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“E SE FOSSE JESUS NO MEU LUGAR?”


Jaina Costa

Esse deve ser nosso questionamento constante pra errar menos.


Normalmente é uma prática que sugiro nas palestras da semana natalina, quando me convidam pra falar na casa espírita:


Questionemos no momento de nossa ceia:


“Jesus se sentaria a meu lado?


Ficaria à vontade?


Seria feliz com a festa, já que é o aniversariante?”

E vai por aí a fora.


Mas essa deve ser uma prática constante na nossa rotina diária; já que somos cristãos, temos que agir em conformidade com a Doutrina Cristã.


Começar logo ao amanhecer nos perguntando:


"Senhor, Você me trouxe de volta após essa noite de sono, que queres de mim pra o dia de hoje?” – ouvir as respostas que vibram em nossa consciência cristã e buscar seguir os rumos que ela nos dita.


Não é fácil ser cristão na íntegra, num mundo onde a concorrência busca os primeiros lugares a qualquer custo, a ganância tem vencido de braçada a solidariedade e o medo tem vencido a fé.


Como espíritas cristãos que somos, fomos agraciados com o conhecimento de que tudo é temporário; só o que permanece são as nossas conquistas espirituais.


Fomos esclarecidos de que estamos hoje colhendo nossa semeadura de ontem, e se caso nossa colheita não nos é muito simpática, nos resta a solução de mudar hoje a semeadura do que iremos fatalmente colher amanhã – sempre é tempo de mudar nosso plantio.


Por outro lado, a asa da razão nos chama ao raciocínio – como ser desprendido? como ser justo na partilha do pão? – tem pessoas passando fome na África... e na minha mesa sobra pão...


Kardec nos deu a direção pra entender a Lei de causa e efeito que no Oriente dá o resultado chamado de Karma - aqui temos muitas vezes a tendência de nos acomodarmos com a dor alheia, explicando pra nós mesmos que o outro sofre porque está resgatando débitos...


E nos esquecemos de que muitas vezes, o karma de alguém tendo sido esgotado, cabe a nós a oportunidade de resgatar da penúria aquele que pagou seus débitos; em síntese, somos premiados com a chance de estender a mão a alguém que vem de uma dívida paga e espera tão somente a nova chance de reerguer.


Ao nos condoer da dor alheia lembremos o que recomenda São Vicente de Paulo, ao comentar a questão 888 de O Livro dos Espíritos:


“Deve-se distinguir a esmola, propriamente dita, da beneficência. Nem sempre o mais necessitado é o que pede. O temor de uma humilhação detém o verdadeiro pobre, que muita vez sofre sem se queixar. A esse é que o homem verdadeiramente humano sabe ir procurar, sem ostentação. “Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, lei divina, mediante a qual governa Deus os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados. A atração é a lei de amor para a matéria inorgânica. “Não esqueçais nunca que o Espírito, qualquer que sejam o grau de seu adiantamento, sua situação como reencarnado, ou na erraticidade, está sempre colocado entre um superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior, para com o qual tem que cumprir esses mesmos deveres. Sede, pois, caridosos, praticando, não só a caridade que vos faz dar friamente o óbolo que tirais do bolso ao que vo-lo ousa pedir, mas a que vos leve ao encontro das misérias ocultas.

Sede indulgentes com os defeitos dos vossos semelhantes. Em vez de votardes desprezo à ignorância e ao vício, instruí os ignorantes e moralizai os viciados. Sede brandos e benevolentes para com tudo o que vos seja inferior. Sede-o para com os seres mais ínfimos da criação e tereis obedecido à lei de Deus.”



SÃO VICENTE DE PAULO


E o que nos diz Lacordaire em: O Evangelho Segundo o Espiritismo, no Capítulo VII, item 11:



“Ó rico! Enquanto dormes sob dourados tetos, ao abrigo do frio, ignoras que jazem sobre a palha milhares de irmãos teus, que valem tanto quanto tu? Não é teu igual o infeliz que passa fome? Ao ouvires isso, bem o sei, revolta--se o teu orgulho. Concordarás em dar-lhe uma esmola, mas em lhe apertar fraternalmente a mão, nunca. “Pois quê! dirás, eu, de sangue nobre, grande da Terra, igual a este miserável coberto de andrajos! Vã utopia de pseudofilósofos! Se fôssemos iguais, por que o teria Deus colocado tão baixo e a mim tão alto?” É exato que as vossas vestes não se assemelham; mas, despi-vos ambos: que diferença haverá entre vós? A nobreza do sangue, dirás; a química, porém, ainda nenhuma diferença descobriu entre o sangue de um grão-senhor e o de um plebeu; entre o do senhor e o do escravo. Quem te garante que também tu já não tenhas sido miserável e desgraçado como ele? Que também não hajas pedido esmola? Que não a pedirás um dia a

esse mesmo a quem hoje desprezas?


É de se refletir, porém sobre o que nos cabe em relação por exemplo à fome na África, e em outros locais;


Raciocinemos:

- Deus é justo – não permite que o inocente seja punido pelo crime que não praticou – logo há uma razão quer seja pelo karma individual ou coletivo dos africanos;


E eu? enquanto cristão? o que me cabe? deixo o karma esgotar simplesmente? e se o raio da influência de minha vida chega a estender até a África? ...Preciso estar sempre com os canais da percepção alertas e abertos pra não deixar passar por mim a oportunidade de servir seja em que local seja; se nesse momento, sinto com a sinceridade da minha alma que nada posso fazer em relação aos famintos distantes de mim, que eu esteja sempre à disposição do Mestre quando Ele na sua infinita misericórdia coloca à minha volta irmãos necessitados, quer do pão do corpo, quer do pão do espírito, pra que eu possa com discernimento distribuir o que me foi concedido pela misericórdia divina.


Muitas vezes ao nosso lado caminha alguém que tão só necessita de um ouvido pra, com paciência escutar suas lamúrias, filhas de uma dor surda, que ele não sabe onde descartar... há que nesses momentos nos preparemos pra nos perguntar: “Como ouviria Jesus esse queixume que essa criatura derrama aos meus ouvidos?”


Nessas horas, se nos aventurarmos sem a bagagem evangélica necessária, que nos direciona a ouvir sem julgamento; sem a aceitação que nos iguala a todos; e sem principalmente ter aprendido a servir e seguir em frente confiando na justiça divina, sabendo que somos só e somente só, uma desculpa no caminho daquele que nos vê como arrimo, tábua de salvação ou simplesmente caminheiro de jornada que, por um instante serve de Cireneu, pra auxiliá-lo a carregar sua cruz, podemos nos emaranhar em seus cipoais e cairmos juntos; lembremos o que nos concita o Mestre, em Mateus 15:14: “Deixai-os; são cegos condutores de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.” - é preciso portanto que nos preparemos pra ser esse Cireneu que ocasionalmente pode ser o auxílio do que sofre e não vê saída pra suas dores.

REFERÊNCIAS


KARDEC, Allan; O Livro dos Espíritos: 66ª Ed. Brasília DF - FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA DEPARTAMENTO


EDITORIAL – Av. L - 2 Q.603 – Conjunto F – CEP 70830-030 - 1987 – Brasil. 494 Pg.



BÍBLIA, N. T. Mateus, 15;14; In BÍBLIA. Sagrada Bíblia Católica: 20ª IMPRESSÃO. Tradução: João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro RJ: Imprensa Bíblica Brasileira, 1969.


KARDEC, Allan; Evangelho Segundo o Espiritismo: 109ª Ed. Brasília DF - FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA DEPARTAMENTO EDITORIAL – Av. L - 2 Q.603 – Conjunto F – CEP 70830-030 - 1994 – Brasil. 435 Pg.


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