DROGAS SOB O OLHAR ESPÍRITA
Caio Cezar de Andrade Rodrigues
‘’ Quem sustenta o vício, encarcera-se nele’’ (Espírito André Luiz, 1948)
Drogas são substâncias que promovem alterações no funcionamento natural ou comum do organismo quando utilizadas. E isso, desde as civilizações mais antigas, a torna eficiente veículo terapêutico, como também grave chaga social desencadeada pelo seu uso recreativo.
Segundo o UNODC (2019), que é o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, 35 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de transtornos por uso de drogas, enquanto apenas uma em cada sete pessoas recebe tratamento.
Dados alarmantes numa sociedade cada vez mais dispersa à valores primordiais a existência, como o afeto. Que só é capaz de existir onde há relacionamento. Algo que a todo instante é substituído por um novo método de distanciamento social de última geração. O que torna a população vítima de doenças como a ansiedade e a depressão. E ocasiona refúgios errôneos como os entorpecentes para lidarem com a sensação da solidão ou mesmo da frustração. Valendo a lembrança, de que também vivemos tempos onde o estresse do dia a dia nos impulsiona a sermos cada vez mais imediatistas e saltemos etapas primordiais para uma vida saudável, um relacionamento saudável, e o que talvez seja apontado como o maior responsável pela fatia mais abundante de usuários: o desempenho ideal da paternidade e da maternidade.
Mas o que Doutrina Espírita nos diz sobre isso? A princípio podemos levar em conta a lei da causa e efeito. O que nos leva a crer que cuidar do corpo e do espírito são obrigações conjuntas. Como podemos encontrar em Livro Codificador como o Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu Capítulo XVII. Afinal a degradação promovida através do uso de drogas, não promove efeitos somente na matéria, mas até mesmo pode nos acompanhar no além vida, gerando sequelas que podem nos perseguir para próximas encarnações. Uma vez que o perispírito leva todas as impressões a que a matéria é submetida.
Apesar dos efeitos psicóticos causados pelo uso das drogas serem evidentes no corpo, na nossa camada espiritual ainda são pouco conhecidos. Existindo algumas citações que nos sugerem atenção. Como na revista Reformador (outubro de 1997), da FEB, que expõe o rompimento da tela protetora da aura, que age como defesa espiritual (segundo André Luiz em Missionários da Luz, capítulo 17), dessa forma se formam buracos que permitem a entrada de vibrações negativas. Há também relatos como no clássico romance espírita de Zíbia Gasparetto pelo Espírito Lucius, ‘’Tudo tem o seu preço’’, em que há menção sobre efeitos no perispírito que impediam a investida de obsessores durante uso de calmantes. O fato é: conhecidos ou desconhecidos devem ser temidos. E a melhor arma que a humanidade possui para enfrentarmos a toxicomania é a prevenção.
Todos nós já nos deparamos com campanhas publicitárias e palestras de conscientização. Mas se todos esses efeitos degradantes são notórios e de nosso conhecimento, por que ainda fracassamos com nossos jovens?
A melhor análise que podemos fazer sobre isso é que talvez estejamos submetidos somente ao esforço externo. Quando a verdadeira fórmula do sucesso é o esforço interno. Aquele oriundo do lar e ressalta a importância da missão divina transmitida aos pais.
Exemplos dignificantes no lar e educação moral são dois pontos chave para essa prevenção. Sejam à luz do Evangelho enaltecendo valores espirituais ou mesmo num lar onde a crença ainda é questão de tempo. Afinal não é necessária uma religião ou uma crença em Deus para sermos pilares de sustentação para uma sociedade saudável.
Referências:
ANDRÉ LUIZ. Agenda Cristã, psicografia de Francisco C. Xavier, Capítulo 36; Editora FEB (Federação Espírita Brasileira), 1948. 160 p.
UNODC. Relatório Mundial Sobre Drogas. <https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/frontpage/2019/06/relatrio-mundial-sobre-drogas-2019_-35-milhes-de-pessoas-em-todo-o-mundo-sofrem-de-transtornos-por-uso-de-drogas--enquanto-apenas-1-em-cada-7-pessoas-recebe-tratamento.html#:~:text=Em%202017%2C%20estima%2Dse%20que,30%25%20na%20compara%C3%A7%C3%A3o%20com%202009.> Acesso em 05/06/2020
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