“DEEM A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR E A DEUS O QUE É DE DEUS”
Helena Kolbe
“Espíritas!
Amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo.”
Iniciamos esse artigo com essa citação pois a doutrina espírita sempre nos incentiva ao estudo, ao conhecimento. Pois assim, evoluímos. Sempre com o amor guiando nossos passos.
Por isso, devemos ensinar com amor. Mas, pensamos no ensino como matérias da escola, educar os filhos para que eles falem as tais “palavrinhas mágicas” que são: por favor, obrigado, com licença etc. Esquecemos de que o dinheiro faz parte de nossa vida material e que deve ser ensinado e aprendido como todas as outras coisas.
Em Marcos, capítulo 12 versículos de 12 a 17, temos o questionamento sobre se é certo pagar impostos. E Jesus diz “Deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
Ora, se vivemos no plano físico, precisamos da matéria. Devemos separar as duas coisas e, ainda sim, encontrar algo em comum, num equilíbrio para seguirmos nossas vidas da melhor maneira possível.
No plano físico, estudamos para nos preparar para a vida adulta, trabalhar, receber um salário para nos sustentar. A sociedade nos fala que precisamos “ter as nossas coisas e não contrair dívidas”. Mas, não nos é ensinado como nos relacionar com o dinheiro, como equilibrar o que precisamos com o que queremos e com o que podemos, financeiramente falando. Além da “obrigação de fazer caridade”.
Por muito tempo ouvimos que “dinheiro não traz felicidade” que “é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”, e passamos a acreditar que ter uma vida sofrida é bom. O que não é verdade, Deus não nos criou para sofrer, qual o sentido disso, se Ele é pura bondade e infinito amor?
Na questão, 685, do Livro dos Espíritos, Kardec pergunta se o homem tem direito a repouso na velhice. Os imortais respondem:
“Sim, que a nada é obrigado, senão de acordo com suas forças”
Trabalhamos para conquistar nossos sonhos e para termos um futuro tranquilo. Oras, então é claro que precisamos organizar a vida financeira para que esse objetivo seja alcançado. E, na questão 881, isso é reforçado quando Kardec pergunta se é direito acumular bens que permita o repouso, sendo a resposta muito clara e detalhada:
“Sim, mas ele deve fazê-lo em família (...) e não como egoísta (...)”
O dinheiro também é criação de Deus, logo, é tão sagrado quanto todas as outras criações. É neutro, não é bom, nem ruim. Nós é que fazemos bom uso ou mau uso dele. Seguindo essa linha de raciocínio, temos uma explicação muito lógica dos amigos espirituais, quando Kardec questiona: “719. Merece censura o homem, por procurar o bem-estar?”, resposta “É natural o desejo de bem-estar, Deus só proíbe o abuso (...) ele não condena a procura do bem-estar, desde que não seja conseguido à custa de outrem (...)”. Ou seja, o supérfluo é ruim, assim como é ruim abusar de outros para acumular bens.
A doutrina nos convida a raciocinar sobre a vida material, sem misticismos, sem medos. Ela nos encoraja ao trabalho e a conquistar nossos objetivos. Teremos mérito ao descanso, pois passamos a vida produzindo e sendo úteis. O trabalho, aqui no orbe, é para a nossa evolução e parte disso, é fazer o bom uso do dinheiro, para ajudar o próximo e a nós mesmos.
O importante é deixar claro que tudo que fazemos pensando no bem é válido. E é importante educar uma criança para que ela saiba dar valor ao dinheiro e prepará-la para um futuro com qualidade de vida, pois, se Deus nos deu a experiência na matéria, precisamos, a todo custo, mantê-la saudável. E, com educação financeira, não seria diferente.
Educação financeira, deve sim, começar na infância, para que possamos garantir uma velhice tranquila.
Se temos a disposição de tantas oportunidades de renda extra, é porque Deus nos permite alcançar sonhos. Se temos a disposição tantas ferramentas que nos ajudam a controlar nossos gastos, é porque Deus nos avisa que precisamos de prudência para pensar no amanhã, em possíveis imprevistos e emergências. Saber controlar o dinheiro, nos permite ter momentos de felicidades, como ter, desde algo simples, até algo que julgamos impossível.
E, vivendo no plano físico, precisamos pensar em caridade material: alimentos, roupa e cuidados com a higiene pessoal. E, quem menos tem, precisa da ajuda de alguém mais afortunado, está aí o equilíbrio entre a vida financeira e a vida espiritual. Todos podemos doar alguma coisa, seja ela alimentos, roupa ou material de higiene e limpeza doméstica. A caridade é o amor em ação, é doar sem esperar nada em troca, é ser feliz em servir a quem não lhe retornará benefício material nenhum. Mas a ligação de amor fraterno será feita. Tudo está interligado, bens materiais e bens espirituais, se feito de coração e seguindo os passos de Jesus, que, a seu exemplo, quando multiplicou pães e peixes, que é material, também não multiplicou o amor entre os irmãos ali presentes?
Com trabalho e esforço, é mérito ter uma vida confortável e bens materiais, é permitido momentos de prazer, é uma recompensa. Além de ter a tão sonhada tranquilidade na velhice. Acumular dinheiro com objetivo, com sabedoria e prudência. Mas, nos é ensinado que, devemos estender a mão ao próximo, pois somos todos irmãos, somos uma única e grande família espiritual. Não é errado acumular bens, senão, qual o objetivo da prova da riqueza? A questão é como gastar, no que gastar, pois, precisamos melhorar a vida material do planeta e de toda humanidade. Isso só é possível com educação e conhecimento.
Sem dinheiro, não teríamos estimulantes para o desenvolvimento da ciência, por exemplo. É inegável que Deus é a favor da evolução científica, e, para pesquisas, descobrimentos de curas e vacinas é necessário estudos e planejamento financeiro.
Bioigrafia:
OLIVEIRA, Therezinha. Iniciação ao Espiritismo. Ed 14. Ed Allan Kardec 2005
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Ed 93. FEB 2016
Evangelho Segundo o Espiritismo. Ed 58. Lake2002
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