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Vampirismo Nas Festas de Peão



Em várias regiões do Brasil as festas de peão tornaram-se um marco, sendo aguardadas com ansiedade por todos que gostam de freqüentar este tipo de atração. Comerciantes, expositores, vendedores e compradores de gado, peões e trabalhadores diversos encontram na realização destas o aumento de suas rendas ou, em alguns casos, a garantia de renda para sustentar suas famílias.

Nos últimos anos vem crescendo o questionamento acerca dos limites éticos para referidas festas, uma vez que é inquestionável o sofrimento dos animais que ali são submetidos. Em 2016, foi discutida ação judicial proibindo as conhecidas “provas do laço” durante a festa de peão na cidade de Barretos, sendo que o desembargador que atuou em referido processo (Pericles Piza) apresentou entrevista ao site Consultor Jurídico, citando o parecer técnico sobre rodeios e avaliação das provas de laço, ambos da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, que deixam claro “que é irrefutável o sofrimento físico e mental suportados pelos animais submetidos a essas provas, caracterizando maus-tratos, injúrias e ferimentos”. Disse ainda o eminente jurista: “O argumento de ‘manifestação cultural’ não pode ser o suficiente para permitir e justificar que determinadas práticas, em evidente submissão de animais a crueldades, sejam realizadas”.

O Espiritismo traz esclarecimentos que precisam ser difundidos uma vez que muitos espíritas participam destas festas sem, no entanto, ter pleno conhecimento do alcance e resultados prejudiciais ao equilíbrio espiritual e, inclusive, para a mediunidade. O verdadeiro espírita precisa ter em mente a necessidade de mudança em suas ações. Na questão n. 595 do Livro dos Espíritos, a resposta oferecida já deixa claro que os animais são seres que têm raciocínio, sofrem e evoluem. Na verdade, seus corpos são os organismos necessários para a evolução do espírito que ainda encontra-se neste estágio evolutivo, com características e crescimento específicos.

Nós, seres humanos, já estivemos nesta condição. Essa consciência já é suficiente para nos mostrar que os animais convivem conosco neste planeta por um objetivo importante nos planos evolucionistas e, não somente para serem submetidos pelo ser humano como acontece ainda nos dias de hoje.

Em artigo muito bem elaborado e publicado em: http://animaiseoespiritismo.blogspot.com/2012/02/rodeios-e-vaquejadas-o-inicio-do-fim.html, o autor – Rodrigo Vidal – traz vários apontamentos sobre a crueldade e insensatez destas festas, sendo que destaco o que segue para nossa reflexão:

A crueldade, portanto, diminui o esplendor e a beleza da vida! A crueldade só encontra eco na alma distorcida, doentia e pervertida de pessoas afeitas à covardia e ao sadismo (psicopatologia de gozar com a dor alheia). Afirmar isso não configura um julgamento de valor, mas, sim, mera constatação objetiva.

Nossos modelos éticos e espirituais, tais como Jesus Cristo, São Francisco de Assis ou Gandhi são totalmente incompatíveis com a covardia e a crueldade para com os animais; ao contrário, exemplificam e ensinam o amor à natureza e a tudo que vive! Portanto, que fique claro que o conceito de crueldade é indissociável da idéia de uma conduta humana desnecessária e contrária à ordem, à moral, à espiritualidade, aos bons costumes e ao bom funcionamento da vida social e natural.

Nas obras de Marcel Benedetti é possível encontrar explicações claras e objetivas sobre o envolvimento espiritual nas festas de peão e todas as demais que envolvem a utilização vil e cruel de nossos irmãos animais. E, ao estudar as questões que tratam do vampirismo, obsessões bem como suas implicâncias na vida daqueles que se unem direta ou indiretamente a espíritos voltados a se alimentar e fortalecer das energias que somente a crueldade produz, não há como ter outra conclusão de que é hora de nos posicionarmos expressamente contra a realização de tais espetáculos que mais se assemelham às cenas medonhas e dantescas retratadas em obras que reproduzem as zonas umbralinas “infernais”.

É certo que nas festas de peão, vaquejadas e outras mais, encontramos um ambiente em que tudo colabora com a intervenção obsessiva vampirizadora. Não nos referimos somente ao sofrimento animal, foco de nosso estudo mas, a todas as ações “periféricas” como bebida alcoólica, drogas diversas, sensualidade excessiva e descontrolada, consumismo e ostentação. E o espírita que freqüenta estes locais não pode simplesmente negar sua responsabilidade.

As questões econômico-financeiras relacionadas a estes eventos são algumas das maiores argumentações para aqueles que pretendem fazer com que estas festas sejam cada vez maiores e com maior alcance populacional. É certo que existe um grande e forte investimento financeiro na realização das mesmas. No entanto, sabemos que não é possível justificar ações contrárias ao Evangelho defendendo-as como se fossem necessárias para sobrevivência humana. Isso foi feito ao longo da história, sobretudo para garantir a existência de escravos bem como a exploração de mão de obra humana barata e, ainda, nos dias atuais, até mesmo para justificar a prostituição infantil.

Da mesma forma como se dá o processo de vampirização através do álcool ou do sexo e tão bem explicados por Manoel Philomeno de Miranda através da psicografia de Divaldo, o vampirismo existente onde o sofrimento animal predomina alcança dimensões assustadoras. Ocorre que o chamado vampiro alimenta-se da energia vital de sua presa existente não somente no corpo material, mas nas reações de ansiedade, medo, tristeza, dor e humilhação.

Quanto o mais o animal é subjugado, mais alimento encontra o vampiro para se fortalecer. Incentivando as condutas que justificam a existência das provas que os peões praticam sobre o corpo de um animal, a platéia exige cada vez mais ação, adrenalina e resultados o que, fatalmente, faz com que os animais sejam ainda mais excitados para demonstrações públicas de força. Ou seja: nas festas de peão, o ambiente espiritual é doente e completamente nocivo. Dificilmente alguém freqüenta este local e sai ileso, ainda que como um mero “efeito colateral”.

No caso dos espíritas, a responsabilidade é aumentada pois sabemos que somos cobrados pelo quanto de informação que recebemos. Por isso iniciei este artigo refletindo sobre a participação do espírita nestes eventos visto que conhece-se o verdadeiro espírita pelo esforço que faz para sua mudança interior, conforme consta no Evangelho e esta mudança implica mudanças de hábitos, inclusive os locais que são freqüentados.

Vamos refletir.

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