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A Parábola do Grão de Mostarda



Ariel Telo


“Dizia: Como assemelhamos o Reino de Deus ou em que parábola o colocamos? Como um grão de mostarda que, quando semeado sobre a terra, é a menor de todas as sementes sobre a terra; quando semeada, sobe e se torna a maior de todas as hortaliças; produz ramos grandes, de modo a poderem as aves do céu aninhar-se sob a sua sombra”. (Marcos 4: 30-32).

“Assim, ele dizia: A que é semelhante o reino de Deus, e a que o assemelharei? É semelhante a um grão de mostarda que um homem lançou em seu horto; cresceu, tornou-se uma árvore, e as aves do céu aninharam-se em seus ramos”. (Lucas 13: 18-19).

“Outra parábola lhes propôs, dizendo: O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem recebeu e semeou em seu acampo, o qual é, de fato, a menor de todas as sementes; porém, quando cresce, é a maior das hortaliças e torna-se árvore, de modo que as aves do céu vêm e aninham-se em seus ramos”. (Mateus 13: 31-32).

Nessa terceira parábola, Cristo mantém a comparação do Reino dos Céus como uma semente que, se corretamente plantada e cultivada, inevitavelmente gerará bons frutos. Entretanto, antes de mais nada, é importante elucidar o significado do que se pode entender como “O Reino de Deus” ou “O Reino dos Céus”, ao qual Jesus se refere, na visão espírita.

“Interrogado pelos fariseus sobre quando vem o Reino de Deus, em resposta, disse-lhes: O Reino de Deus não vem de modo visível, nem dirão: Vede aqui ou vede ali, pois o Reino de Deus está dentro de vós”. (Lucas 17: 20-21).

Nessa passagem, resta claro que o Reino de Deus não é um lugar físico, visível, mas, sim, um estado de espírito representado pela nossa caminhada evolutiva em direção à perfeição. Por isso Cristo foi claro quando nos ensinou que ninguém poderia vê-lo aqui ou ali, uma vez que o Reino dos Céus não se encontra alhures, no exterior, mas reside dentro de nós.

Tamanho ensinamento era de grande complexidade para os Homens da época e, por essa razão, Cristo valeu-se de uma série de parábolas para ilustrar a que se referia o Reino de Deus. Dentre elas, comparou-o a um grão de mostarda semeado sobre a terra, e que, embora pequeno, ao crescer, tornou-se a maior das hortaliças.

O grão de mostarda representa, assim como nas parábolas anteriores, a palavra de Deus, revelada pelos ensinamentos de Jesus. Não obstante, nessa parábola, Cristo nos chamou a atenção para a pequenez da semente em relação à grandiosidade da árvore que viera a se tornar.

Isso porque recebemos e compreendemos os ensinamentos e as leis de Deus aos poucos, gradativa e paulatinamente. Não se pode repousar sob a sombra da árvore, contemplando-a, sem, antes, dedicar-se ao árduo trabalho de plantar e cultivar a semente, submetendo-se, dedicadamente, ao decurso do tempo que esta necessita para se desenvolver e alcançar a plenitude.

Ainda assim, por menor que seja o ensinamento cristão que absorvamos e cultivemos dentro de nós, tal como o grão de mostarda, sendo a palavra de Deus perfeita e absoluta, inevitavelmente crescerá e nos elevará rumo ao Altíssimo, por meio do nosso esforço e do nosso trabalho no bem.

O grão de mostarda representa, portanto, a necessidade de nos reformarmos intimamente, fazendo desabrochar, em nós, o Reino dos Céus. É necessário, ainda que aos poucos, dedicarmo-nos ao trabalho de cultivar essa semente que é a palavra de Deus, ainda que minúscula seja, pois, uma vez plantada, suas raízes germinarão e alastrar-se-ão, formando a base que necessitamos para firmarmos nossos pés no trabalho da reforma interior, bastando, para tanto, que apliquemo-nos aos trabalhos do amor e da caridade, orando e vigiando, incansavelmente, como nos ensinou o Mestre!

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