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Dia da Saudade



Já dizia o saudoso Chico Xavier: “A saudade é uma dor que fere nos dois mundos”.


Ah, a saudade! Machuca perdermos o olhar que se cruza, as mãos que se tocam, a voz que se ouve, o cheiro que não se esquece. Amigos, pais, mães, avós, namorados, maridos, filhos... Todos têm cheiros únicos, vozes inesquecíveis. A saudade fere aqui e fere lá, com certeza. Apesar da certeza do reencontro breve, a ausência física ainda é incompreendida pela grande maioria de nós. Saudade... Que saudade! Eu também tenho muita saudade guardada no peito.


Quando alguém que se vai, o silêncio é ensurdecedor. Um telefone que deixa de tocar com um determinado número nos incomoda mais do que mil outras ligações. A palavra saudade, tão cheia de simbolismo e significado, só existe na língua portuguesa, tendo a mesma raiz etimológica que a palavra solidão. E sim, a língua portuguesa tem razão. Ao sentirmos saudade de alguém que se foi, mil outras companhia não conseguem preencher o vazio de uma só.


Entretanto, Espíritas que somos, sofremos, é claro, mas devemos dar outro destino à saudade. Hoje, de acordo com o calendário sazonal, é o dia da saudade. E como devemos levar esse dia em nossos corações? Com oração, não permitindo que suas garras nos envolvam em uma prisão emocional. “Os afetos que nos unem pelos laços eternos são os que mais preenchem de muitas felicidades e bem-estar” (Vera Jacubowski).


Que as nossas mais lindas vibrações e palavras sejam enviadas àqueles que já partiram, enchendo-os com o nosso amor, nossa alegria por um dia termos estado juntos, na certeza de que um dia novamente estaremos. Que no dia da saudade, saibamos ser saudade. Que revivamos com felicidade os momentos de união, com sorriso nos lábios e resignação no coração. Que peçamos ao nosso Mestre Jesus que olhe e cuide de nossos amores, que os preencha com fé e aceitação, que os encaminhe pelas trilhas do conhecimento, entendimento e evolução. Que eles olhem por nós aqui na Terra, inspirando-nos o amor que nos une.


É na oração que estamos mais próximos de quem não mais sentimos fisicamente. É na oração que nossos corações se encontram, revivendo laços que serão eternos. É na oração que o coração se acalma e a etimologia da saudade-solidão ganha um novo significado. Que o adeus seja sempre um até breve em nossos sentimentos, e que a saudade que fica seja uma lembrança boa da convivência permitida.


Conclui-se esta breve reflexão com as belas lições e ensinamento de Joanna de Ângelis: “Imagina-te impossibilitado por leis soberanas de socorrer ao amor da retaguarda que, em desalinho caprichoso, chamasse e imprecasse por ti, e verificarás quanto te seria doloroso. Assim também eles sofrem em razão de atitude contundente, quando se alegra em face da resignação da saudade dúlcida e das preces gentis que os afetos lhes devotam”.


Nunca nos esqueçamos que mesmo que os olhos físicos não vejam, quem amamos está sempre por perto. Uma boa saudade a todos nós!

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