Por que nascemos? Objetivos da reencarnação
- rafaela662
- há 44 minutos
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Alan Lira
A Doutrina Espírita possui alguns pontos principais que são apresentados por Kardec, de maneira resumida, na parte VI da Introdução de O Livro dos Espíritos, em que destacamos que Deus, o Criador do Universo, dos seres materiais e imateriais, animados e inanimados, possibilitasse aos Espíritos ocuparem temporariamente o corpo humano, e que tivessem que passar por incontáveis existências a fim de alcançar o aperfeiçoamento.
Essa busca pelo aperfeiçoamento é o que caracteriza a necessidade de encarnarmos, além de “pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da Criação” (KARDEC, 2022, p. 89). Como se afirma na questão 132 de O Livro dos Espíritos, a imposição da encarnação feita por Deus pode ser encarada como expiação ou missão para uns ou outros Espíritos.
Os Espíritos, em resposta à questão 132 de O Livro dos Espíritos, explicam que a expiação é um meio de alcançar a perfeição através dos sofrimentos e das adversidades da existência corporal. Sant’anna compreende que a expiação sobre a qual a Doutrina Espírita nos fala, “não é senão a purgação purificadora do mal que infeccionou o Espírito” (SANT’ANNA, 2016, p. 39). Sendo assim, o Espírito, ao lidar com as experiências expiatórias, tende a restaurar-se e livrar-se das impurezas que retardam sua evolução. Os sofrimentos físicos e morais consequentes de nossas faltas configuram as expiações que precisamos experimentar, seja na Vida Espiritual ou na vida atual.
Além de experiências expiatórias, em nosso mundo estamos sujeitos a desempenhar missões que são destinadas por Deus e aceitas por nós no momento de nosso planejamento reencarnatório. Independentemente da elevação dos Espíritos, são confiadas as missões, tendo todos nós alguma utilidade, seja no auxílio da elevação moral de outros seres encarnados ajudando no progresso de nossos irmãos, seja como Bons Espíritos ajudando a combater as más inclinações dos outros; sem importar se são grandes feitos ou, aparentemente, pequenas funções que desempenhamos. As nossas atitudes estão em conformidade com a evolução de nossa sociedade e os avanços a que estamos sujeitos.
Outra importante finalidade da encarnação é dispor o Espírito de condições de suportar o que lhe condiz na parte da Criação. Todos somos Instrumentos Divinos que compõem a obra criada por Deus e estamos harmonicamente interligados com Sua obra geral, a fim de cumprir as ordens do nosso Criador.
A nossa inclinação ao bem e ao cumprimento das Leis Divinas determina o nosso estado de adiantamento em direção ao objetivo de alcançar à perfeição, ou seja, nos aproximarmos de Deus. Por sermos criados simples e ignorantes, as lutas e tribulações das vidas tendem a nos depurar e amenizar as torturas que ainda precisamos experimentar. Mesmo escolhendo os caminhos que nos conduzam ao bem, precisamos compreender que as nossas imperfeições acarretam tormentas.
Devido à finitude da experiência corpórea a que ainda estamos sujeitos a experimentar, não seria possível à nossa alma depurar-se em apenas uma existência a fim de alcançarmos a perfeição, sendo necessário, pela Justiça de Deus, vivenciar novas existências, caracterizando o sentido da reencarnação.
Considerando a Lei do Progresso, não podemos desconsiderar a reencarnação, visto que, não haveria Justiça Divina com aqueles Espíritos mais primitivos que cometiam brutalidades vis há milênios, nem mesmo com aqueles que também cometem erros brutais ainda atualmente, pois somos todos filhos de Deus, o qual não haveria de nos condenar eternamente às tormentas.
Pois, devamos considerar que a encarnação é apenas um estado transitório do Espírito que, ao estar livre da matéria, encontrar-se-á em seu estado normal. Em A Gênese, Kardec aponta que “O Espírito só se depura com o tempo, sendo as diversas encarnações o alambique em cujo fundo deixa de cada vez algumas impurezas” (KARDEC, 2025, p. 54).
Mesmo a busca pelo caminho do bem não nos isenta das próximas encarnações, e quanto mais nos afastarmos do que nos conduza à inveja, ciúmes, avareza e ambições, menos tormentos experimentaremos, nos ajudando a chegar mais depressa ao fim que é nos aproximarmos da perfeição de Deus.
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Referências:
1 – KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Letra Espírita, 2025.
2 – KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Letra Espírita, 2022.
3 – SANT’ANNA, Hernani T. Universo e vida. Pelo Espírito Áureo. 9ª ed. Brasília: FEB, 2016.
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