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Paciência consigo e com o outro


Ana Dannelli da Costa Dias


A ciência da paz ou paciência, faz entendermos que ela é uma das maiores caridades. A realidade é que temos mais facilidade em doar o material do que ter a paz conosco e com o outro.


A paz em nós não é produto de circunstâncias exteriores, mas da tranquilidade nascida do dever cumprido e daquilo que ainda podemos alcançar. Quando desenvolvemos esta virtude entendemos que, ao perder o controle das emoções, a nossa essência se modifica e as características não são mais as mesmas. Tranquilidade desgastada adoece nossa saúde física e espiritual.


Conforme afirma Chico Xavier, a neurose tem origem na impaciência. Diz ele também que “um trauma emocional se comunica ao corpo. Talvez cerca de 60% a 80% nossas doenças são causadas pela intolerância, ofensas e a falta de perdão” (MONTEIRO, 2008, on-line).


Nunca foi fácil, mas precisamos parar de questionar as nossas dificuldades internas e modificar os pensamentos para um progresso de obediência, assim vivenciando as Leis Divinas. O aprendizado começa a partir do momento em que se aceita o agora, buscando a paciência no processo desta caminhada. Em Lucas 21:19, o Mestre fala que “é na paciência que ganhareis as vossas almas”, ou seja, a criatura impaciente, estará no labirinto da perturbação, perdendo a calma e o controle emocional (MONTEIRO, 2008, on-line).


Renovar é ter obediência em aceitar as mudanças para algo novo, sem revoltas e queixas. Todo processo em caminhos longos necessita de paciência e controle diante dos desafios existentes, pois não existe processo evolutivo sem a marca da dor. Forte somos quando entendemos que não estamos sós, pois Deus está dentro de nós. A obediência começa nos seus ensinamentos por meio da grande Lei Moral da Justiça, Amor e Caridade.


Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?

Sim, e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é à vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços (KARDEC, 2022, p. 325).


Ou seja, temos a inteligência para usar como autores da nossa vida, Deus permite, Ele é o caminho certo, mas precisamos ter o esforço de mudar, ter serenidade e promover soluções, sem ódio, irritações e lamúrias, buscando nosso processo evolutivo mental, sentimental, material e espiritual, a fim de viver um estado de perseverança e tranquilidade.


Diante de conflitos internos e externos, trazemos os julgamentos aos outros, e para exemplificar, citamos a história de um samurai:


Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar o zen budismo aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro – conhecido por sua total falta de escrúpulos – apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos – ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se. Desapontados pelo fato de que o mestre aceitara tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram:

“Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós? ”

“Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?” - perguntou o samurai. “A quem tentou entregá-lo”, respondeu um dos discípulos. “O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos”, disse o mestre. “Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo” (COELHO, 2014, on-line).


Aprendemos com essa história acima citada, que os nossos sentimentos se perdem diante dos problemas. O que não se consegue controlar, acaba nos prejudicando e ferindo por julgamentos aos outros. Então, com sabedoria, precisamos encontrar a nossa paz interior, assim nenhum reflexo externo pode nos atingir. O equilíbrio precisa ser trabalhado todos os dias.


Mas, como agir diante dos pequenos problemas que nos afetam todos os dias?


1- Compreensão: compreender o que está acontecendo e o porquê do outro agir daquela maneira.

2- O sentido da Realidade: não exagerar o que está acontecendo, apavorando-se. Julgar com serenidade para saber o que fazer.

3- O Agir: começa no diálogo, o exercício da paciência é fundamental para o bem-estar espiritual e os estados mentais como: a obediência e forças ativas. Assim chegar a encontrar a solução (Portal do Espírito, 2015, on-line).


“Aos outros dou o direito de ser como são. A mim, dou o dever de ser cada dia melhor”. (Chico Xavier). Permita-se ser a luz do caminho evolutivo de alguém, faça morada na vida do outro.


Bem-aventurados os pacíficos porque serão, chamados de filhos de Deus” (Mateus 5:5).


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Referências:


1- MONTEIRO, Gerson Simões. “Crônicas e Artigos” oconsolador.com.br/ Ano 2 – nº 86 – 14 de dezembro de 2008. Rio de Janeiro, RJ (Brasil). ED: EVOC.


2- KARDEC, Alan. O Livro dos Espíritos, tradução de Guillon Ribeiro. 2022. Campos dos Goytacazes/RJ: Editora Letra Espírita.


3- COELHO, Paulo. Artigo sobre os mestres e discípulos do Zen Budismo. 2014. http://www.tribunadonorte.com.br/


4- Escrito por Centro Espírita Celeiro de Luz, Portal do Espírito; 2015. http://espirito.org.br










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