O Espírita nas festas de fim de ano
Simara Lugon
O final de ano se aproxima trazendo o clima de festas, confraternizações, eventos e muita comemoração. Algumas pessoas sentem-se felizes, contagiadas pelo clima de Natal, outras sentem-se melancólicas, relembrando tempos mais felizes junto aos seus, mas dificilmente alguém consegue passar incólume à magia do final do ano.
As crianças preparam apresentações nas escolas, alguns papais mais animados vestem-se de Papai Noel, alguns endividam-se inebriados pelo consumismo marcante nesta época onde todos querem presentear e serem presenteados. Outros programam viagens para visitar os parentes distantes, outros viajam para a praia para assistirem à queima de fogos do réveillon e outros só pensam em se embriagarem, em uma fuga por alguns dias dos problemas e preocupações do cotidiano.
E qual deve ser o comportamento do Espírita em meio a esse turbilhão de emoções, sensações e sentimentos? Todos possuem o seu livre arbítrio e a Doutrina Espírita não impõe nenhum tipo de comportamento específico ao Espírita, no entanto sempre o convida a refletir sobre seus impulsos e suas escolhas no dia a dia.
Primeiramente é necessário lembrar do verdadeiro motivo do Natal: o nascimento de Cristo. Muitos envolvem-se pelo consumo, pelas festas, pela farta comida e até mesmo pela embriaguez na noite de Natal, esquecendo-se de seu verdadeiro significado. Os que podem, devem reunir-se em família, mas sempre buscando recordar de que o Natal é tempo de celebrar a chegada de nosso Mestre Jesus, que veio a Terra para nos ensinar o verdadeiro significado do amor, da caridade e da benevolência. É tempo de recordar e reforçar em nossas vidas os Seus ensinamentos, e lembrar que depende de nós trazer para a Terra a verdadeira paz de Cristo.
Que lembremos de presentear aqueles que amamos, mas que lembremos também dos famintos, dos doentes, dos desamparados que tanto necessitam de atenção, de carinho e de afeto. Que lembremos daqueles que estão enlutados e ofereçamos a eles o calor do nosso sentimento. Que lembremos de orar pelos que choram, de levar o pão ao que tem fome e de doar o que pudermos para fazermos a vida do próximo um pouco mais feliz.
Que sejamos racionais, afinal, o Espiritismo é a Doutrina que traz o princípio da fé raciocinada, portanto que não nos percamos em meio ao exagero das compras, da alimentação desregrada e muito menos da embriaguez.
Aos que passam a noite de Natal em família, que tal fazerem uma leitura do Evangelho na noite de Natal, chamando as crianças e as ensinando a serem trabalhadoras da seara de Jesus na Terra? Aos que passam as festas cercados de pessoas, que lembrem-se daqueles que possam estar sós em seus lares, oferecendo a eles um convite e uma afetuoso abraço. Aos que passam sozinhos, lembrem-se de que Jesus sempre estará contigo. Aos que estão enfermos, em hospitais, em asilos, ou que se encontram longe de casa por algum motivo, separados dos seus, lembrem-se do Sermão da Montanha, onde Jesus disse:
“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.”
Que todos possamos ser mansos e misericordiosos, aceitando nossa condição e sendo um amparo ao próximo sempre que pudermos. Que sejamos gratos, independente da condição em que nos encontremos e que façamos sempre o bem, seguindo o exemplo de Jesus, não apenas na noite de Natal mas em todos os dias de nossas vidas.
E que nas noites seguintes ao Natal, possamos nos recolher em pensamento, refletindo em que podemos nos melhorar ainda nesta encarnação, para que no ano que se iniciar, possamos trabalhar com afinco em nossa reforma íntima, e assim, nos tornarmos um instrumento de Jesus e da espiritualidade amiga na construção do Reino de Deus na Terra.
Muita Paz e Boas Festas!
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Referência
Mateus 5:4-7
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