Mediunidade e Sonhos

Juliana Procópio
“Categorizados por Allan Kardec como fenômenos de emancipação da alma, o sono e os sonhos são indicativos de que o Espírito encarnado nunca está inativo, ainda que mantido ligado ao corpo físico pelo perispírito: Durante o sono, apenas o corpo repousa, pois o Espírito não dorme; aproveita-se do repouso do corpo e dos momentos em que a sua presença não é necessária para atuar isoladamente e ir aonde quiser, no gozo então da sua liberdade e da plenitude das suas faculdades.
Durante a encarnação, o Espírito jamais se acha separado completamente do corpo; qualquer que seja à distância a que se transporte, conserva-se preso sempre ao corpo físico por um laço fluídico, que serve para lembrá-lo de retornar a este, desde que a sua presença ali se torne necessária. Somente a morte rompe esse laço”.
Em muitos casos acreditamos que não sonhamos por muitas noites visto que não “(…) há lembrança do que o vosso Espírito viu durante o sono. Notais, porém, que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais do que vistes ou de tudo o que vistes”.
Como está descrito no Evangelho Segundo o Espiritismo, "o sono foi dado ao homem para a reposição das forças orgânicas e morais. Enquanto o corpo recupera as energias que perdeu pela atividade no dia anterior, o espírito vai se fortalecer entre outros espíritos".
Durante o sono podemos nos encontrar tanto com encarnados como desencarnados, ir para esferas superiores estudar e manter contato com espíritos mais evoluídos do que o nosso. Podemos ir trabalhar no auxilio de outros espíritos acompanhando grupos de socorristas ou também podemos ser obsediados por espíritos trevosos se nossa frequência magnética assim buscar. Nesse ultimo caso temos as impressões que comumente chamamos de pesadelos. Portanto teremos no sono os mesmos tipos de companhias que alimentamos por nossos pensamentos durante o dia. Daí vem à necessidade de fazer boas leituras, manter bons pensamentos vigiando-nos quando escorregarmos em maledicências ou maus pensamentos, pois atraímos o que pensamos.
“Por efeito do sono, os Espíritos estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos (…) O sono é a porta que Deus lhes abriu para entrarem em contato com seus amigos do Céu; é o recreio depois do trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final, que os restituirá ao meio que lhes é próprio.” (L E402)
Não devemos nos esquecer de meditar e orar antes de ir dormir para aproveitar o máximo esses momentos já que 1/3 de nossa vida passamos dormindo. Evitar filmes pesados, leituras e informações desagradáveis e violentas para assim não desenvolvermos pensamentos da mesma vibração e perdermos a oportunidade de nos encontrarmos com espíritos mais evoluídos.
“Os avisos por meio dos sonhos desempenham grande papel nos livros sagrados de todas as religiões”. (…) É com frequência a ocasião que os Espíritos protetores aproveitam para se manifestar a seus protegidos e lhes dar conselhos mais diretos. São numerosos os exemplos autênticos de avisos por sonhos; porém, não se deve concluir daí que todos os sonhos são avisos, nem, ainda menos, que tudo o que vê em sonho tem uma significação qualquer. Deve-se incluir a arte de interpretar os sonhos no rol das crenças supersticiosas e absurdas. (Gênese)
Assim o Livro dos espíritos nas questões de 403 a 405 vem nos esclarecer mais sobre esse assunto que instiga nossa curiosidade.
Então Por que não nos lembramos sempre dos sonhos?
“No que chamas de sono, só há o repouso do corpo, pois o espírito está sempre em atividade; aí, ele recobra um pouco de sua liberdade e se corresponde com os que lhe são caros, quer neste mundo, quer em outros; porém, como o corpo é uma matéria pesada e grosseira, dificilmente, conserva as impressões que o espírito recebeu, porque este não as percebeu através dos órgãos do corpo.” (L E 403.)
O que se deve pensar do significado atribuído aos sonhos?
“Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de sorte, pois é absurdo acreditar que sonhar com tal coisa, anuncia aquela outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens reais para o espírito, mas que, frequentemente, não têm relação com o que se passa na vida corporal; com frequência, também, como já o dissemos, é uma recordação; pode ser, enfim, algumas vezes, um pressentimento do futuro, permitido por Deus ou a visão do que se passa, naquele momento, num outro lugar a que a alma se transporta. Não tendes numerosos exemplos de pessoas que aparecem, em sonho, e vêm advertir seus parentes ou seus amigos do que está acontecendo com elas? O que são essas aparições, senão a alma ou espírito dessas pessoas que vêm se comunicar com o vosso? Quando tendes a certeza de que o que vistes realmente aconteceu, não estará aí uma prova de que não foi simples imaginação, principalmente, se aquilo não passava, absolutamente, pelo vosso pe