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Câncer, Prova ou Expiação?


Luciana Betencourt


Como relatam ANDRADE e TIAGO (2016) no livro Esperança, “A vida é uma sequência de existências”; nada mais correto e justo que muitos danos e benefícios que adquirimos numa existência possam refletir-se na próxima. Seguimos com as mesmas perguntas que, ao longo do tempo, mantém-se sem respostas, como as causas a muitas doenças. E nos perguntamos: “Câncer – Prova ou expiação? O que ocorre de negativo ou positivo em nossas vidas acontece por acaso? Por que algumas pessoas desenvolvem a doença e outras não?”. São questionamentos, dentre outros, que surgem constantemente e cujas respostas muitos almejam encontrar.


Com o avançar da ciência e o entendimento da existência do mundo espiritual, atualmente há uma relação “amigável” entre ambas, proporcionando-nos um melhor entendimento das patologias físicas e da alma, com a compreensão não somente de tratar o corpo, mas também o espírito e nossas emoções.


Quando pensamos ou falamos sobre doenças, percebemos como o assunto torna-se desconfortável e de uma grande complexidade a todos, possivelmente justificável pelo diminuto entendimento sobre a temática.


Dentre as pesquisas feitas em bases científicas sobre do tema, encontram-se informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2021), com explicações de causalidade associadas a uma alteração ocorrida no DNA celular, quando recebem orientações equivocadas para a realização de suas atividades. Conforme os dados, 80% a 90% dos casos que surgem de câncer estão relacionados a causas externas, tais como o meio ambiente, hábitos alimentares e o estilo de vida, associados a fatores intrínsecos do próprio indivíduo, que podem levar ao aumento no risco de surgimento de tal enfermidade.


Antes de adentramos na análise do assunto e respondermos ao longo do artigo, muitos desses questionamentos seriam impossíveis de ser abordados sem falarmos antes das aflições sequenciais que surgem nas pessoas que recebem o diagnóstico de forma inesperada. De início, durante o processo de aceitação da doença e tratamento, os indivíduos perpassam por algumas fases, sendo a negação, a primária. Neste ponto, o paciente, em seu estado de não absorção, nega a afirmação dos fatos a ele narrados, assim como o diagnóstico, solicitando uma segunda “prova” para ser um artifício refutável e comprobatório de erro, satisfazendo a parte descrente de sua compreensão e classificando tal cena como um simples “mal-entendido”. Quando se aceita o diagnóstico, a fase subsequente – a revolta – segue carregada de entendimento de injustiça Divina a uma vivência de boas ações e amor ao próximo, atrelada à caridade, como forma de espelho ao “bom homem” que descreve o Evangelho; e, como tal figura, este ser terreno seria imune às provas e expiações do planeta Terra, não sendo ele abatido por nenhuma calamidade física ou emocional.


Transpondo a fase da fúria, a barganha apresenta-se como um clamor convicto de sucesso e cura absoluta mediante quaisquer medidas terapêuticas à doença, com justificativas à manutenção da existência terrena às tarefas inacabadas ou à aquisição de bens materiais tão almejados. E é aí que esquecemos a real função desse período – o da exemplificação de todo o aprendizado de uma vida pautada na resignação e aceitação dos encargos de Deus ao nosso processo evolutivo. Ficamos, ao negar, carregados de más energias e baixas vibrações, possibilitando o adentrar de pensamentos ruins que culminam com a fase da depressão, onde a tristeza profunda e as lágrimas constantes cercam o indivíduo da perspectiva de seu imediato fim terreno.


Nesse cenário, outros problemas de cunho emocional começam a aparecer, tanto para quem recebe o diagnóstico como para os que convivem com o paciente, justamente pela não aceitação das comprovações científicas e espirituais. São poucos os que conseguem compreender e aceitar esse momento como mais uma prova de que aqui estamos sempre a evoluir.



Na Doutrina espírita, a explicação perpassa pelo Evangelho Segundo o Espiritismo (KARDEC, 2017), quando Allan Kardec nos fala exatamente sobre as vicissitudes da vida e nos explica que tanto podem ter como causa a vida presente, como outras fora da vida atual, como por exemplo: males e enfermidades, que chegam como consequências de nossa ‘intemperança’ e ‘excessos’. É compreensível esta explicação, porque há males que o homem considera injustos, estranhos ao seu comportamento. No capítulo cinco, em “Bem-Aventurados os Aflitos”, com sua sabedoria, Kardec nos elucida que muitos dos sofrimentos que suportamos são provas escolhidas pelo Espírito para sua depuração.


Já no livro “Leis de Amor” (XAVIER e VIEIRA, 1963), o Espírito de Emmanuel nos oferece respostas com muita sabedoria, e nos afirma que não é sempre que o Espírito solicita certas enfermidades no momento de seu preparo a reencarnação, para que não haja o processo de desagregação ou de insanidade de suas forças, causando possíveis lesões no corpo espiritual, com projeções físicas no momento do nascimento.


Mas, como significar as palavras expiação e prova para que possamos responder ao questionamento título de nossa inquietação: “CÂNCER - PROVA OU EXPIAÇÃO?”. Segundo o embasamento espiritual, expiação é uma espécie de condição que nos é imposta quando ainda em espírito, para que possamos nos reeducar diante dos constantes erros e vícios dispostos no intercurso da reencarnação. Já o termo prova, segundo André Luiz, assemelha-se ao termo expiação pela “carga” de evolução moral associada, mas sem a necessidade de estar vinculada aos acontecimentos das vivências passadas.


Sabendo disso, devemos então entender que cada escolha tem sua importância e cada época em nossas vidas traz uma reflexão, com a necessidade de buscar explicações para os acontecimentos que ainda não compreendemos. São momentos de compreensão ou não que podem decidir o desenrolar de nossas vidas, com renovações de condutas e pensamentos, e às reformas íntimas, as quais nos conduzirão para uma melhor compreensão de tudo o que nos ocorre.


Sobre esse pensamento, muito temos ainda que internalizar as explanações que a Doutrina e a ciência nos trazem, tendo as duas uma enorme importância na edificação da esperança de dias melhores em nossas vidas. Como alternativa, a nossa única possibilidade de aceite está na disciplina do estudo, para que sempre encontremos respostas satisfatórias às nossas incertezas e melhores entendimentos do que se perpassa como verdade, em meio aos inúmeros pensamentos que chegam à nossa mente nesses momentos. Ao final, que entendamos que todo sofrimento será findado, e que Jesus nunca nos abandonará, pois Ele, por nós, dera a sua própria vida para que encontrássemos a paz e a libertação do mal.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ANDRADE, Jovani, TIAGO, Roosevelt A. Esperança. 1. ed. Goiânia: FEEGO, 2016. 316p.


INCA - Instituto Nacional do Câncer. ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer. Rio de Janeiro: Inca, 2011 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abc_do_cancer.pdf/. Acesso em 01 jan. 2021.


KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. 131. ed. Brasília: FEB, 2017.


XAVIER, Cândido Francisco, VIEIRA, Waldo. Leis de Amor. Uberaba: Editora Feesp, 1963.

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