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Guerra na Síria: Profecia Bíblica?



A Síria vive há sete anos uma verdadeira guerra civil entre o seu governo e grupos radicais. Nos últimos dias, é sabido por todos, que centenas de crianças faleceram em ataques provenientes de tal situação. Essa guerra começou no ano de 2011, na chamada Primavera Árabe, momento em que o povo síria se revoltou com o governo de Bashar-al-Assad, que respondeu com violência e assim se mantém até os dias atuais. O caos se intensificou desde o dia 18 de fevereiro deste ano, quando o governo americano decidiu atacar uma base militar no interior do país. O sofrimento é tão grande e assustador, que muitos cristão vêm dizendo que esse conflito é uma profecia bíblica que está se cumprindo, e grande é o número de questionamentos acerca dessa afirmativa.

Em Isaías, capítulo 17, versículos 1 a 3, diz-se que a cidade de Damasco (capital da Síria) não mais será uma cidade, e sim um amontoado de ruínas. Aduz, também, que Efraim não será uma fortaleza e que Damasco será tomada pelos israelitas.

Já em Jeremias, capítulo 49, versículos 24 a 27, prevê-se que Damasco se torna frágil, que seus habitantes a abandonam e que o pânico se instalará pela região, que perceberá apenas dor e angústia. Refere-se a um dia em que o jovens sucumbirão nas ruas, calando todos os guerreiros e que o fogo será ateado na cidade, que não mais será vista como uma fortaleza.

Finalmente, em Ezequiel, capítulos 38 e 39, fala-se sobre Gogue e Mogogue, que entrarão em guerra. Afirma-se que nos últimos dias da história, Rússia e Irã formarão uma aliança para atacar Israel pelo norte.

Claramente o assunto é polêmico e divide opiniões. Longe desse artigo passa o objetivo de dizer tratar-se de uma realidade ou de uma ficção. Aqui apenas será visto o que os Espíritos nos trazem acerca das ditas previsões do futuro.

Nas questões 868 e 869 de O Livro dos Espíritos, constam:

868 – Pode o futuro ser revelado ao homem?

Resposta – Em princípio, o futuro lhe é oculto e só em casos raros e excepcionais permite Deus que seja revelado.

869 – Com que fim o futuro se conserva oculto ao homem?


Resposta – Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria do presente e não obraria com a liberdade com que o faz , porque o dominaria a ideia de que, se uma coisa tem que acontecer, inútil será ocupar-se dela, ou então procuraria obstar a que acontecesse. Não quis Deus que assim fosse, a fim de que cada um concorra para a realização das coisas, até daquelas a que desejaria opor-se. Assim é que tu mesmo preparas muitas vezes os acontecimentos que hão de sobrevir no curso da tua existência.

Sendo assim, entende-se muito raramente, e apenas em casos excepcionais, Deus permite que o futuro se revele, explicando em seguida que se o futuro não fosse uma incógnita, o homem, por sua natureza, negligenciaria o presente e não exerceria seu livre arbítrio, esperando apenas que as coisas acontecessem.

José Herculano Pires, no livro Visão Espírita da Bíblia (2008), demonstra Kardec no Livro dos Espíritos, capítulo III, final do item 59, que “depois de analisar as contradições entre a Bíblia e as Ciências, no tocante à criação do mundo, ele declara: ‘Devemos concluir que a Bíblia é um erro? Não; mas que os homens se enganaram na sua interpretação’”.

O autor segue adiante, esclarecendo:

“Essas palavras de Kardec, sustentadas através de toda a Codificação, esclarecem a posição espírita. Devemos reconhecer na Bíblia a sua natureza profética (ou seja; mediúnica), encerrando a 1ª Revelação, no ciclo histórico das revelações cristãs. Esse ciclo começa com Moisés (1ª Revelação), define-se com Jesus (2ª Revelação) e encerra-se com o Espiritismo (3ª Revelação). Os leitores encontrarão explicações detalhadas a respeito em O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, que é um manual de moral evangélica. O conceito espírita de Revelação, porém, não é o mesmo das religiões em geral. Revelar é ensinar, e isso tanto pode se feito pelos Espíritos (revelação divina) quanto pelos homens (revelação humana), mas não por Deus ‘em pessoa’, porque Deus age através de suas leis e dos Espíritos. A revelação bíblica, portanto, não pode ser chamada de ‘palavra de Deus’. Ela é apenas, a palavra dos Espíritos Reveladores, e essa palavra é sempre adequada ao tempo em que foi proferida. Isso é confirmado pela própria Bíblia [...]”.

José Herculano Pires continua dizendo que “as pesquisas históricas revelam que os livros da Bíblia têm origem na literatura oral do povo judeu. Só depois do exílio na Babilônia foi que Esdras conseguiu reunir e compilar os livros orais (guardados na memória) e proclamá-los em praça pública como a lei do judaísmo, ditada por Deus”.

Para finalizarmos por aqui essas proposições, o autor traz ainda que “o Espiritismo reconhece a ação de Deus na Bíblia, mas não pode admiti-la como a ‘palavra de Deus’. Na verdade, como ensinou o apóstolo Paulo, foram os mensageiros de Deus, os Espíritos, que guiaram o povo de Israel, através dos médiuns, então chamados profetas. O próprio Moisés era um médium, em constante ligação com Iave ou Jeová, o deus bíblico, violento e irascível, tão diferente do Deus-Pai do Evangelho. Devemos respeitar a Bíblia no seu exato valor, mas nunca fazer dela um mito, um novo bezerro de ouro. Deus não ditou nem dita livros aos homens”.

Após essa visão, resta a pergunta, que ficará para reflexão: É isso que realmente importa? Saber se as profecias bíblicas estão se cumprindo?

Não! Importa agora se condoer com a dor do próximo, ser humano e olhar com compaixão os nossos irmãos que sofrem na Síria e em outros lugares do planeta, inclusive aqui. Esquecer-se do sentimento de revolta e vingança, e focar na emissão do amor, dos pensamentos elevados e das orações sinceras que serão, com certeza, levadas pela espiritualidade amiga até aqueles que dela necessitem para suportar mais um dia. Que se faça a nossa parte, dentro das possibilidades de cada um, para auxiliar aqueles que moram em zonas de desespero e medo. A oração é tão rica quanto qualquer bem material. E quem puder ajudar financeiramente, que o faça, existem meios para isso.

Mais importante que adentrar em teorias da conspiração, que incitam a curiosidade humana por natureza, que se foque, agora, em ser irmãos!

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