Doação de Orgãos na Visão Espírita
Por: Fernanda Oliveira
“ Procurando o bem para os nossos semelhantes, encontramos o nosso. ” (Platão)
Não podemos mudar o mundo, mas podemos ajudar nas pequenas transformações. Não temos o poder de modificar os outros, mas podemos mudar a nós mesmos.
Quando observamos as barbaridades cometidas, os desastres ambientais e as tristes noticias diárias podemos achar que a humanidade não está evoluindo.
Pode parecer mentira, mas a humanidade está em evolução. Existem diversos exemplos no comportamento humano ao longo dos séculos.
Cada vez mais nossas leis, a tecnologia, a globalização, nosso senso moral e de solidariedade nos impede de vivermos como selvagens.
A ciência vem acompanhando esse avanço e já vivemos com a possibilidade da remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para transplante e tratamento. A doação de órgãos no Brasil é regulamentada por lei, respeita o consentimento do doador. A pessoa pode em vida transmitir a sua vontade a seus familiares: se deseja ser um doador ou não. Caso não o faça, é a família quem deve decidir sobre a doação de órgãos. Precisa haver a autorização expressa do receptor ou de seu representante legal, além do fato do órgão ser compatível.
A doação de órgãos é autorizada por instâncias superiores para minimizar a dor no ambiente terreno, uma vez que é um ato de amor ao próximo, é se doar para deixar um benefício em prol do outro, é uma atitude de desprendimento e fraternidade. Doação de órgãos é amor, é um ato de desapego da matéria, ceder algo sem querer nada em troca.
É a morte física gerando vida, dando alegria e esperança. No futuro a ciência vai evoluir muito mais e vai encontrar recursos superiores e já teremos transplantes de órgãos artificiais.
Todo o cuidado com o corpo deve ser preservado, temos a obrigação de zelar pelo nosso corpo que é um instrumento que oportuniza o crescimento moral, intelectual e espiritual, mas sem apego e vaidade, devemos procurar dar valor ao que realmente tem valor na vida.
A doação de órgãos não é contrária as Leis da Natureza, porque beneficia não somente aquele que recebe o transplante, como ao doador e as pessoas que trabalham com transplantes. É, na verdade, uma cadeia de amor, empatia e fraternidade. É um ato meritório de caridade.
A Doutrina Espírita é favorável a tudo que reforce o amor, a caridade, solidariedade, as relações empáticas e de auxilio ao próximo.
Esclarece Chico Xavier em entrevista à Folha Espírita no ano de 1982: “[...] dizem que assim como nós aproveitamos uma peça de roupa que não tem utilidade para determinado amigo, e esse amigo, considerando a nossa penúria material, nos cede essa peça de roupa, é muito natural, aos nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com segurança e proveito”.
A espiritualidade dispõe de recursos para auxiliar doador e receptor no momento dessa valiosa oportunidade de exercício de amor e caridade. Os espíritos envolvidos nesse ato recebem proteção espiritual, a medicina celeste está acima da medicina terrestre e estará atuando o tempo todo para o maior beneficio e sintonia. A Lei de Deus, além de justa, é eminentemente misericordiosa, representando o transplante de órgãos valiosa oportunidade dentre tantas outras colocadas à nossa disposição para o exercício da caridade.
“FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO” (Allan Kardec - “O Evangelho segundo o Espiritismo”, cap. 15, item 5), podemos compreender que o ato de doar um órgão mesmo em vida como sangue, rim, medula óssea, fígado, pulmão ... - ou mesmo após a morte física é a representação do sentimento de solidariedade e caridade pura e desinteressada que o Evangelho se refere e nos convida a por em prática.
Vamos caminhando procurando a importância de fazer o bem sempre em busca da nossa evolução e aprimoramento com pensamentos sempre elevados e muitas energias positivas.
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