência, acabam misturando a verdade com erros colossais que induzem os humanos a irem pelas veredas do orgulho, vaidade, presunção, egoísmo e tantos outros vícios morais.

 

Sétima classe - Espíritos neutros: Essa categoria de Espíritos como o próprio nome induz, caracterizam-se por não serem bons o suficiente para praticar o bem, nem maus o suficiente para causar o mal.

 

Sexta classe - Espíritos batedores e perturbadores: Não se distinguem pelas qualidades morais e podem caber em qualquer classe da terceira ordem. Se caracterizam por manifestar a sua presença através de efeitos físicos e sonoros.

A segunda ordem é a dos Bons Espíritos que se caracteriza pela predominância do Espírito sobre a matéria. Todos os espíritos dessa ordem têm o desejo de praticar o bem e possuem habilidades diversas dentro da ciência, da sabedoria e da bondade. São Espíritos que já experimentam certo nível de felicidade por promoverem o bem e evitarem o mal. Não se configuram como seres perfeitos, por isso, ainda precisam passar por provas para alcançarem a perfeição. Quando encarnados costumam ser considerados gênios ou benfeitores da Humanidade. São divididos em quatro classes:

 

Quinta classe - Espíritos Benévolos: Caracterizam-se por terem bondade predominante. Possuem conhecimentos limitados, contudo, sentem prazer em servir a Humanidade com a bondade e a proteção.

 

Quarta classe - Espíritos sábios: Essa classe de Espíritos se caracteriza por possuir grande conhecimento. Se ocupam mais com questões científicas do que com as questões morais.

 

Terceira classe - Espíritos de sabedoria: Possuem grande capacidade moral para instruir os homens pelo caminho correto. O conhecimento dessa classe é limitado, porém, suficiente para atuarem de maneira exemplar para instruir a Humanidade.

 

Segunda classe - Espíritos Superiores: Essa classe de Espíritos se comunica de maneira elevada, sublime e possuem profundos conhecimentos científicos além da sabedoria e da bondade. Não se ocupam de comunicar para atender os desejos da curiosidade humana. Se dedicam apenas para aqueles que se comprometem com a elevação do Espírito.

 

Os Espíritos da primeira ordem são os Espíritos Puros, e possuem uma ordem única. Se caracterizam por possuírem superioridade moral e intelectual e não possuem nenhuma interferência da matéria. Espíritos que chegam nesse nível, já passaram por todos os estágios da evolução espiritual, já experimentam a felicidade plena e imutável, não precisam mais passar por provas e não precisam mais reencarnar. São geralmente considerados Anjos e Arcanjos.

 

A Lei de Progresso nos ensina que os Espíritos estão em constante evolução. Esse progresso depende exclusivamente da intenção e do livre-arbítrio de cada Ser Espiritual. Na escala da evolução, não existe o regresso, apenas o progresso, e o conhecimento espiritual revelado é proporcional à proximidade da perfeição que cada Espírito alcança.

 

Nenhum Espírito está destinado por toda a Eternidade a viver como Espírito impuro. Todos nós estamos destinados à evolução para alcançar o grau mais sublime e puro.

 

A vida humana é um sopro. A Vida Espiritual é eterna. Nos atentemos para o fato de que não somos humanos vivendo uma experiência espiritual. Somos Seres Espirituais vivendo uma experiência humana. Essa compreensão permite enxergarmos que o Mundo Espiritual não é algo distante ou paralelo. Ele é o aqui e o agora. Ele é o momento presente. A prática das virtudes, da caridade e dos ensinamentos do Mestre Jesus são essenciais e indispensáveis para evoluirmos espiritualmente. É importante compreender que cada encarnação oferece oportunidades únicas para o aprimoramento moral.

 

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Referências:

 

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, tradução de Guillon Ribeiro. Campos dos Goytacazes/RJ: Editora Letra Espírita. 2023.

 

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, tradução de Guillon Ribeiro. Campos dos Goytacazes/RJ: Editora Letra Espírita. 2022.


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