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O Papel do Espiritismo na Promoção do Voluntariado e da Solidariedade

Janaína Magalhães


A prática do voluntariado é sem dúvida uma escolha nobre daqueles que querem se aprimorar e auxiliar pensando em benefício do outro e não apenas em si mesmo. É uma iniciativa que deve ser tomada como o próprio nome diz de forma gratuita, espontânea, voluntária, sem que se torne uma obrigação. É claro que para prestar esse tipo de serviço, em qualquer ramo, deve haver a observância de princípios básicos como o compromisso com o trabalho assumido, doando tempo e disposição em prol do bem-estar público.

 

“A vida social dos homens inicia-se na família e se estende à sociedade como um todo. As atividades sociais fazem parte da própria vida. E as atividades realizadas na Casa Espírita oportunizam a convivência em grupo, desenvolvendo e aprimorando a empatia e o amor ao próximo. Deus não inspira os homens apenas para a contemplação. Tanto a Ciência como o conhecimento cada vez mais sistemático acerca da espiritualidade contribuem para a autovalorização do indivíduo na sua capacidade de compreender a preciosidade de suas inúmeras existências em que Deus as distribui e multiplica pela luz do amor. Deus fez o homem para viver em sociedade; esta é, pois, uma lei imutável, capaz de assegurar o nosso equilíbrio na vida e para a vida” (TRINDADE, 2021, on-line).

 

Assim sendo, as Casas Espíritas também dispõem de atividades voltadas para a assistência social e que são realizadas por voluntários, muitas vezes frequentadores e pessoas de boa vontade, que se entregam de corpo e alma a essas tarefas com o objetivo maior de autoconhecimento e autoaprimoramento espiritual. Para realizarem essas tarefas, as Casas Espíritas oferecem cursos como o ESDE (Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita), estudos de iniciação mediúnica, cursos de passes, de evangelizadores espíritas para crianças e jovens, dentre outros, que promovem o conhecimento desde o nível mais básico até o mais complexo, com o intuito de capacitar os trabalhadores a auxiliarem em tarefas que exigem o saber espírita de modo mais efetivo.

 

Importante salientar, que antes de qualquer coisa, para ser um bom voluntário espírita é necessário amor e boa vontade. Paulo já nos conclamava conforme podemos ler em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 15 “Fora da caridade não há salvação” a exercermos a caridade: “Ainda quando eu falasse todas as línguas dos anjos e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e o címbalo que retine (...) Dentre essas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade” (KARDEC, 2023, 191). Dessa forma, Paulo coloca a caridade acima da própria fé e podemos entender que qualquer um pode exercê-la, pobres, ricos, sábios, ignorantes, independentemente de qualquer tipo de crença.


Assim é que, conforme Jesus nos ensinou no Evangelho e que podemos citar como exemplo a parábola do Bom Samaritano, o que exerceu da caridade para com o homem caído na estrada foi justamente aquele que exerceu o amor acima de qualquer convenção social ou preconceito. Não basta apenas a fé, pois fé sem amor não produz a caridade, é apenas cega e muitas vezes fanática sendo mesmo prejudicial a quem a exerce.

 

Daí a relevância do Espiritismo que é exemplo de fé raciocinada, ou seja, baseada na razão e tem como seus três pilares: ciência, filosofia e religião. Kardec aponta que caso a ciência provar que o Espiritismo esteja errado em algum ponto devemos ficar com a ciência, mostrando a importância da comprovação da veracidade dos fatos. Se nós lermos os cinco livros da Codificação Espírita poderemos verificar que todas as questões levantadas por Kardec e respondidas pelos Espíritos são baseadas na razão e descortinam um véu sobre a realidade espiritual tanto negada por outras religiões e em outras épocas e que agora podem ser debatidas e certificadas como lógicas e coerentes.

 

Jesus demonstrou em toda a sua existência a importância do trabalho quebrando inclusive paradigmas da época, como trabalhar aos sábados por exemplo, deixando transparecer inclusive em sua fala no evangelho de João 5:17 “Meu pai trabalha até agora, e eu trabalho também”. Sempre, desde a juventude, auxiliando o pai José na carpintaria e depois nas suas andanças curando e pregando aos mais necessitados, Jesus é o exemplo vivo da doação voluntária de seu tempo amando e acolhendo os rejeitados e excluídos da sociedade da época. Sem exigir nada, sem preconceito ou julgamentos, pedindo apenas que os curados fizessem a reforma íntima e não pecassem mais, Ele deve ser nosso guia e modelo em todas as oportunidades de servir.

 

Referência:

 

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, tradução de Guillon Ribeiro. Campos dos Goytacazes/RJ: Editora Letra Espírita. 2023.

 

TRINDADE, Kelen. Voluntariado: a prática do amor incondicional. Disponível em: https://scee.org.br/voluntariado-a-pratica-do-amor-incondicional/. Acesso em 16 de outubro de 2024.


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