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Ciberbullying: Na vida real e virtual, a responsabilidade social é a mesma!


Helena Kolbe


Bullying” significa intimidação vexatória, constrangimento, abuso psicológico, verbal ou físico e “cyber”, refere-se ao que é virtual, logo, em resumo, “cyberbullying” significa constrangimento on-line. Antes de estudos para nomear o que conhecemos como “bullying”, usávamos os termos “zuar” ou “tirar sarro”, porém, os danos causados sempre foram os mesmos: Tristeza, baixa autoestima, depressão e podendo levar muitos ao suicídio.


Ainda hoje, há quem ache “frescura” usando frases como “sofri e não morri” ou “me tornei mais forte”, porém não podemos nivelar o mundo por nós.


Nos atentemos às datas de luta como o Dia da Consciência Negra e o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+. Sempre tem quem coloque em suas redes sociais frases com conteúdo que deslegitimam a luta e a dor de todo um grupo.


Antes da internet não tínhamos tantos conhecimentos de preconceitos e de agressões (verbais ou físicas), mas com a tecnologia parece que as pessoas se sentem protegidas atrás de suas telas, sejam de celular, tablet ou laptop e não se dão conta da proporção do mal que fazem, já que tudo é compartilhado sem muito critério, em questão de um clique, viralizando situações sem pensarem no prejuízo que isso causará na vida de outra pessoa.


Em 2021, um adolescente se suicidou após um vídeo postado viralizar. Era uma brincadeira num shopping, mas os comentários maldosos o “acusando” de ser homossexual foram cruéis, como se ser gay fosse algo ruim. Nada justifica tanto ataque, ele sendo ou não da comunidade LGBTQIAPN+.


Em 2016, circulou na internet, uma foto de uma mulher mexendo em seu celular enquanto seu bebê estava no chão do aeroporto, e com a foto, um texto falando como aquela mulher era uma mãe horrível. Foram tantos compartilhamentos que chegou até aquela mãe e ela teve que passar pelo constrangimento de explicar mundialmente o que tinha acontecido naquele momento. Em 2019 a foto voltou a circular. Com qual finalidade? Como se não bastasse o descaso da companhia aérea na época, as pessoas julgando e condenando, de repente, anos depois, essa mãe se viu exposta novamente!


Hoje, qualquer um faz uma live, um vídeo de qualquer circunstância sem a menor responsabilidade, compartilha em redes sociais, em aplicativos de conversas e isso tudo chega a alcances inimagináveis.


Perdemos a noção de respeito, de critério e da responsabilidade que temos enquanto sociedade. Nos esquecemos que a internet não é terra sem lei. E sim, temos responsabilidade, tanto quem produz o conteúdo inapropriado, quanto quem repassa. Não podemos alegar ignorância já que se compartilhamos pela internet, também podemos pesquisar sobre o assunto. Justamente numa pesquisa rápida já descobrimos se devemos ou não compartilhar. E se tiver dúvidas, não compartilhe.


Não deixemos a cegueira da raiva, tristeza e da vaidade tomar conta da nossa razão.


Se antigamente já afetávamos, com palavras e atitudes, pessoas ao nosso redor e isso se reflete ao longo dos anos na vida da pessoa que foi emocionalmente (ou até fisicamente) abalada, hoje ocorre o mesmo e pode ser crime, como injúria, calúnia, difamação, homofobia, racismo, dentre outros.


Precisamos entender a nossa responsabilidade enquanto sociedade e principalmente, enquanto Espíritos imortais, já que somos criaturas divinas e irmãos de uma grande Família Espiritual.


Seguindo essa linha de raciocínio, O Livro dos Espíritos, na parte terceira, capítulo XI, Lei da Justiça, Amor e Caridade nos fala claramente que o verdadeiro sentido da palavra caridade é “benevolência para todos, indulgência para as imperfeições dos outros e perdão das ofensas” (questão 886).


Isso quer dizer que devemos tratar o outro como gostaríamos de ser tratados, pois a caridade não é somente material, é também moral, e a indulgência é ser tolerante com os tropeços de outras pessoas. Como bem disse nosso querido Francisco Cândido Xavier “Não exija dos outros as qualidades que ainda não possuas”.


Ainda em O Livro dos Espíritos, na parte terceira, capítulo Vll, Lei da Sociedade, entendemos que não evoluímos sozinhos, precisamos uns dos outros, pois não somos completos e temos nossos defeitos. Quando nos lembramos da oração que Jesus nos ensinou, temos as seguintes frases: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.”


Refletindo sobre elas, vemos que nos convida a cuidar do próximo, a prestar atenção no nosso comportamento e deixa claro que erramos também, pois, se queremos que Deus nos perdoe, é porque sabemos que escorregamos, tropeçamos e caímos. Como pedir perdão se nossos olhos condenam? Na oração pede-se que Deus nos perdoe a medida em que perdoamos, então, como queremos ser perdoados se atacamos, mesmo que virtualmente? E justamente porque mesmo virtualmente os danos são, como dito no começo, incalculáveis!


Vamos compartilhar e viralizar o amor de Cristo, sejamos pacificadores, sejamos trabalhadores do bem e cuidemos da nossa grande Família Espiritual.


Tenhamos esse olhar e sigamos um dos maiores mandamentos: Amar o próximo como a si mesmo.


Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, o capítulo XII nos convida a pagar o mal com o bem, a amar o inimigo, a oferecer a outra face, o que significa isso? Significa quebrar um ciclo para que outro comece. Não se cura o mal fazendo um mal pior.


Comecemos a procurar entender o que acontece a nossa volta para tentar ajudar, tentar minimizar os danos e solucionar problemas. Cada tijolinho conta para a construção de uma casa. Que nós sejamos esse tijolinho e não a pedra que quebra a janela.


O que fazer diante de uma postagem que nos causa dor? Procurar um meio de resolução. A internet e a tecnologia são neutras, nós é que devemos fazer bom uso dela. Temos ótimos exemplos de páginas e perfis que reúnem pessoas interessadas em viralizar o amor, com ou sem religião, mas sabemos que para Deus o importante é o trabalho no bem e a mão estendida para levantar o irmão.


Por fim, fiquemos com a parábola do semeador. Jesus era o semeador, a semente suas palavras e cada solo representa a mente de quem ouve a mensagem. Sigamos esse exemplo e que só o amor, viralize.


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REFERÊNCIAS:

GERALDO, Nathália. O ódio viral que levou adolescente à morte: caso acende alerta sobre redes. Disponível em: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/08/06/jovem-se-suicidou-apos-odio-viral-no-tiktok-caso-acende-alerta-sobre-redes.htm. Acesso em: 18 de agosto de 2022.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 93ª edição. Brasília Editora FEB.2016.

___________. O Evangelho Segundo Espiritismo. 58ª edição. São Paulo. Editora Lake. 2002.

MARCELINO, Ueslei. Cyberbullying: O que é e como para-lo. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/cyberbullying-o-que-eh-e-como-para-lo#:~:text=O%20que%20%C3%A9%20cyberbullying%3F%20Cyberbullying%20%C3%A9%20o%20bullying,assustar%2C%20enfurecer%20ou%20envergonhar%20aqueles%20que%20s%C3%A3o%20v%C3%ADtimas.. Acesso em: 18 de agosto de 2022.

OLIVEIRA, Therezinha. Parábolas que Jesus contou e valem para sempre. Campinas. Editora Allan Kardec. 2017

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