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O Legado de Jesus sob um Olhar Espírita


Marisa Fonte


Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá.

Não se perturbe nem se intimide vosso coração.

(João, 14:27)


Os ensinamentos que Jesus nos deixou são atemporais e ainda hoje, pouco mais de 2000 anos da sua passagem pela Terra, tudo o que Ele ensinou ainda faz sentido para que a nossa vida possa fluir de maneira mais simples, sempre rumo à prática do bem. A fim de falar sobre o Mestre querido e o legado que Ele nos deixou, lembremo-nos das inúmeras lições do Evangelho Segundo o Espiritismo e pensemos em como alguns dos ensinamentos ali contidos podem ser aplicados continuamente às nossas vidas. Veremos que as lições continuam tão atuais como na época em que foram trazidas por Jesus.


Em um dos Seus muitos ensinamentos, Jesus nos chamou a atenção para o amor pelos nossos inimigos (Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 12). Amar aqueles que nos querem mal, naturalmente, não significa que tenhamos por eles o mesmo carinho que dispensamos àqueles que de fato amamos, pois isso seria falso quase que todo o tempo, uma vez que a maioria de nós não está ainda preparada para de fato amar aquele que nos prejudica. Aqui, pensemos que o amor é na verdade respeitar e desejar o bem, nunca o mal, e jamais ter desejos de vingança em relação a tais pessoas.


Pensemos na vida como uma grande escola, e em cada um de nós como um aluno que frequenta determinada série. É claro que aquele que tem mais conhecimento e o coloca em prática está mais apto a tomar certas atitudes do que outro que ainda está aprendendo as primeiras letras.


No capítulo 14, Jesus fala sobre honrar pai e mãe, o que também não significa que tenhamos que amar de fato os nossos pais, uma vez que as diversas encarnações nem sempre possibilitam que assim seja, pois pode ser que aqueles que nos deram a vida tenham sido nossos inimigos em outra encarnação, o que explica facilmente a aversão que muitas vezes filhos e pais sentem uns pelos outros. Porém, de uma coisa é necessário nos lembrarmos sempre: os pais possibilitaram que estivéssemos aqui vivendo a atual encarnação. Por isso, independentemente de afinidade ou de amor, o mais importante é que tenhamos respeito por eles e que sejamos gratos por haverem nos proporcionado essa oportunidade.


Sempre convido os filhos, mesmo adotivos, a serem gratos aos pais biológicos que lhes proporcionaram essa chance, uma vez que sem o veículo carnal não podemos viver aqui na Terra como encarnados. Por vezes, os pais biológicos são apenas instrumentos para que possamos nascer aqui, e sermos depois adotados ou cuidados por pessoas que estejam dispostas a fazê-lo.


Quando Jesus disse aos apóstolos que eles poderiam operar milagres, (capítulo 19), deixou o ensinamento de que a nossa fé pode transpor obstáculos que muitas vezes parecem intransponíveis. A fé nos sustenta nos momentos em que tudo parece perdido e a nossa esperança parece não fazer mais sentido. Naturalmente não poderemos ressuscitar os mortos, mas podemos encontrar na fé e na certeza da continuidade da vida as forças necessárias para superar esse momento de despedida momentânea. E assim ocorre em relação a todos os desafios que enfrentamos diariamente. A fé nos fortalece em dias de tristeza e em dias nos quais as nossas forças parecem nos deixar, pois ela sempre acena para nós com novas possibilidades.


O capítulo 11 fala sobre amar o próximo como a si mesmo. Isso é interessantíssimo, pois Jesus deixa claro aqui como é importante nós nos amarmos. E isso faz todo o sentido, uma vez que cada um só pode dar o que tem. Ora, se eu amo o próximo e não me amo, esse amor fica um pouco fora de contexto, pois eu quero oferecer ao outro algo que não possuo. Amar o próximo como a si mesmo: eu me amo, aprendo o que é o amor, e aí posso distribuir esse amor, pois a fonte de amor é inesgotável. Muitos dos nossos males, como a baixa autoestima e complexos dos mais variados tipos, residem na falta de autoamor.


Jesus na sua doçura nos ensinou que não é necessário nos preocuparmos em demasia. Nós achamos que preocupação é sinônimo de responsabilidade, mas não é. Precisamos sim nos ocupar das coisas a fim de obtermos resultados, mas sem preocupação, pois preocupar-nos causa ansiedade e faz com que fiquemos o tempo todo nos cobrando por tudo, exigindo de nós uma porção de coisas que acabam colocando sobre nós uma pressão desnecessária. Então, lembremo-nos das palavras de Jesus quando

Ele diz, “Observai como crescem os lírios do campo; eles não trabalham, nem fiam; e, entretanto, eu vos declaro que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, nunca se vestiu como um deles”. É claro que isso não é um convite à preguiça nem à acomodação, mas sim a certeza do amparo e do suporte que temos do invisível. Por certo precisamos fazer a nossa parte, pois sem o trabalho ficaríamos com o corpo e a mente atrofiados, e isso está embasado na Lei do Trabalho e na Lei do Progresso, e é deixado muito claro no capítulo 25, Buscai e Achareis, mais especificamente nas palavras, “Ajuda-te e o Céu te ajudará”.


Jesus nos convida à oração, quando diz Pedi e Obtereis (capítulo 27). Nós todos temos o direito de pedir, mas precisamos também nos lembrar de agradecer e de glorificar. Podemos – e devemos – vibrar pelo nosso planeta, pelos nossos semelhantes, e por todos os seres que habitam a Terra e o Universo, uma vez que de um modo ou de outro estamos todos interligados, sendo filhos do mesmo Pai. Muitos pedem e se revoltam ou se decepcionam ao não conseguirem o que pediram, mas muitas vezes, lá adiante, entendem que foi melhor não terem conseguido aquilo que pediram.


Resumindo, temos o nosso livre arbítrio e recebemos a oportunidade de uma nova encarnação para exercitá-lo. É preciso que tenhamos humildade de reconhecer os nossos limites e de termos boa vontade para viver uma vida que valha a pena, e, uma vez que a fila dos que desejam reencarnar é bem grande, façamos dessa vida algo que justifique termos tido a vez de estarmos aqui neste momento.


Que o maravilhoso legado que o Mestre nos deixou seja a bússola a nos guiar nos tempos de grandes desafios e também de grandes alegrias. Que aprendamos a amar, a compartilhar e a espalharmos o que tivermos de melhor, pois embora não possamos consertar o mundo, podemos fazer a diferença no mundo através dos nossos pensamentos, palavras e atos. Que esses venham sempre carregados de amor e com uma pequena faísca da luz de Jesus, e já estaremos contribuindo para que a Terra alcance mais rapidamente a sua nova condição de planeta mais feliz e de regeneração.


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