Alânia - Resenha
Luana Oliveira
Alânia teve sua primeira edição lançada em março do presente ano. Atualmente já em sua segunda edição, a obra é editada e distribuída pela Editora Letra Espírita, escrita por Aureo Gonçalves, sendo esta sua primeira obra literária. Natural de São Paulo, Aureo já realizou diferentes atividades em diversas Casas Espíritas de sua região, como palestrante, médium passista, entre outras. Ele também divulga conteúdos repletos de ensinamentos sobre o Espiritismo em seu canal no Youtube, que, até a presente data, já conta com mais de 22 mil inscritos, o qual vale a pena conferir.
Tudo se inicia com uma breve descrição sobre Lukas, um jovem filósofo, detentor de uma mente brilhante carregada de ideias persuasivas, as quais foram consolidadas em suas obras literárias, disseminando suas convicções materialistas. Um jovem que não acreditava em Deus, e que, consequentemente, também não acreditava na eternidade do Espírito, o qual, após seu desencarne, foi encaminhado a uma ala específica de um hospital, localizado em Alânia. Lá, permaneceu em sono profundo, preso à sua certeza de que, após o desencarne, nada existia, mesmo tendo tido breve experiência do despertar após sua morte. Todavia, nada fez sentido, achando, por fim, que sua tentativa de fugir da realidade massacrante em que se encontrava havia falhado. Ele conta com o amor e dedicação de sua mãe Janel e de seu amigo Oton.
A obra é rica em ensinamentos que podem ser facilmente relacionados a diversas passagens das obras de Kardec. Desde os primeiros capítulos, Lukas nunca temeu a morte, pois não esperava nada após o fim da vida. Essa era a sua única crença, o que nos faz pensar no trecho da obra de Kardec, O céu e o Inferno, Capítulo VI, “Doutrina das penas eternas” item 17, dos argumentos a favor das penas eternas, o qual diz: “O temor das penas eternas é um freio; anulado este, o homem, por nada temer, entregar-se-ia a todos os excessos”.
Um trecho que também vale a pena mencionar é o seguinte: “Diariamente, Lukas passou a abrir mão de boa parte da pouca comida que recebia para que as crianças de seu grupo se alimentassem melhor”.
Não é difícil recordar-se também, ainda referente a mesma obra de Kardec, Capítulo VII, “As penas futuras segundo o Espiritismo”, Código penal da vida futura, item 08: “Sendo infinita a Justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha consequências fatais, como não há uma única ação meritória, um só bom movimento da alma que se perca, mesmo para os mais perversos, por isso que constituem tais ações um começo de progresso”. Foi exatamente isso que Lukas fez, mesmo com sua conduta ao longo da vida, no seu pior momento, conseguiu realizar um ato de bondade, o qual foi copiosamente executado por outros nas mesmas condições, tornando aquela atitude em algo imenso.
Alânia é um livro magnífico, com muitas informações e com uma brilhante riqueza de detalhes, os quais não irei revelar por meio dessa resenha. É uma obra cuja leitura de cada página vale a pena. Considero esse não apenas um livro para se ler e deixar na estante, e sim um livro que tem muito a oferecer até mesmo para estudos, possuindo base na doutrina, e mostrando claramente em todos os fatos descritos no decorrer da história questões importantíssimas a serem abordadas. Como exemplo, cito a questão mencionada no capítulo 7, que faz breve relato sobre a transição planetária, como cada ação gera uma reação, e aborda uma questão importante acerca dos vícios que impregnam o períspirito, ultrapassando as barreiras da carne. Enfim, são inúmeras as questões abordadas. Adquira essa incrível obra e conheça “Alânia”, essa importante colônia espiritual, dentre tantas outras.
REFERÊNCIAS
KARDEC, Allan. O Céu e o inferno. Tradução de Manoel Quintão. 61ª edição, 1ª impressão (edição histórica). Brasília: Editora FEB, 2013.
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