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Muitos os Chamados



Falando ainda por parábolas, disse-lhes Jesus: O reino dos céus se assemelha a um rei que, querendo festejar as bodas de seu filho – despachou seus servos a chamar para as bodas os que tinham sido convidados; estes, porém, recusaram ir. – O rei despachou outros servos com ordem de dizer da sua parte aos convidados: Preparei o meu jantar; mandei matar os meus bois e todos os meus cevados; tudo está pronto; vinde às bodas. – Eles, porém, sem se incomodarem com isso, lá se foram, um para a sua casa de campo, outro para o seu negócio.

– Os outros pegaram dos servos e os mataram, depois de lhes haverem feito muitos ultrajes. – Sabendo disso, o rei se tomou de cólera e, mandando contra eles seus exércitos, exterminou os assassinos e lhes queimou a cidade.

Então, disse a seus servos: O festim das bodas está inteiramente preparado; mas, os que para ele foram chamados não eram dignos dele. Ide, pois, às encruzilhadas e chamai para as bodas todos quantos encontrardes. – Os servos então saíram pelas ruas e trouxeram todos os que iam encontrando, bons e maus; a sala das bodas se encheu de pessoas que se puseram à mesa.

Entrou, em seguida, o rei para ver os que estavam à mesa, e, dando com um homem que não vestia a túnica nupcial – disse-lhe: Meu amigo, como entraste aqui sem a túnica nupcial? O homem guardou silêncio. – Então, disse o rei à sua gente: Atai-lhe as mãos e os pés e lançai-o nas trevas exteriores: aí é que haverá prantos e ranger de dentes –porquanto, muitos há chamados, mas poucos escolhidos. (S. MATEUS, 22: 1 a 14)

Em O Evangelho Segundo do Espiritismo, capítulo XVIII, item 2 da Parábola do Festim de Bodas (1), Allan Kardec nos traz as elucidações para o entendimento deste ensinamento de Jesus. As parábolas eram os meios pelos quais o Messias utilizava-se de alegorias compreensíveis aos povos da época de sua vivência na Terra, porém para entendê-las em verdade é preciso “tirar o espírito da letra”, ou seja, ir além das palavras.


Jesus, há mais de dois mil anos, tem nos convidado a entrar no Reino dos Céus, que não está em lugar algum senão em nós mesmos. É um estado de espírito e comunhão com a vontade da Fonte Criadora: que vibremos amor. Contudo, temos recusado este convite continuamente indo para “casa de campo, outro para o seu negócio” e “matando os que nos convidam”, voltando toda nossa atenção para o mundo das formas materiais, focando todas as nossas potencialidades nas conquistas efêmeras e transitórias e, com isso, “a cidade nos é queimada”, os sofrimentos nos encontram. Yasmim Madeira, apresentadora do canal espírita Rede Amigo Espírita, no programa Evangelho na Rede (2) nos diz: “Na matemática da vida, quando nós utilizamos os recursos celestiais apenas para nós, não estamos colocando em movimento os recursos, os padrões energéticos, e isso traz-nos infelicidade”. É desta forma que geramos dificuldades para nós mesmos, pois sobrepondo o ego ao self, vibramos centripetamente, em outras palavras, todas as nossas energias estão voltadas para nossa individualidade, para dentro, enquanto deveríamos estar vibrando centrifugamente, para fora, espargindo nossos potenciais energéticos em benefício de outrem.

Somos todos, indistintamente, chamados ao festim, convidados ao amor, ao Reino dos Céus, porém, para lá permanecermos, é preciso que sejamos escolhidos, fazendo-nos escolher. Para isso, devemos nos vestir da túnica nupcial atingindo a grande conquista do ser que, como nos esclarece Yasmim, “não é aquela que faremos no mundo das formas, mas no nosso universo intrapsíquico” (2), através da nossa mudança interior, modificando os traços comportamentais seculares de recusa ao convite da evolução e do amor ao próximo. Ela ainda nos diz que “o anjo que existe em nós é um arquétipo e só precisa ser acionado. E nós o acionamos com as nossas escolhas do dia a dia que promovem a ativação de energias apropriadas, que vão, à nível genético, acionar padrões novos ascensionais e esse anjo que nós somos vai vindo à tona” (2). A autoiluminação é processo constante, diário, segundo a segundo, orando e vigiando, controlando nossa impulsividade, o pensamento desvirtuado, a palavra que fere, a atitude prejudicial; transformando toda paixão e vicissitude em trabalho e benesse.

Jesus mantém seu convite, estende-o a todos nós, pedindo-nos somente o sacrifício do ego através da caridade: Fora da caridade não há salvação, afirma Allan Kardec (3). Vistamos a túnica do amor trabalhando com Jesus: consolando corações, mitigando a fome, abençoando quem quer que passe pelo nosso caminho; todos temos condições de dar alguma coisa em favor de alguém, porque somos deuses, cocriadores, colaboradores do grande concerto divino que se dá no universo. É chegada a hora de adentrarmos a porta estreita do Reino de Luz e Paz em comunhão com o Pai. Aceitemos nossa condição de servos de Deus e atendamos ao chamado do Amor Maior.

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Referências:

(1) KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Rio de Janeiro: 2010. “Parábola do Festim de Bodas”, capítulo XVIII, página 305.

(2) Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=Cxyd_NIRha0>, acessado em 27/05/2018 às 09h36min.

(3) KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Rio de Janeiro: 2010. “Parábola do Festim de Bodas”, capítulo XVIII, página 308.

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