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Morte de Filho Único




Por: Fernanda Machado


Prezados irmãos, a Doutrina Espírita nos esclarece que, não raro, reencarnamos entre os mesmos familiares de outras vidas corpóreas.


A família é a primeira oportunidade da criança que nasce exercer a simpatia, a solidariedade, o respeito e o altruísmo para com o próximo. Os pais são seus amigos mais íntimos, são as primeiras pessoas com as quais se estabelece um relacionamento.


Mãe e pai têm como incumbência desenvolver o espírito de seus filhos para que evoluam cada vez mais. O Livro dos Espíritos explica que o amor materno é tanto um instinto quanto uma virtude (pelo seu caráter de devoção e abnegação).

Como, então, lidar com a morte de um filho? E se este filho for único?


Entendemos que a perda de um ente querido causa enorme impacto na família. No entanto, devemos lembrar que a verdadeira vida é a espiritual, pois a vida terrena serve apenas de aprendizado, sendo passageira.


Frequentemente ouvimos a frase “vaso ruim não quebra”, referindo-se inclusive a casos em que pessoas consideradas boas morrem antes do que pessoas más. Esse entendimento está correto, pois aquele que faleceu já terminou sua tarefa, na atual reencarnação, neste mundo de provas e expiações. Aqui, estamos em cativeiro. Logo, é um mérito que ele tenha partido antes do que o mau, que ainda precisa aprender muitas lições preso, aqui na Terra.


Quando assimilarmos essa realidade, amenizamos o nosso sofrimento relacionado com a perda dos que nos são caros. Além disso, devemos ter em mente que espíritos que se amam nunca se separam, pois a afeição verdadeira se sobrepõe à morte do corpo físico, perdurando por toda a eternidade. Como sabemos, atraímos companhia daqueles que vibram como nós. Não pensem que estão separados de seus parentes somente porque eles se foram antes de vocês. Isto não é real, e aquele que crê na vida após a morte está tranquilo, pois sabe da verdade: jamais se distanciará de quem tanto estima.


Dito isso, quais são as formas de não sofrer demasiadamente pela falta da companhia do filho único que desencarnou? Ora, Kardec já nos disse que “fora da caridade, não há salvação”. Quando nos dedicamos a ajudar nossos semelhantes, sendo úteis, nosso coração se sente preenchido e nos distanciamos dos nossos problemas. De nada adianta se isolar e curtir a vitimização.


O livro “A Hora do Adeus”, traz a reflexão de que muitas vezes doa-se os pertences do ente querido para os mais necessitados, e que isso não caracteriza caridade, pois a família apenas se desfaz do que lhe traz tristeza e que não lhe serve. Além disso, o desencarnado pode sentir muita angústia ao ver seus itens pessoais serem descartados dessa forma. O ideal é manter os pertences por alguns dias, pois a grande maioria de nós, ao falecer, não consegue se desapegar e não sentir saudades do que deixou na Terra.


Se os pais desejam ajudar esse filho querido que partiu e também ajudar a si próprios, devem fazer preces para toda a família, pedindo que os bons espíritos auxiliem o rebento querido no plano espiritual e que também possam lhes dar bons conselhos a fim de que não percam o ânimo de viver.


Os pais saudosos devem também dar de comer aos mais pobres, agasalhar nossos irmãos que sofrem com o frio das ruas, visitar os velhinhos que não têm família nos asilos… E essa prática da caridade não deve durar apenas enquanto a tristeza da mãe e do pai existir. Muitos são aqueles que abandonam a solidariedade quanto se sentem mais fortalecidos. A caridade carece ser mantida ao longo do tempo, não tem de ser atividade passageira.



Ajudando uns aos outros, nunca sentiremos solidão. Ademais, Deus como nosso Pai, nunca nos abandona. Jesus, nosso irmão e os amigos espirituais, incluindo nosso anjo da guarda, estão sempre dispostos a nos auxiliar, desde que tenhamos interesse em agir corretamente. Portanto, a mãe e o pai que perdem o filho único não devem se sentir abandonados ou solitários. Até mesmo o desencarnado, se tiver permissão, pode vir visitá-los de tempos em tempos.

O amor que quase todos nós conhecemos ainda é imperfeito, mais egoísta do que altruísta, exigindo mais do que doando. Assim também ocorre com os pais, e é natural desejarem que o filho que se foi esteja perto em espírito, mas o amor legítimo é aquele que entende cada situação e que deseja de todo coração o melhor para o ser amado. E o melhor é que ele siga sua evolução no plano espiritual, preparando-se para uma futura encarnação e, quem sabe, volte ao planeta dentro da mesma família.


Que a paz de Jesus esteja e permaneça convosco hoje e sempre!


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Referências:

KARDEC, A. O evangelho segundo o espiritismo. FEB, Rio de Janeiro. Edição em formato digital.

KARDEC, A. O Livro dos espíritos. FEB, Rio de Janeiro. Edição em formato digital.

MACHADO, I. P. Na hora do adeus, pelo espírito Luiz Sérgio. 2ª ed. Editora Recanto, 1997.


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