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Obsessão e Desobsessão


Por: Ronaldo da Conceição Faria Júnior


Allan Kardec, em o Livro dos Médiuns Capítulo XXIII item 237 esclarece: “Ao número de dificuldades que apresenta a prática do Espiritismo, é necessário colocar em primeiro lugar a Obsessão, ou seja, o império que alguns Espíritos podem exercer sobre certas pessoas. Ela acontece porque Espíritos inferiores procuram dominar; os bons Espíritos não fazem experimentar nenhum constrangimento, aconselham, combatem a influência dos maus, e se não os escutam, se retiram. Os maus, ao contrário, ligam-se aos que podem prender. Se conseguem dominar alguém, identificam-se com seu próprio Espírito e o conduz como uma verdadeira criança”. Conforme a nossa perspectiva de observação e entendimento a origem da Obsessão tem ascendência em nossas próprias imperfeições morais, podendo citar entre elas: vícios, paixões acentuadas, despudor sexual, cupidez, apego demasiado a pessoas e objetos materiais, dentre muitos outros. Estes comportamentos viciosos nos colocam em perfeita sintonia vibratória com os espíritos inferiores e é exatamente através desta sintonia que estes espíritos são capazes de exercer influência perniciosa e dominante sobre o Obsidiado. É preciso observar que todos nós somos espíritos imortais e que ao deixarmos o corpo físico através do fenômeno natural da morte permaneceremos com todas as nossas imperfeições e sentimentos viciosos que cultivamos durante a nossa encarnação. Se gostávamos ou não de alguém, se tivemos ódio por determinada pessoa, nada disso é alterado pelo efeito da morte. Portanto aquele espirito que agora está desencarnado e que cultivava uma ideia de ódio ou de vingança, do outro lado da vida permanece com o mesmo propósito, ele não vai mudar somente porque chegou ao Plano Espiritual. E o que irá acontecer é que este espírito na maioria das vezes pode começar a procurar aquela pessoa que o infelicitou ou que o prejudicou, buscando a vingança e estabelecendo aí o processo obsessivo.


Podemos dizer que a Obsessão nada mais é do que uma conexão mental perniciosa entre dois ou mais seres e nasce através de uma ideia fixa em que estes estejam tendo entre si. Esta conexão pode ser estabelecida da seguinte forma:

A). Desencarnado para encarnado que se caracteriza como sendo o domínio de um ser que já não possui mais o corpo físico sobre alguém que ainda vive no plano físico. Este é o tipo mais comum de Obsessão e pode ter origem em vícios e comportamentos de baixa moral;


B). Encarnado para desencarnado que é evidenciada como sendo a ação danosa que exerce um ser que se encontra no plano físico sobre um espírito que está vivendo no plano espiritual. Este tipo de Obsessão é característico de familiares que perdem parentes (filho, pai, mãe, irmão ... etc.) através do fenômeno da morte e conservam a tristeza profunda da perda pensando no ente querido de forma a prejudica-lo na nova vida;


C). Encarnado para encarnado que pode ser observada como sendo a ação perniciosa que exerce um ser que se encontra no plano físico sobre um ser que também se encontra vivendo no corpo físico. Este tipo de Obsessão pode ser evidenciado entre pessoas que não cultivam o habito do perdão e que ao menor agaste consideram como inimigos aqueles que o prejudicaram;


D). Desencarnado para desencarnado que pode ser notada como sendo a ação perniciosa que exerce um ser que se encontra vivendo no plano espiritual sobre um ser que também se encontra no plano espiritual. Este tipo de Obsessão pode ser visto em seres que conservaram o sentimento de ódio e vingança mesmo após a morte do corpo físico;


Para que tenhamos uma visão ilustrativa do processo obsessivo podemos citar o exemplo de um espírito desencarnado que durante a sua encarnação no planeta Terra cultivava o vício do álcool. Após o desencarne este mesmo espírito sentirá a mesma necessidade de ingestão da bebida alcoólica, pois o simples fato de não ter mais o corpo físico, não retira dele o vício. Eis então que este espírito, necessitando absorver as emanações alcoólicas que possuem determinadas bebidas, aproxima-se de uma pessoa encarnada que tenha a predisposição ao vício do álcool. Então o esse desencarnado, através de emanações mentais, poderá induzir o encarnado a fazer ingestão da bebida alcoólica. Caso encarnado esteja sintonizado em uma faixa mental inferior, conseguirá captar as induções do desencarnado e, então devido à falta de vigilância e oração, fará uso do álcool, facilitando, dessa forma, que o espírito desencarnado satisfaça seu vício. Estabelece-se aí o processo obsessivo de desencarnado para encarnado.


A Obsessão assim como as doenças do corpo físico tende a se agravar na medida em que se passa o tempo e o tratamento através da Desobsessão não é aplicado. Sendo assim podemos classificar a Obsessão nos seguintes graus conforme o Livro dos Médiuns Capítulo XXIII itens 238, 239 e 240:


Obsessão Simples onde o médium sabe muito bem que está lidando com um Espírito zombeteiro e este não se esconde; não dissimula nada de suas más intenções e seu desejo de contrariar. O médium reconhece facilmente a mistificação e, como está sempre prevenido, raramente é enganado. Esse gênero de Obsessão é simplesmente desagradável, e não tem outro inconveniente que opor um obstáculo às comunicações que se quer ter com Espíritos sérios ou com aqueles aos quais se tem afeição. ”


Fascinação que tem consequências muito mais graves. É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que paralisa de algum modo seu julgamento em relação às comunicações. O médium fascinado não crê ser enganado: o Espírito tem o poder de inspirar uma confiança cega que o impede de ver a trapaça e de compreender o absurdo do que escreve, ainda que salte aos olhos de todo mundo. ”


Subjugação é um aperto que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir à sua revelia. Ele fica sob um verdadeiro jugo. A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é solicitado a tomar decisões às vezes absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão, ele crê sensatas; é uma espécie de fascinação. No segundo caso, o Espírito age sobre seus órgãos materiais e provoca movimentos involuntários. ”


Conforme o livro Sexo e Obsessão Capítulo 15 – Sexo e Obsessão “– O sexo é departamento importante do aparelho genésico criado com a finalidade específica para a procriação. Responsável pela reprodução dos seres vivos, constitui extraordinário investimento da vida, que o vem aperfeiçoando através dos milênios, a fim de o transformar em feixe de elevadas emoções que exaltam a Criação. Quando compreendido nos objetivos para os quais foi elaborado transforma-se em fonte geradora de felicidade, emulando ao amor e à ternura que expressa em forma de vitalidade e de bem-estar. Quando aviltado por qualquer forma de manifestação incorreta, faz-se cadeia retentora do ser na paisagem sórdida à qual foi atirado. Acionado pelo instinto, manifesta-se automaticamente por meio de impulsos que induzem à coabitação para o milagre da criação de novas formas de vida. Responsável pelo invólucro material, responde pela bênção de proporcionar o instrumento corporal, mediante o qual o Espírito evolve no rumo do Infinito. Com características próprias em cada fase do processo evolutivo, no ser humano alcança o seu estágio mais elevado, por vincular-se às emoções, lentamente superando as sensações mais primárias por onde passou no período das experiências iniciais da forma animal. Responsável pelos grandes envolvimentos na arte, na beleza, na fé, no conhecimento científico e filosófico, é sede de valores ainda não desvelados”. Através da mídia que se expressa através dos veículos de comunicação como a TV, Internet, rádio ... etc., o sexo vem sendo corrompido em seus variados níveis tornando a atividade sexual vulgar e corruptora onde o prazer imediato é o objetivo buscado através do sexo sem nenhum compromisso afetivo. Junto destas criaturas que se entregam a este tipo de comportamento existe um mundo invisível a parte que sorve as emanações dos prazeres sentidos pelos encarnados durante a atividade sexual, estabelecendo perfeita simbiose onde a troca de energias deletérias é evidenciada através de sintomas como as depressões, ansiedades, transtornos do humor e comportamentos violentos para com os parceiros.


O tratamento da Obsessão é realizado conforme o grau que se encontra estabelecida no Obsedado. Na grande maioria das vezes é necessário tratamento multidisciplinar que envolve a medicina aplicada ao corpo físico através de medicamentos bem como a medicina espiritual que envolve a fluidoterapia por intermédio do passe, da água fluidificada e da oração sincera. Outra medida profilática contra a Obsessão é a mudança de comportamento, eliminando de forma categórica os vícios e os comportamentos de baixa moral. Todas estas medidas farão com que a vibração do ser que as pratique seja elevada de forma que consiga captar a influência sadia e benéfica da Espiritualidade Superior que estará sempre envolvendo o espírito em emanações suaves de saúde e bem-estar espiritual. Desta forma a Desobsessão é fruto de muita perseverança e disciplina daquele que se encontra Obsedado e que deve insistir no caminho do bem e da boa conduta para então granjear a amizade dos bons espíritos que irão protege-lo da influência dos espíritos inferiores.


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Referências:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 2ª Edição - Mundo Maior Editora

FRANCO, Divaldo Pereira. Sexo e Obsessão, pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda. LEAL - Livraria Espírita Alvorada Editora


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