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Seria o mantra Om um autopasse universal?



Seria o mantra Om um autopasse universal?

Você reparou que no título temos duas palavras de diferentes vertentes do meio religioso e filosófico: o autopasse e o mantra? Como elas podem estar relacionadas entre si? Vale-nos a curiosidade de relembrar alguns significados, como o de “passe”, cuja definição quem nos dá é Salvador Gentile: passe é a ação ou esforço de transmitir, para o outro indivíduo, energias magnéticas, próprias ou de um Espírito, a fim de socorrer-lhe a carência física e, ou mental, que decorre da falta dessa energia.

O “autopasse” seria, para Edgard Armond, no livro “Passes e Radiações” (1999): a modalidade que permite ao próprio doente e aos médiuns de trabalharem em sua própria cura e utilizarem os recursos imensos que estão à disposição de todos [...]. Devem os médiuns se utilizar do autopasse para a limpeza psíquica de si mesmos e o recarregamento de energias dos plexos e centros de força.

E, de acordo com os antigos textos que fundamentam as religiões hinduísta e budista, “mantra” é uma palavra de origem sânscrita que significa “instrumento utilizado para direcionar o pensamento (man: pensamento, mente; tra: instrumento)”. Podemos dizer, então, que a função de um mantra é livrar a mente de pensamentos e ideias que alimentam nossa tendência ao negativo. Como? Por meio da concentração em um som.

Mantras não são criações humanas, mas fórmulas sonoras recebidas internamente por grandes sábios absortos em meditação. Embora os mantras nem sempre apresentem um significado literal, eles sempre comunicam um sentido espiritual muitíssimo profundo. (Disponível em: <http://caminhosdodharma.com.br/o-que-sao-mantras/>. Acesso em: 16 ago. 2018.)

Juntando a esse conceito de mantra, todos nós já ouvimos ou vimos este símbolo do mantra “Om”, que significa:

Om é uma sílaba única originada pelos Vedas, que significa em sânscrito “aquilo que lhe protege e abençoa”. Om é considerado em várias escolas, mestres e tradições, como o som primordial do Universo. Podemos afirmar, então, que Om é o princípio, meio e fim. É a totalidade. Seu tom monossilábico representa o Universo inteiro em sua energia não apenas o Universo físico, mas também a experiência dele. (Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WVJNUGaKW2M>. Acesso em: 16 ago. 2018.)

Agora que já estamos novamente familiarizados com os conceitos de “passe”, “autopasse” e “mantra”, podemos aprofundar nossa reflexão e mergulhar na essência que elas sugerem. Por exemplo, esses três recursos nos conectam com o nosso lado espiritual, o que está invisível à matéria, e também nos mostram a existência da manipulação de energia magnética e da força psíquica. E é, exatamente, nessas sugestões que unimos um pouco do Hinduísmo e Budismo ao Espiritismo, e elas juntas alinhadas à Ciência, nos conduzem a um ponto central: a fé consciente.

Por mais difícil ou confuso que possa parecer entender o que é “magnetismo” ou “força psíquica”, a existência deles não nos é um mistério, pois sua realidade está diante de nós, constantemente. Se você frequenta um centro espírita e recebe um passe, restaura suas energias, reequilibra seu sistema nervoso e se sente mais aliviado e tranquilo, é graças ao magnetismo. Se você faz algum tratamento terapêutico, como o reiki, você está em contato com o magnetismo e sendo curado por meio dele. E, finalmente, se você medita e entoa mantras, também está acessando o magnetismo e criando um campo de força ao seu redor.

Magnetismo é o poder de atrair ou repelir algo, como um imã que atrai para seu campo magnético partículas metálicas. Também somos capazes de realizar esse fenômeno natural. Léon Denis explica que “o magnetismo é a utilização [...] da força psíquica por aqueles que abundantemente a possuem”, ou seja, “quando os eflúvios magnéticos, bem dirigidos, quer em estado de vigília, quer no sono, restabelecem com frequência a harmonia nos organismos perturbados”. Ele complementa:

Pode assim a pessoa, pela automagnetização, tratar-se a si mesma, descarregando com o auxílio de passes ou fricções os órgãos enfraquecidos e impregnando-os das correntes de força desprendidas das mãos. [...]

E, quando essa força magnética é unida a uma vontade, a intensificamos mais:

A fé vivaz, a vontade, a prece e a evocação dos poderes superiores amparam o operador e o sensitivo. Quando ambos se acham unidos pelo pensamento e pelo coração, a ação curativa é mais intensa.

Há diversos estudos científicos que dão base para entender os fenômenos espiritualistas do passe, autopasse e da entoação de mantras, como aqueles feitos por William Crookes, Baraduc, Albert De Rochas; as experiências e teorias da física quanto ao magnetismo, eletromagnetismo, com Newton, Tesla, Hertz, entre tantos outros, e também na medicina, ao comprovar os efeitos da vibração do som no cérebro e no sistema nervoso.

O conhecimento que se desprende das áreas da Ciência, com a Física e a Medicina, direciona nossa mente à expansão da consciência humana, pois permite a ela acessar o além dos liames da vida e da morte, atingindo outras dimensões do Universo. Entender sobre onda e frequência, magnetismo e vibração, nos convida a superar os limites da matéria e a exaltar a fé que nasce do reconhecimento consciente de nos sentirmos parte de um Todo unificado, chamado Deus, Suprema Consciência e, por que não, Brahma (o Criador, segundo o Hinduísmo).

Reconhecemos, então, que essa força magnética está diluída no Universo, em convívio diário conosco, dentro de nós e disponível a todos, sem exceção, independentemente de religião, pois para acessá-la basta a fé e a intenção. Ele nos mostra que:

A exaltação da fé, que provoca uma espécie de dilatação do ser psíquico e o torna mais acessível aos influxos do Alto, permite admitir e explicar certas curas extraordinárias operadas nos lugares de peregrinação e nos santuários religiosos. [...]. Não são peculiares a tal ou tal religião: encontram-se indistintamente nos mais diversos meios: católicos, gregos, muçulmanos, hindus, etc. (DENIS, Léon. No Invisível: Espiritismo e Mediunidade. 15ª. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994.)

E ele vai além dizendo que o magnetismo é a medicina dos humildes e dos crentes, pois sua aplicação está ao alcance de todos e sua única exigência é: a confiança em nós mesmos e a fé no Poder Infinito, que por toda parte irradia a vida e a força. Em suas palavras: “magnetismo é um dom da Natureza e de Deus”.

Mas, o que tudo isso tem a ver com o título: “Seria o mantra Om um autopasse universal?”

Ao cantarmos uma canção, fazermos uma oração ou entoarmos um mantra ativamos esse magnetismo, expandimos nossa consciência e desatamos laços com o veículo material, entrando assim no mundo do invisível, na Espiritualidade.

Nós existimos em um oceano de sons e vibrações cósmicas, onde todos os seres são atravessados por uma rede complexa de campos de frequência, sejam de matéria volátil ou ultrassons. [...] Atualmente, os geofísicos reconhecem que o nosso planeta é um verdadeiro condutor de energia e que as polaridades (atmosfera e superfície) são correntes mensuráveis. Pesquisas de estudos sonoros demonstram que o som pode influenciar diretamente os corpos, mais especificamente os sistemas nervosos. (Disponível em: <http://institutobazzi.com/om-vibracao-e-frequencia-a-comunicacao-atraves-da-energia/>. Acesso em: 17 ago. 2018.)

Estamos mergulhados nessas correntes eletromagnéticas do som e do pensamento, de ondas, frequências e vibrações incessantemente, do Universo até o Planeta Terra, dos continentes até nosso lar, e do lar ao nosso parente. Isso significa entender que ao pronunciarmos o mantra Om:

o ser, em corpo, mente e espírito, entra em equilíbrio e harmonia. Em sânscrito a vogal “o” é um ditongo composto por “a” + “u”, por isso, Om é a representação de “Aum”. [...] Segundo alguns mestres hindus, “a” representa a criação de tudo ou a existência terrena e também o estado de vigília; “u” é a conservação do Universo, o estado de sonho; e “m” simboliza o estado de sono profundo, a transformação do Universo, destruição, iluminação ou consciência absoluta. Podemos observar que na existência, tudo é regido por essas três energias: criação, preservação e destruição. [...] Portanto, repetir esse mantra nos coloca mais próximo do Universo, da unicidade, do absoluto. Om é toda a energia do Universo, independente das representações, nós estamos todos conectados a tudo. Assim, somos um com o Universo, com a natureza e com os outros seres. (Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WVJNUGaKW2M>. Acesso em: 16 ago. 2018.)

Alguns estudos científicos revelam que um dos efeitos do som, como terapia, e neste caso podemos pensar nos mantras, é acalmar e reparar os plexos nervosos (chacras) e energizar a região das glândulas pineal e pituitária, além de proteger contra pensamentos e ideias que nos levam a estados mentais aflitivos e depressivos. Pelo fato de o som estar intimamente ligado a ondas e frequências eletromagnéticas, entoar mantras expande nossa sensibilidade e fortalece nossa intuição e criatividade.

Por essa reflexão, podemos responder que “sim”, o mantra Om é um autopasse universal. É o mantra que representa a criação de tudo, o som primordial do Universo. É a totalidade e a unicidade entre o Criador e todas as suas criaturas. Ao entoá-lo, desprendemos nossa mente do corpo físico e nos aventuramos no mundo espiritual com uma sensibilidade aguçada e desperta, com os sentidos mais apurados e vivos. Assim, então, somos levados à interação total entre o Pai e o filho que juntos estão vibrando em energias etéreas e magnéticas, em harmonia. Para o Pai é um benção e para o filho a consciência Dele refletida na fé, pela prática do autopasse, que renovou seu equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual.

No entanto, como tudo é realmente uno com Deus, não somente pelos mantras é que podemos nos automagnetizar, mas também pelas preces e cânticos carregados de fé e amor.

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