top of page
Tópicos

O Espiritismo e o papel das famílias na formação espiritual dos jovens

ree

Francislene Magda da Silva


A juventude é caracterizada como um período de profundas transformações nas vivências do ser que é convidado a novos patamares de ação, expressão e desenvolvimento, como por exemplo:

 

  • A inserção no mundo acadêmico com vistas à formação numa área específica da expressão humana, juntamente com as vivências profissionais, a fim de dar a sua contribuição para um mundo melhor, a partir de seus talentos.

  • As relações de amizade que passam a ser pautadas pela autonomia, mas também pela necessidade de pertencimento.

  • As relações afetivas que demandam outra forma de envolvimento e responsabilidade.

 

Na juventude abrem-se inúmeras possibilidades de atualização e expansão das potências do Espírito.

 

Essa etapa do desenvolvimento pessoal e espiritual é precedida pela infância e pré-adolescência, e emerge com a necessidade de autonomia, autoafirmação, que será vivenciada a partir da bagagem deste Espírito; bagagem das vidas pregressas e da vida atual.

 

O Espiritismo nos explica que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, seres fadados à perfeição relativa, portanto com a possibilidade de contínuo aprimoramento, pois somos Espíritos Imortais.

 

Neste contexto as famílias têm papel essencial. Allan Kardec perguntou aos Espíritos: “Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?” E obteve a seguinte resposta: “Uma recrudescência do egoísmo.” (KARDEC, 2022, p. 282).

 

De acordo com o momento evolutivo que nos encontramos, vinculados ao mundo de provas e expiações, na categoria de Espíritos imperfeitos que caracterizam-se pela “[...]ignorância, o desejo de fazer o mal e todas as paixões más que retardam o progresso” (KARDEC, 2022, p. 76), é imperioso que as famílias favoreçam a formação do jovem enquanto ser integral, focando no arrefecimento do egoísmo do qual todos somos portadores. A referida formação deve estar direcionada para o cultivo dos verdadeiros valores, que se sobrepõem às demandas da materialidade.

 

No momento atual da sociedade o apelo para a materialidade exacerbada é persistente e abrangente: os mecanismos de comparação nas redes sociais envolvendo condição financeira, social, aparência física, sensualidade, popularidade, favorecem a “ostentação da imagem do ser”.

 

Em contraponto a esta exposição do ser, é necessário cultivar o olhar para o mundo interno, “para as coisas de dentro”, para ter critérios saudáveis e espiritualizados para se relacionar com o mundo externo, “com as coisas de fora”.

 

Os pais também estão lidando com a presença do egoísmo e seus desdobramentos na própria vida. Então, como auxiliar seus filhos jovens na sua formação espiritual? Vejamos a recomendação de Santo Agostinho: “Perscrute, conseguintemente, a sua consciência aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas [...]” (KARDEC, 2022, p. 330).

 

Desta forma os pais são convidados a cuidar de seu mundo interno, ampliando o seu autoconhecimento, buscando o próprio amadurecimento, para então no cotidiano da vida ofertar aos seus filhos parâmetros para a sua formação espiritual.

 

No livro O Despertar do Espírito encontramos esta elucidação:

ree

Representando a família a mais valiosa célula do organismo social, é nela que se encontram os Espíritos necessitados de entendimento, de intercâmbio de sentimentos e experiências, de forma que o lar se faz sempre a escola na qual os hábitos irão definir todo o rumo existencial do ser humano (FRANCO, 2.000, p. 138).

 

Sendo assim, os exemplos autênticos dos pais integrados com orientações, partilhas de vivências e valores, favorecem o estabelecimento de alicerces educacionais seguros, e abrangem várias dimensões da vida: individual, social, profissional, afetiva, sexual, religiosa, financeira, ética-moral, etc.

 

Os pais ao partilharem com seus filhos suas experiências de vida com dificuldades e superações, exemplificam a esperança, a fé e a perseverança. Ao assumirem seus erros, se desculparem e ajustarem as suas atitudes, exemplificam a humildade. Quando enfrentam descontentamento com as atitudes de outras pessoas e conversam de modo pacífico, propondo mudanças, estão exemplificando a mansuetude e o perdão.

 

Nos momentos de sofrimento, ao recorrerem ao próximo para dividir a dor vivenciada em busca de acolhimento, estão dando aos jovens referências para a busca e a oferta de acolhimento.

 

Quando o jovem passa por dificuldades, reveses, frustrações, inseguranças na sua vida, tais como incertezas sobre a escolha vocacional, términos de relacionamentos, perda de empregos, decepções nas amizades, frustrações de desejos e expectativas e os pais tem postura acolhedora:

 

  • Abrindo espaço para a escuta atenciosa.

  • Buscando a compreensão do que se passa com este jovem.

  • Perguntando quais alternativas foram pensadas para lidar com a situação.

  • Validando as emoções.

  • Sugerindo se necessárias novas alternativas.

  • Apoiando na vivência da situação desafiadora, estarão favorecendo o desenvolvimento psicoespiritual.

  •  

 Desta forma ao cuidar da formação do jovem os pais estão ampliando as possiblidades do autocuidado e autorresponsabilização deste ser em desenvolvimento.

 

As demandas sociais de exposição são inúmeras e de igual modo, as demandas sociais de invisibilidade são imensas; necessidades materiais, sociais, psicológicas, espirituais transbordam pelo mundo com urgência de atendimento.

 

A família e o jovem que cultivam os verdadeiros valores naturalmente se sensibilizam diante da necessidade do próximo e assim o engajamento em projetos sociais voluntários enriquece a formação espiritual. Na medida em que se dedica ao próximo com discrição e sensatez ocorre o arrefecimento do egoísmo e caminha-se na direção da fraternidade universal.

 

O Espiritismo nos informa sobre o poder e a eficácia da prece e os benefícios do Evangelho no Lar. Estas práticas de conexão com a Fonte Criadora da vida e os Espíritos Superiores funcionam como sustentação para o enfrentamento dos momentos desafiadores da existência e os momentos de realização. A família ao introduzir o jovem nesta prática está instrumentalizando-o para o bem-viver.

 

O Consolador Prometido por Jesus, a Doutrina dos Espíritos, nos apresenta o conhecimento que favorece o autoconhecimento, com uma diversidade de recursos para a formação espiritual do jovem: palestras doutrinárias, a literatura espírita, a mocidade espírita, os trabalhos voluntários entre outros permitindo assim que a atual encarnação seja o momento de engajamento e amadurecimento.

 

===========

Referências:                 

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. Campos dos Goytacazes/RJ: Editora Letra Espírita. 2022.

2. FRANCO. Divaldo P. O Despertar do Espírito. Pelo Espírito Joanna de Angelis. 1ª ed. Salvador. LEAL 2.000      

ree

Conheça o Clube do Livro Letra Espírita, acesse www.letraespirita.com.br e receba em sua casa os nossos lançamentos. Ajude a manter o GEYAP – Grupo Espírita Yvonne do Amaral Pereira.


 
 
 

Comentários


Postagens Recentes
Postagens Populares
Siga-nos
  • Logo para Site
  • Facebook Long Shadow
  • Twitter Long Shadow
  • Instagram Social Icon
Procure por  palavras chaves
bottom of page