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Entrevista com Maritta Cury





- O que o teatro te proporcionou para a vida?

Por um tempo não soube nem dissociar uma coisa da outra... hoje em dia, na medida do possível, separo um pouco o teatro da minha vida (risos). Mas, para ser mais prática, o teatro me permite, como atriz, viver diversas vidas, me colocar em peles diferentes, contar histórias que possam trazer esperança, ensinamentos e questionamentos ao público. E, como produtora, me faz crescer profissionalmente, me faz aprender a cada dia algo novo, me faz criar possibilidades pra viabilizar a arte.


- O que te levou a produzir esta peça de teatro especificamente?

A produção de "Do Abismo às Estrelas" foi um desafio que nos foi dado como sugestão de alguém muito especial, o Washington Luiz Nogueira Fernandes, biógrafo do Divaldo Franco e um grande admirador do Victor Hugo e de toda sua obra. Ele fez o convite à autora Lurimar Vianna, que fez a adaptação da obra do Divaldo e propôs a mim e ao diretor Renato Scarpin esta empreitada! Topamos na hora, pois o texto está lindíssimo e as temáticas abordadas são de extrema importância. Fora o fato de que estamos tendo a oportunidade de homenagear Divaldo com sua voz que faz parte do espetáculo, iluminando o palco!


- Qual é a diferença de produzir e atuar em um espetáculo espírita e não espírita?

A arte do ator é múltipla. Quando atuamos, não deve haver julgamentos, defendemos a personagem e a vivemos da melhor forma possível, mas, claro, quando a personagem ou a história trazem algo além, quando podemos unir o trabalho à divulgação de uma mensagem que traz luz ao público, é sensacional. Em relação à produção, mais ainda, pois quando decidimos produzir uma peça nos envolvemos completamente e é algo bastante trabalhoso que exige dedicação total, portanto, se não houver identificação com o tema, se não houver afinidade e um bom motivo artístico e humano para realizar, não faz sentido dedicar parte de sua vida, dos seus dias, para tal. A peça não precisa ser espírita para te dar essa alegria de realizar, o que é fundamental é o que ela comunica. Sempre me pergunto antes de aceitar um trabalho ou de embarcar em um novo projeto: "O que quero dizer com essa peça?" E isso vale pra tudo que envolve arte.


- Como foi realizado a elaboração e o desenvolvimento do texto?

A Lurimar Vianna, que é a autora da peça, fez a adaptação para o teatro do livro do Divaldo Franco, ditado pelo espírito Victor Hugo. Para isso ela emergiu na obra, lendo-a e relendo-a, e conseguiu chegar em um resultado maravilhoso. E não é fácil, pois no livro conta-se uma longa história que se desenrola mais ou menos entre os anos de 1917 e 1940, período que abrange as Duas Guerras Mundiais. E a história precisou ser sintetizada para ser contada em um espetáculo com uma hora e meia de duração, sem perder os pontos mais importantes e ainda mantendo toda a dramaticidade e o envolvimento que um espetáculo exige. E ela fez isso com maestria!



- Qual é a maior dificuldade encontrada pela produção?

Algumas (risos)... a começar que muitas vezes espetáculos com temáticas espíritas encontram dificuldade para parcerias, divulgação e, principalmente, captação de recursos. Além disso, a peça trata de temas fortes como aborto e eutanásia, sendo assim, acabamos lidando com vibrações densas e precisamos estar sempre atentos, orando e vigiando, para seguirmos com nosso trabalho e superarmos cada desafio do dia a dia da produção. Mas como o elenco (Carô Carvalho, Cláudia Gianini, Débora Munhyz, Fernanda Guerra, Hudson da Silva, eu Maritta Cury e Vandir Pereira) e toda a equipe técnica e dos bastidores é muito parceira e tem grande afinidade, além de estarem bastante envolvidos com a peça, com o projeto, tudo é lindo!


- Você é espírita? E como o espiritismo entrou na sua vida?

Sim, sou espírita. A minha família, apesar de ser originalmente católica, sempre teve bastante afinidade com a doutrina, então desde pequena tenho contato. Na adolescência tive alguns questionamentos sobre religiosidade, sobre crer ou não em Deus e, com o passar dos anos, foi algo natural a busca de mais informações, quis estudar, me aprofundar e aí a identificação foi total. Depois, de uma forma bem surpreendente, a doutrina foi se unindo à minha profissão sem eu perceber e comecei a fazer muitos trabalhos com essa temática, como jornalista e como atriz.



- A espiritualidade mostrou-se presente auxiliando no desenvolvimento do projeto?

Sim, muito! Sempre elevamos nossos pensamentos e pedimos o auxilio espiritual para realizar da melhor forma possível tudo o que é necessário dentro do projeto e, por diversas vezes, a resposta foi bem direta e clara. Pois, como citei acima, tratamos de temas fortes e nem sempre as coisas acontecem como planejamos e então temos a chance de perceber que a espiritualidade está aqui, presente, nos auxiliando e interferindo quando necessário. Tivemos um problema em relação aos figurinos e cenário, mas fomos conduzidos a perceber a tempo de mudar, a tempo de fazer ainda melhor e aprendemos muito com a situação!



- Vocês pretendem viajar com a peça pelo país?

Já iniciamos nossa turnê! Após uma temporada de sucesso e de muita alegria por 4 meses em São Paulo, no Teatro Santo Agostinho, demos início às apresentações em outras cidades e também queremos alcançar outros estados levando esta linda e envolvente história.

Nossa agenda de viagens está publicada nos Eventos em nossa página: facebook.com/doabismoasestrelas e tem sido atualizada conforme fazemos os agendamentos. Dá pra acompanhar nosso trabalho também pelo Instagram @doabismoasestrelas .


- Como você enxerga o apoio do Letra Espírita ao projeto?

É fundamental e uma grande alegria! Nós, divulgadores da doutrina, enfrentamos bastante dificuldade para avançar. Quando dependemos dos meios 'não espíritas' há preconceito com o tema e quando dependemos dos espíritas também há preconceito pelo fato de ser um 'produto comercial' que necessita de apoio, de patrocínio. Temos um projeto teatral lindo aprovado na lei de incentivo ProAC-ICMS, o espetáculo 'Maria', que conta a vida da mãe de Jesus, e estamos com grande dificuldade de captação de recursos para podermos expandir e contar essa história maravilhosa para o maior número de pessoas, pois as empresas não demonstram interesse em aportar o projeto, mesmo sem terem custo algum para isso! E aí eu termino esta entrevista com uma pergunta: "Como divulgar a doutrina – um dos maiores pedidos deixados por Kardec – sem ter condições de realizar e sustentar o objeto da divulgação?".


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