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O Último Dia Em Que Fomos Felizes


Por: Marcelo R. Sant’Ana


Há 17 anos atrás, do alto dos seus 92 anos, perdíamos um dos maiores brasileiros de todos os tempos: Francisco Cândido Xavier. E no mesmo dia nos sagrávamos pentacampeões mundial no futebol. O Brasil estava em festa. Indagado durante a sua frutífera vida, Chico, como era chamado, dizia que partiria no dia em que todos os brasileiros estivessem felizes. Ele só não poderia imaginar que esse também seria o último.


Em 2002, muita coisa era diferente, os smartphone, essa modernização dos telefones celulares, que hoje em dia, até leem nossa Íris, estavam longe da realidade. Nós só tínhamos as linhas fixas, e mesmo assim, pessoas mais abastardas, por ser uma tecnologia moderna e cara. Apenas ligações, nada de redes sociais. As TV’s ainda eram de tubo, e em polegadas bem menores e as pessoas ainda paravam de frente para elas, reunidos em família, em um domingo à noite, para assistir boas reportagens ou programas de humor dominicais. Quem não se lembra do “Topa Tudo por Dinheiro”?


O problema é que as pessoas agora continuam topando. Mas não mais para divertir.


Aquele domingo de manhã foi o último dia de felicidade, por que nós mudamos muito. Evoluímos, é claro. Mas nossos níveis de necessidade aumentaram, com inovações tecnológicas e aproximação exacerbada entre as pessoas. Subimos a régua em basicamente tudo. Estamos mais intolerantes e impacientes, Opiniões alheias, deixaram de ser oportunidades, para nos fazer refletir e pensar, ou quem saber mudar a nossa posição, e passaram a ser respondidas com ferro, fogo, violência e sangue inocente. O universo sente essa “feira de vaidades” e amplia sua resposta tentando nos alertar, nos avisar que nossos tempos não são infinitos, mas que também não precisamos ter tanta pressa.


Nossas relações interpessoais são cada dia mais categóricas, “ou isso, ou aquilo”, e nada de diferente consegue espaço, ou quando consegue, acaba ridicularizado em um feed de alguma rede social. O egoísmo tem sido nossa válvula de escape. Usamos Deus e o mundo como desculpa, para justificar nossas atitudes e escrevermos a história “à nossa maneira”. Sem a misericórdia do nosso governador espiritual que Chico sempre disseminou.


Nunca mais ganhamos uma Copa, ou tivemos um dia, em que basicamente, todos estivessem com o sentimento de felicidade, a essência da alegria, e da comunhão, por conta de uma conquista em comum. A vaidade no dividiu, em diversos grupos, como esses grupos de aplicativos de mensagens instantâneas, que veem o mesmo Deus de uma maneira completamente diferente. Esquecemos o discurso do maior sábio e professor de todos os tempos: Jesus. Que pregava o amor ao próximo, o bom senso, a tolerância, essa tão defendida por Voltaire (com seu “Tratado sobre a Tolerância”) e pelo próximo Chico (com tantas obras sobre o espiritismo em que pregava o amor ao próximo), entre tantos, e principalmente, a paz.


Quisera tivéssemos mais algum tempo com Chico, para podermos receber mais recomendações desse mensageiro de Deus. Muitos de nós, só entendemos o recado, quando da sua partida. Muitos outros, ainda nem entenderam o significado da sua mensagem. Aquele domingo foi muito feliz, mas no resumo de tudo, ele foi triste, por que perdemos, como humanos e terráqueos, uma pessoa fora de série. Chico dizia que seria em dia feliz, para justamente que não sentíssemos sua partida. Mesmo assim, sentimos. Mas o mundo espiritual ganhou um trabalhador assíduo, que não deve estar descansando nem um pouco, no seu propósito de nos fazer acreditar na importância do outro, da comunhão, da paz, do planeta...


...na importância de Deus.


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Referências:


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