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Espiritualidade além da ciência



O homem ocidental é dado aos fenômenos. Na sua correria diária, o que lhe faria parar tudo seria um fenômeno, algo ‘sobrenatural’. Muitos desconhecedores de tal ciência, associam o Espiritismo a práticas fenomênicas, adivinhatórias e por aí vai... Contudo, cabe aos adeptos da nobre Doutrina a prática da caridade, encaminhando, com responsabilidade e sincero afeto, os irmãos menos esclarecidos às lides de estudo.

Mas, por que não ousarmos tentar penetrar alguns mistérios de Deus? A vida é incontestavelmente o maior e mais intrigante fenômeno de que se tem notícia. A vida e tudo o que está à sua volta, logo, lícito é investigar sobre aquilo que dá sustentação a todos os seres.

Penetremos a natureza (o mundo natural). Já parou para refletir, na sua acepção mais profunda, que a Mãe Terra nos honra todos os dias, trabalhando sem parar para nos fornecer o asseado alimento do corpo, bem como o remédio, e quiçá o alívio da alma?

Obviamente, que o homem com a sua dignificante intervenção, interage no processo divino da semeadura. Mas, o que ocorre ali que torna uma semente de mostarda, por exemplo, em salutar produto que alimenta e auxilia na manutenção da saúde, além da própria semente por si só como nutriente excepcional? Muitos dirão: a Ciência explica. E, de fato, passamos a conhecer os efeitos de combinações, para alguns, pueris, mas na realidade, ainda hoje, surpreendentes. Poxa, duas partículas de hidrogênio e uma de oxigênio formam a água, indispensável para a vida do planeta e de todos os seres, de uma forma ou de outra. Talvez a nossa indiferença, porque recebemos a água, todos os dias, por processos que já nos são tão familiares que nos fazem concebê-la pueril, mas para quantos de nossos irmãos, ainda à margem das condições básicas de saneamento, quando têm acesso a uma torneira, a água que dali sai é o próprio milagre?

Conforme dito, esses são os magníficos efeitos! Mas e as causas? Kardec inquiriu os Benfeitores da Humanidade em “O Livro dos Espíritos” da seguinte forma: Pode o homem conhecer o princípio das coisas? E a resposta categórica: Não, Deus não permite que tudo seja revelado ao homem, aqui na Terra.

Emmanuel, na obra “A Caminho da Luz”, convida o leitor à recordação do ascendente místico de todas as civilizações que surgiram e desapareceram evocando os grandes períodos evolutivos da Humanidade, com as suas misérias e com os seus esplendores, para afirmar as realidades espirituais acima de todos os fenômenos transitórios da matéria, que a Ciência chegou a dominar, mas lembre-se, foram/são transitórios.

Com o ensejo de Emmanuel, remontemos aos primeiros atlantes e suas técnicas de agricultura, em que os frutos eram mais viçosos e suculentos, pois o solo era cuidadosamente protegido antes do plantio, ensejando um ecossistema totalmente vigilante a quaisquer pragas. Atualmente, o orgânico tornou-se raro e até modismo entre alguns financeiramente mais favorecidos. Mas a saúde e bem-estar são direitos divinos de todos. Quem os embargou?

Com efeito, o homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta. (...) Para alimentar essa população que cresce incessantemente, preciso se faz aumentar a produção, conforme traz “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. No entanto, se posto assim está, entende-se, nas subliminares, que as condições para este avanço estão na mesma proporção que reclama o sistema orgânico do ser humano, que não difere entre as camadas sociais. Mas não, o homem, na posse do seu livre-arbítrio enveredou pelo caminho do rápido e imperfeito, com ares de “meu quinhão para a sociedade”.

Enganaram-nos, é verdade. Verdade, também, é que depois deixamos nos enganar. Abandonamos nossos pequenos roçados urbanos, nossos singelos jardins, que em salubridade e beleza deixavam as vias mais harmônicas. Porque precisávamos de mais um lugar de garagem ou porque prático mesmo era morar em apartamento (não, de fato, pela necessidade, mas pelo status que a sociedade impunha), deixamos o cultivo da terra nas mãos dos ambiciosos e ansiosos pelo numerário que seus arranjos proporcionariam em prestando este desserviço fenomênico do cultivo ultrarrápido e super tóxico à população.

Neste momento estão em voga as hortas urbanas, a permacultura, aproveitemos a deixa para que não seja apenas mais uma onda... que vai passar. Providenciemos um espaço para um canteiro, modesto que seja, em nosso quintal, na varanda ou janela dos nossos apartamentos, no pedacinho de terra que nos cabe viver, voltemos a cultivar ou passemos a cultivar a semente que nos foi dada pelo ‘mistério’ do Senhor de todos os seres e de todas as coisas, para que pudéssemos viver nossa trajetória individual e coletiva com as bênçãos da essência do que é perfeito.

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