A Doutrina Espírita e o conceito bíblico de salvação

Guilherme Carvalho

Seres Imortais que somos, desde os primórdios travamos contato com o Invisível através dos diversos exemplos de mediunidade tão bem expostos em O Livro dos Médiuns. Como temos por destino a perfectibilidade, nosso inconsciente produz o que o filósofo alemão Edmund Husserl denominou como latência psíquica. Por meio de sua influência nos questionamos no que diz respeito a nossa destinação pós fenômeno biológico, a morte.

No decorrer da História Humana, ao alçar das civilizações antigas para a modernidade, fomos conduzidos pela relação de afinidade a nos encaixarmos no envolvimento mental que nos afeiçoávamos. Aos que gostavam de dedicar-se a pensar num Ser Celeste, Supremo, Inatingível, encaminhavam-se as religiões; aos que por dedução, tentativa e erro, eram experimentadores, encaminhavam-se a ciência, filosofia, enfim, cada um existia e permanecia no seu quadrante.

No entanto, pelo vil gosto de impor-se como opressor, o homem que é o lobo do homem segundo o filósofo inglês Thomas Hobbes, gostaria de ser dominante e utilizando desses núcleos por intermédio do poder aquisitivo monetário, destacava a salvação ao seu bel-prazer.

Na bíblia católica, predominante na maior parte da história da Humanidade, organizada por 73 livros, que transitam em Antigo e Novo Testamento, contando a história de diversos povos orientais, que por temor ou não ao Deus Único morriam e matavam. A salvação dependia exclusivamente de seguir inveteradamente a vontade de Deus como exprimiam os sacerdotes.

Despida de dogmatismos a Doutrina Espírita disserta que não é o arcabouço, a estrutura em que transitoriamente você está hoje que lhe afirmará lugar no Mais-Além e sim suas ações e os pensamentos impostos nas investidas sinceras para o bem ou para o mal através do livre-arbítrio.

No capítulo 15 do livro O Evangelho Segundo O Espiritismo, dedica-se o Codificador junto a outros Espíritos para levantar a máxima bandeira dos Espíritas, caridade, vive-la praticando mediante toda e qualquer experiência carnal que se tenha, visando sempre a imortalidade de que somos conhecedores (KARDEC, 2023, p. 188).

Salvar-se-á aquele que por Amor, ame seu próximo, amando a todos indistintamente, utilizando-se categoricamente das ações até que se infiltre no seu ser para, de maneira natural, agir caridosamente. E para os Espíritas, principalmente, levantar o estandarte da Doutrina no altar de seus corações, propagando o lema imorredouro: “Fora da Caridade não há Salvação”!

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Referência:

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo O Espiritismo, tradução de Guillon Ribeiro. Campos dos Goytacazes, RJ: Editora Letra Espírita. 2023.

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