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A Depressão e os Caminhos Para a Felicidade



Ariel Telo


A Organização Mundial de Saúde define a depressão como um transtorno mental comum, um distúrbio caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, além de problemas no sono e no apetite, atingindo, atualmente, mais de 350 milhões de pessoas ao redor do mundo.

Enquanto doença, a depressão deve ser tratada por profissionais especializados, e, se necessário, com o auxílio de medicamentos adequados a cada caso. No entanto, além do tratamento médico pertinente, podemos, ademais, empregar esforços no sentido de tratar a depressão de dentro para fora, valendo-nos das ferramentas que nos oferece o Espiritismo. Não podemos, pois, ignorar as causas espirituais e morais desse fenômeno, já que é mais do que certo que nosso estado de espírito exerce constante influência sobre cada uma das células do nosso corpo, para o bem ou para o mal.

Uma vez em depressão, somos comumente acometidos por sentimentos de medo, culpa e desânimo, que nos empurram cada vez mais para baixo, como que numa enorme fossa cuja saída se distanciasse gradativamente, dia após dia. No entanto, doutrina consoladora que é, o Espiritismo nos oferece auxílio e socorro necessários para que possamos, aos poucos, encontrar novos caminhos em direção à luz!

Ao superarmos os sentimentos de medo e de culpa, damos um largo passo em direção à felicidade, respeitando, decerto, os eventuais tratamentos médicos e psicológicos indispensáveis para o paciente com depressão no caso concreto.

O sentimento de medo se resume à aversão por tudo aquilo que é desconhecido. No geral, temos medo e ansiedade por não sabermos exatamente quais rumos tomarão os resultados dos nossos atos, e por desconhecermos o que a vida nos reserva mais adiante. No geral, a sensação de insegurança nos aflige, como que torturando-nos em nosso íntimo, afetando, direta ou indiretamente, nosso sono, nossa alimentação e nossas relações sociais.

Alguns, por exemplo, podem ter medo de aranhas, o que é justificável, uma vez que algumas espécies podem oferecer grandes riscos à saúde. Mas, certamente, um biólogo – mais especificamente um aracnólogo – por conhecer intimamente todas as peculiaridades do mais diversos tipos de aracnídeos, jamais temeria uma simples aranha, já que carrega com ele todo o conhecimento acerca do assunto. Igualmente, alguns podem ter medo de sair em público; no entanto, essas mesmas pessoas provavelmente se sentem à vontade com os familiares e amigos, pois os conhecem muito bem, e isso traz conforto e segurança. Outros, ainda, podem ter medo do escuro, mas, ao acenderem uma luz, o medo desaparece, pois tudo aquilo que estava oculto passa a ser revelado.

Da mesma maneira, nós, seres imperfeitos, tememos o desconhecido por não termos consciência do que pode ou não pode efetivamente nos fazer mal. Nesse sentido, a cura para o medo é o conhecimento, que nos proporciona a fé raciocinada, sobre a qual ensina o Espiritismo com tanta autoridade. Ora, a Doutrina Espírita nos esclarece tudo o que nossas almas possam almejar saber, a fim de que todo o medo seja elidido, de sorte que o estudo da doutrina nos fortalece incomensuravelmente pela fé e pelo conhecimento.


Já o sentimento de culpa decorre da consciência pesada, da sensação de que nossos atos não são tão bons quanto deveriam ou poderiam ser, e de que não seremos capazes de suportar o peso de todos os nossos erros, presentes ou passados. Consequentemente, o desânimo nos envolve, como se não pudéssemos jamais melhorar, nos mantendo estagnados.


Igualmente, o Espiritismo, lastreado na divina doutrina do Mestre Jesus, oferece a cura para esse male, a qual se resume na máxima do Cristo que diz “Sede perfeitos, assim como vosso Pai Celeste é perfeito”. A princípio, no entanto, parece-nos utópico que possamos ser perfeitos de imediato, afinal, se pudéssemos, nem mesmo sofreríamos.

Para melhor entender a que Cristo se referia quando proferiu tal ensinamento, é necessário deixar de lado o sentido literal da palavra “perfeito”, pois só Deus o é. É, pois, plenamente possível que sejamos perfeitos, dentro, é claro, de nossos limites.

O Espiritismo vem dilucidar, de maneira inequívoca, todos os ensinamentos de Jesus, de forma que, aplicando-nos em segui-los, com amor e dedicação, conseguiremos atingir a nossa perfeição individual.


É claro que existem, nessa Terra, espíritos mais ou menos evoluídos. Entretanto, cada qual tem o seu limite. A partir do momento em que há o esforço para se atingir esse limite do que podemos dar, já estamos a caminho da nossa perfeição.

Não é necessário, a princípio, que sejamos perfeitos em nossas ações. Contudo, a partir do momento em que passamos a reconhecer as nossas falhas, vigiando e orando, e procuramos melhorá-las da melhor maneira que consigamos, dia após dia, já estamos no nosso limite de perfeição, que só crescerá, inevitavelmente, com o decurso intransponível do tempo.

Uma pessoa de temperamento forte, por exemplo, pode se irritar várias vezes ao dia. No entanto, se em cada um desses episódios de cólera ela for capaz de, por meio de seu esforço em sua reforma íntima, perceber sua irritação e tentar contê-la, já estará caminhando a passos largos em direção à sua perfeição individual.

A perfeição a que Cristo se referia, portanto, não era a purificação imediata de todos os nossos atos, eivados de tantos vícios, mas, sim, o esforço incessante em melhorar as nossas faculdades morais e espirituais para que essa purificação aconteça pouco a pouco todos os dias, nos limites de nossa capacidade individual.

Estudar a Doutrina Espírita nos instiga essa vontade vivaz de melhorar, ao passo que, por meio de elucidações dos ensinamentos do Mestre, nos guia pelo caminho certo, demonstrando como devemos agir e nos comportar a fim de que nossos passos trilhem a divina senda do Cristo.

Cientes de que, por meio de uma reforma íntima, aplicamos esforços em dar o nosso máximo para nos aperfeiçoarmos, e abrindo mão de velhos vícios e costumes prejudiciais em prol de nossa evolução, somados ao incessante trabalho no bem, o sentimento de culpa é completamente erradicado de nosso âmago, enquanto atraímos para nós a inevitável benção da perfeição.

Reforcemos, por meio do estudo da Doutrina Espírita e dos ensinamentos morais do Cristo, a nossa fé, que é a certeza do que nos reserva a vida após o perecimento da matéria, e a certeza de como devemos nos transformar por dentro, para que os problemas se resolvam, consequentemente, por fora.

Trabalhemos, todos os dias, as nossas faculdades morais, intelectuais e espirituais. Coloquemos como principal objetivo de nossas vidas a reforma íntima e o trabalho no bem, já que a caridade é o único caminho para a salvação. Com conhecimento, fé, força de vontade e muito trabalho na caridade e em nós mesmos, certamente é possível vencer, não somente a depressão, mas todos os empecilhos e dificuldades que a vida porventura nos obste. Não nos tornemos vítimas do desânimo, pois, como sabiamente nos lembrava Chico Xavier, “isso também passa”!

*Ariel Telo é colunista voluntário do Blog Letra Espírita. Leia outros artigos de sua autoria clicando aqui.

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