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Liberta-te, Pássaro



Ao longo de nossa jornada em uma encarnação, geralmente carregamos diversas culpas. Algumas mais passageiras, como: a culpa por procrastinar, ou por se atrasar frequentemente, ou por ter faltado algum compromisso social importante para quem o estava planejando. Outras, que deixam marcas mais profundas e muitas vezes nos paralisam, como: a culpa por viver a sexualidade, a culpa por não ser ou fazer o que a sociedade espera de você, a culpa por não ser mais engajado socialmente.

Segundo a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional, “durante a infância, aprendemos que devemos sentir culpa e vergonha ao cometer um erro”, assim é que nos tornamos adultos que, ao primeiro erro, sentimos culpa por não termos alcançado o padrão esperado, nos mantendo presos ao passado (ao momento do erro) através da lamentação, criando uma imagem negativa de nós mesmos e possibilitando a repetição da mesma atitude de erro. Esta repetição se dá, principalmente, porque, enquanto se culpando, o indivíduo não se permite buscar alternativas e possibilidades para a mudança de atitude.

Esta culpa excessiva que podemos sentir está ligada, também, ao fato de que vivemos em uma sociedade hierárquica em todas as nossas instituições, desde a família até o governo. No livro “As dores da Alma”, psicografado pelo médium Francisco do Espírito Santo Neto, o espírito Hammed esclarece que a culpa é um meio de estabelecer dependência e determinar comportamentos e posturas de vida convenientes àquele que a incute. Em outras palavras, incutir culpa em alguém se torna conveniente àquele que quer exercer uma relação de poder sobre outrem, logo, a culpa se torna o recurso mais usual nas nossas instituições baseadas na hierarquia e relações de poder.

Na nossa educação durante a infância, somos levados a crer que devemos nos encaixar num padrão, nos moldar à forma. Este tipo de criação nos leva a internalizar atavismos psicológicos e crenças limitantes que, então, nos dificultam a caminhar com segurança nossos próprios passos na construção de nós mesmos e desconsideram nossas experiências anteriores acumuladas em milênios de reencarnações. Por ainda sermos imaturos espiritualmente de modo geral, ainda não conseguimos atingir a independência interior para superação destes atavismos e crenças a fim de compreendermos que somos individualidades, portanto, donos de nós mesmos.

Para Hammed, no mesmo livro, “quanto mais impedirmos as pessoas com as quais convivemos de agir e de pensar por si mesmas, mais estaremos dificultando suas oportunidades de amadurecimento e de crescimento espiritual. Os empreendimentos que os outros elegeram como os melhores para si deverão ser respeitados, pois os direitos naturais do homem lhes garantem a possibilidade de tomar decisões, errar, aprender, crescer, mudar e julgar a si mesmos”. Desta forma estaremos respeitando e garantindo o usufruto do livre-arbítrio (“direitos naturais do homem”) que nos foi outorgado a todos por Deus, sabendo-se que ele “se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo” (questão 122 de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec).

Assim, faz-se necessário que superemos nossas culpas e não incutamos tantas outras nos companheiros de jornada evolutiva. Devemos ter claro que a transformação, qualquer que seja, só se dá através da mudança de entendimento e de atitude. Ou seja, primeiramente precisamos de laboração mental, raciocínio, mudança de ponto de vista para que, então, alcancemos a compreensão, a aplicação, transformando nossa atitude. Desta forma, comecemos a analisar nossas culpas a fim de superá-las, iniciando nosso processo de individuação, independência interior, a fim de atingirmos a maturidade espiritual. Joanna de Ângelis, em “Iluminação Interior”, psicografado por Divaldo Pereira Franco, nos aconselha: “Empenha-te, desse modo, pela conquista da consciência de ti mesmo, identificando os objetivos essenciais em relação àqueles que são secundários, entregando-te ao trabalho de consegui-lo”.

Liberdade pressupõe trabalho, esforço contínuo, erro e acerto. A conquista de nós mesmos requer mergulho interno, observação, ponderação, regeneração. Por isso, troquemos a culpa que paralisa, lamenta e dói por responsabilidade e comecemos hoje a construir o futuro ditoso de voo livre do Espírito Imortal. Liberta-te, pássaro!

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