Abuso Sexual: Um Olhar Espírita
Priscila Gonçalves
O abuso sexual é uma das formas mais perversas de violência, deixando cicatrizes profundas nas almas daqueles que sofrem com tal atrocidade. Na visão da Doutrina Espírita, que busca explicar os enigmas da vida humana à luz da ética e do progresso espiritual, o abuso sexual representa um desafio intricado e doloroso. Neste texto, vamos explorar esse tema sob a perspectiva Espírita, discutindo a razão pela qual não está incluído no planejamento reencarnatório, o livre-arbítrio de quem pratica o crime e a essência da maldade. A liberdade de ação é a principal diretriz, com ênfase na responsabilidade em relação às consequências, o resultado.
Ao analisarmos o suicídio, por exemplo, a literatura espírita sugere que todas as mortes são previstas pela Espiritualidade, exceto aquela em que o indivíduo decide voluntariamente encerrar sua vida mais cedo.
De acordo com a Doutrina Espírita, é ensinado que antes de reencarnar, nós planejamos uma trajetória de vida com o propósito de evolução espiritual. No entanto, é enfatizado que o abuso sexual não faz parte desse plano, pois decorre do livre-arbítrio e da má escolha de outrem. Cada pessoa detém a liberdade de agir conforme suas decisões, e o agressor, ao praticar esse ato, se afasta do caminho definido para seu progresso espiritual. Dessa forma, o abuso sexual não está previamente determinado, mas sim, surge como consequência das escolhas individuais e da falta de moralidade.
Diante disso, surge uma certa resistência em aceitar que atos tão brutais quanto o estupro, possam ser considerados provas escolhidas pelo Espírito ao reencarnar. Como podemos entender quem seria designado como agressor? Ele estaria sendo apenas um instrumento para um processo doloroso e rígido de “resgate”?
A liberdade de escolha é um dos pilares essenciais da vida humana, concedendo-nos a capacidade de decidir e assumir as consequências de nossas ações. Contudo, essa liberdade não exime ninguém da responsabilidade moral de suas decisões. Aqueles que cometem o terrível crime de abuso sexual, estão distorcendo o uso do livre-arbítrio, desconsiderando os valores éticos e morais que governam as interações humanas. Vale ressaltar que o livre-arbítrio não serve como carta branca para a prática do mal, mas sim como uma oportunidade para o desenvolvimento espiritual através do cultivo do amor, da compaixão e da justiça.
Segundo a visão espírita, a maldade é fruto da ignorância espiritual e da falta de progresso ético. Aqueles que cometem abusos sexuais estão afastados da sabedoria espiritual e necessitam reencontrar o caminho de volta à consciência e ao amor genuíno. O sofrimento gerado pelo abuso sexual não representa uma Punição Divina, mas sim uma consequência das decisões incorretas tomadas por indivíduos que se desviaram do processo evolutivo espiritual. Tais experiências dolorosas podem servir como oportunidades de aprendizado e amadurecimento para as vítimas, que têm a possibilidade de superar o trauma e buscar a cura emocional e espiritual.
O abuso sexual é uma realidade terrível que desafia nossa compreensão sobre o sofrimento humano e a moralidade. Na perspectiva da Doutrina Espírita, é essencial compreender que o abuso sexual não está previsto no planejamento reencarnatório, sendo resultado do livre-arbítrio e da maldade humana. Cabe a cada um de nós, como Seres Espirituais em evolução, promover a conscientização, a educação moral e o respeito mútuo, visando construir uma sociedade mais justa, amorosa e compassiva para todos os seus membros.
Que possamos, através do amor e da compreensão, superar as sombras do abuso sexual e caminhar em direção à luz da evolução espiritual.
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