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Espiritismo e a era da informação: Como lidar com o excesso de informações

Núbia Miller


A partir do momento em que a internet passou a fazer parte do cotidiano, o acesso à informação e ao conhecimento tornou-se muito mais rápido. Com a intensificação do uso dos recursos digitais, a comunicação ficou mais veloz, acessível e, por vezes, complexa. Isso porque, após conquistar espaço nos lares de milhares de pessoas, as ferramentas on-line trouxeram inúmeros benefícios, mas também grandes desafios. Dentre esses, destaca-se o excesso de uso, a distração exagerada, a procrastinação e a extensão do ambiente de trabalho para casa, que interferem significativamente no bom convívio familiar. O que nos leva a questionar: que cuidados devemos ter em relação ao excesso de informações recebidas?

 

O grande legado da evolução tecnológica atual é capacitar de forma eficiente o indivíduo. Atualmente, cada um de nós possui mais poder para fazer nossa parte na transformação do mundo, do que as gerações passadas. A era digital nos deu acesso a um potencial de realização e criatividade que facilita a nossa tarefa como Espíritos encarnados em uma etapa tão importante como é a era de transição planetária. Nunca houve uma geração com tanta capacidade de levar Espiritualidade para tantos corações em uma velocidade que acompanha a urgência do momento (RIBEIRO, 2019, on-line). E a pergunta que nos paira seria: como discernir, diante de tantos conteúdos, o que é válido?

Diante da diversidade de conteúdos digitais, devemos sempre levar em consideração a integração das Obras Básicas e sérias da Doutrina Espírita como referencial teórico, além do conhecimento científico atual. Porém, não é possível estudar e viver as Leis Naturais impressas na Doutrina olhando apenas para o passado e vivendo como se ainda estivéssemos lá, mas também dividir espaço com o novo. As nossas referências são também nossa base e princípio, e a Lei de Amor deve estar diluída de forma atemporal; logo a Humanidade não precisa se aprisionar para poder seguir em segurança. O “bom senso encarnado” tem muito a nos direcionar nos estudos, assim como Kardec que viveu como um homem além do seu tempo e usava todas as tecnologias da época e informações disponíveis para construir, formular e propagar a Codificação Espírita.

 

A base doutrinária que permanece atual é importante para que não percamos a essência filosófica, religiosa e científica da Doutrina. Sobre essa preservação e perpetuação dos conteúdos, muito tem-se advertido aos Espíritas. O bom senso e a experiência sempre foram bons norteadores para o que se vê, lê e se ouve. Os recursos, produzidos das formas mais diversas possíveis, como palestras, textos, livros e podcasts, podem ser produzidos em qualquer tempo e por qualquer pessoa. Agir com discernimento na escolha do que será lido e estudado, e principalmente, do que será compartilhado e colocado à disposição para novos acessos, têm sido a orientação dada em muitos estudos sérios da Doutrina.

 

A tecnologia está sempre a favor do homem, mas nem sempre o homem é capaz de usar esse recurso a seu favor. A internet, através dos seus inúmeros recursos, seleciona os conteúdos mais relevantes produzidos pelo Movimento Espírita sobre o tema pesquisado ao longo da história da Humanidade, assim como em todos os campos do conhecimento humano, porém, devemos estudar, pesquisar de modo a discernir a origem desses conteúdos. Assim como também o fez Kardec, de forma a tornar as Obras Básicas como a base doutrinária de estudos, até os dias de hoje, o que nos conforta e enche de esperanças sobre o futuro da Doutrina Espírita, uma vez que esses conteúdos são de fácil pesquisa, versáteis, abrangentes e interativos, para assim, cumprirmos nosso maior papel na Doutrina, a sua divulgação, como já citou Chico Xavier na obra Estude e Viva: “O Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação” (VIEIRA; XAVIER, 1965).

 

Hoje, ao invés de nos preocuparmos em fazer o controle de todo conteúdo doutrinário produzido no mundo, precisamos nos ocupar em orientar os indivíduos a fazer análises críticas do que está sendo produzido e estudado e, nunca deixarmos de consultar a literatura básica. Esse é o nosso papel. Por isso, conscientizar os Espíritas da necessidade da consulta sistemática e recorrente às bases da Doutrina Espírita. No mundo do excesso de informação, a formação é mais poderosa do que qualquer recriminação.

 

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Referências:

RIBEIRO, Jaime. O estudo do Espiritismo na era digital - O futuro já começou. Blog Intelítera Editora, 30/04/2019. Disponível em: https://intelitera.blogspot.com/2019/04/o-estudo-do-espiritismo-na-era-digital.html. Acesso em 21/12/2024.

XAVIER, F.C. & VIEIRA, W. Estude e Viva. Editora FEB, 1965.


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