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A importância da prática do perdão e da reconciliação segundo o Espiritismo

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Luciane Soek


Para a Doutrina Espírita, o perdão e a reconciliação são considerados fundamentais para o progresso espiritual e a harmonia entre os seres.

 

“Então Pedro, aproximando-se, disse-lhe: Senhor, quantas vezes perdoarei ao meu irmão, quando ele houver pecado contra mim? Será até sete vezes? Jesus lhe respondeu: Eu não vos digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes” (Mateus 18: 21-22).

 

O perdão é um dos principais ensinamentos do nosso Mestre Jesus. O perdão liberta o Espírito das amarras do ódio e do ressentimento, sentimentos que podem causar desequilíbrios emocionais e até físicos.

 

Quando perdoamos interrompemos ciclos de vingança e ressentimentos, permitindo que o amor prevaleça. Com isso, crescemos e evoluímos espiritualmente. Perdoar é limpar o coração de sentimentos ruins, nos proporcionando paz interior.

 

Perdoar é um ato de sublime compaixão para consigo mesmo e para com o próximo que falhou com você durante a caminhada. O perdão é um ato de compaixão com você mesmo porque quando ficamos remoendo sentimentos de ordem inferior, oriundos de um ato de injustiça ou maldade que sofremos de alguém, esse malefício prejudica primeiramente a cada um de nós, porque passamos a vibrar uma energia densa e negativa, permitindo que o mal que o outro nos fez crie raízes e nos prejudique em todas as esferas: física, mental, espiritual e energética. (VIANA, 2024, p. 170)

 

É importante compreender que o perdão não se limita aos outros, mas deve ser aplicado a nós mesmos. Ao nos perdoarmos, reconhecemos com humildade nossa condição humana passível de cometer erros. No entanto, assumimos o compromisso de aprender com eles e nos esforçar para não repeti-los. O perdão é um instrumento poderoso de transformação. Ele nos permite curar feridas antigas, resolver conflitos e restaurar relações danificadas. Perdoar é um ato libertador, trazendo alívio tanto a quem oferece quanto a quem recebe o perdão.

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A Reconciliação no Contexto Espírita

Reconciliação não é apenas perdoar, mas buscar reparar qualquer mal-entendido ou prejuízo causado, promovendo a harmonia.

 

No livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec orienta:

A morte, como sabemos, não nos livra dos nossos inimigos; os Espíritos vingativos perseguem, muitas vezes, com seu ódio, no Além-Túmulo, aqueles contra os quais guardam rancor; donde decorre a falsidade do provérbio que diz: “Morto o animal, morto o veneno”, quando aplicado ao homem. O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo dos que apresentam certa gravidade, quais os de subjugação e possessão. O obsidiado e o possesso são, pois, quase sempre vítimas de uma vingança, cujo motivo se encontra em existência anterior, e à qual o que sofre deu lugar pelo seu proceder. Deus o permite, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, não perdoando. Importa, conseguintemente, do ponto de vista da tranquilidade futura, que cada um repare, quanto antes, os agravos que haja causado ao seu próximo, que perdoe aos seus inimigos, a fim de que, antes que a morte lhe chegue, esteja apagado qualquer motivo de dissensão, toda causa fundada de ulterior animosidade. Por essa forma, de um inimigo encarniçado neste mundo se pode fazer um amigo no outro; pelo menos, o que assim procede põe de seu lado o bom direito e Deus não consente que aquele que perdoou sofra qualquer vingança. Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não é somente objetivando apaziguar as discórdias no curso da nossa atual existência; é principalmente para que elas se não perpetuem nas existências futuras (KARDEC, 2023, p. 128-129).

 

Devemos reparar nossos erros e perdoar quem nos feriu, reconciliarmo-nos o mais breve possível nessa existência, para evitar que se prolongue para existências futuras. Pela reencarnação iremos retornar em meio às pessoas com as quais precisamos resgatar pendências. Reparar o mais breve possível para que não se prolongue após o desencarne e acabe iniciando um processo obsessivo.

 

Perdoar é mostrar que se tornou melhor. É ser caridoso e indulgente, fazer o que Mestre Jesus nos ensina e pede. Perdoar não é esquecer, mas libertar nosso coração da mágoa e do ressentimento.

 

Como Praticar o Perdão e a Reconciliação

Reconhecer nossos erros e buscar aprender a cada dia, para não repeti-los. Usarmos da empatia, se colocando no lugar do outro. Buscar compreender o nosso irmão. Buscar auxílio com a prece, pedir para Jesus que ajude a tirar a mágoa e sentimentos ruins, transformando em perdão. A prece nos fortalece a disposição de perdoar e reconciliar. Buscar no diálogo respeito o entendimento.

 

Durante alguma diversidade da vida, perguntar dentro de seu íntimo: se fosse Jesus o que Ele faria? Certamente, ao refletir dessa forma, seremos capazes de compreender melhor as situações e as pessoas ao nosso redor, cultivando a paz, serenidade e empatia, essenciais para evitar mágoas e conflitos.

 

Vamos cultivar o perdão em nosso coração, reconhecendo a sua importância, para nosso progresso espiritual e bem-estar.

 

Que Jesus seja nosso exemplo de amor, caridade, indulgência e perdão.

 

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Referências:

1. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, tradução de Guillon Ribeiro. Campos dos Goytacazes/RJ: Editora Letra Espírita. 2023.

2. VIANA, Murilo. Orientações de um Preto Velho. Campos dos Goytacazes/ RJ: Editora Letra Espírita. 2024.

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