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Filhos Adotivos e Processo Reencarnatório


Fernanda Oliveira


“Não habitou meu ventre ,mas mergulhou nas entranhas da minha alma.

Não foi plasmado do meu sangue, mas alimenta-se no néctar de meus sonhos.

Não é fruto de minha hereditariedade, mas molda-se no valor de meu caráter.

Se não nasceu de mim, certamente nasceu para mim.

E se mães também são filhas, e se filhos todos são duplamente abençoado és, meu filho do coração.” (Autor desconhecido)


Adoção do latim adoptio, do verbo adoptare, escolher, adotar. A adoção cria o vínculo de parentesco civil semelhante ao da paternidade-maternidade e filiação legítimas, análogo ao que resulta da filiação biológica. Constitui um parentesco eletivo, pois decorre exclusivamente de um ato de vontade. Modalidade de filiação construída no amor, constituindo vinculo de parentesco por opção e afeto, enraizado no exercício da liberdade.


Kardec esclarece em O Evangelho segundo o Espiritismo: “Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.” A genética define o físico, não o espírito.


Reencarnação significa o retorno do espírito em um novo corpo carnal. Vivemos uma única vida, já que somos, cada um, apenas um espírito. Ocorre que pela pluralidade de existências corpóreas, temos a oportunidade de inúmeras passagens pela Terra como encarnado para podermos evoluir. Durante essas inúmeras encarnações experimentamos uma serie de biótipos físicos, nascemos ora homem, ora como mulher; ora rico; ora pobre; ora saudável; ora doentes, etc.


Para nós, a vida começa quando Deus nos criou como espíritos. Nosso nascimento na verdade é um novo renascimento, uma nova chance de aprendizagem, Já nascemos e morremos inúmeras vezes antes dessa nova vida atual. Reencarnação é uma benção, é uma lei natural da evolução espiritual.


Grande parte dos fatos que ocorrem em nossa encarnação fazem parte do nosso planejamento reencarnatório, nada é por acaso, tudo foi planejado e elaborado pela espiritualidade para promover as alterações cármicas e de evolução necessárias paras as pessoas envolvidas. Porém durante a caminhada podemos através do nosso livre-arbítrio modificar e alterar esse planejamento com nossas escolhas e atitudes.


A cada encarnação trazemos em nossa “bagagem” o necessário para que nossa experiência seja a mais adequada ao que precisamos viver. Deus nos criou a todos iguais, simples e ignorantes, deixou-nos livres para escolhermos nosso caminho no bem ou no mal. Somos o resultado de múltiplas vivências em diferentes séculos.


Somos seres gregários viemos ao mundo para nos relacionar, o ser humano possui a necessidade de pertencer. Toda oportunidade nos conduz a um aprendizado novo, tornando-nos diferentes do que fomos. O bom vínculo é afetivo, comunicativo – o fato de alguém carregar o seu sangue não implica que não possa prejudicá-lo com o seu comportamento. Os genes estabelecem um vinculo hereditário que não implica um vinculo de afinidade. No conceito espírita de família importam o amor e a afinidade, não apenas a genética. O organograma da família atualmente é diferenciado com vários tipos e ramificações.

Família espiritual são aqueles que possuem afinidade conosco, que pensam e agem de forma parecido. A vida em família é um importante aprendizado para a vida em sociedade. A felicidade vem dos pequenos gestos éticos, pelo exemplo de atitudes de luz e da capacidade de mantermos relações empáticas.


Procurando o bem para os nossos semelhantes, encontramos o nosso.”( Platão)


Adotar é um processo de procura, encontros e resultados. Ato de amor, aceitação, desprendimento e empatia. Vontade que vem da mente e do coração resgatando em nós o afeto, a compaixão e fraternidade. Na maioria das vezes é um encontro de seres planejado pela superioridade com muitas possibilidades de aprendizado e evolução.


A adoção não precisa necessariamente estar no planejamento de reencarnação dos envolvidos; pois gestos de afeto não estão condicionados necessariamente a outras encarnações ou dividas anteriores; ou ser necessariamente um acerto de contas ou resgate. Podem ser espíritos comprometidos pela lei do retorno e de ação e reação, que combinaram de forma planejada esse reencontro de forma madura e coerente. Há espíritos que reencarnam para serem filhos adotivos e em seu planejamento podem ou não escolherem seus pais. Cada nova encarnação é uma nova oportunidade para crescermos e superarmos imperfeições, a adoção é uma grande e iluminada oportunidade de elevação moral e aprendizado.


Não nos lembramos das nossas escolhas anteriores, que fazem parte da dinâmica natural da vida espiritual, se um acontecimento está no planejamento, ele fará tudo para ser realizado e será sempre para o bem e para o crescimento; mas a maneira que cada indivíduo irá agir será de acordo com as suas escolhas no momento das ocorrências, do uso do seu livre-arbítrio. A consciência pelos atos é proporcional ao entendimento e intenção. Através das escolhas o espírito é autor do seu próprio desenvolvimento.


Os espíritos superiores trabalham intensamente para que esses encontros sejam bem-sucedidos já que a adoção envolve fraternidade, afeto e é uma valorosa atitude de amor.


A doutrina espírita é favorável a tudo que reforce o amor, a caridade, solidariedade, as relações empáticas e de auxilio ao próximo. A gente é mais feliz quando caminha promovendo a felicidade dos outros.


Vamos caminhando com pequenos gestos do querer baseados no afeto e no respeito com muitas energias positivas.

"Somos feitos de átomos, mas a nossa essência tem que ser o amor." (Samanta Merlin)

REFERÊNCIAS

DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das famílias. Editora Juspodium

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Editora Boa Nova

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Editora EME

NETO, Alexandre Caldini. A vida na visão do espiritismo. Editora Sextante

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