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Toda Morte por Acidente Já é uma Programação?


Cecília Alves


Seja um acidente de carro ou moto, afogamento, atropelamento, bala perdida, etc, todos nós conhecemos ou já ouvimos falar de alguém que morreu por acidente, uma situação aparentemente inesperada que pegou familiares e amigos de surpresa enchendo muitos corações de dor.


Quantas vezes nos perguntamos qual o sentido daquilo? Por que uma vida ser levada de uma hora para outra? Onde estaria Deus?


São muitas as perguntas aparentemente sem resposta, entretanto, o tempo e o conhecimento nos auxiliam nessa busca de entendimento e de alívio para os nossos sofrimentos. Não pretendendo aqui, entretanto, esgotar toda a temática, visto que o tema propriamente dito encontra muitas possibilidades, como poderá ser notado a seguir.


Via de regra, ao reencarnamos, traçamos com o auxílio da espiritualidade o nosso planejamento reencarnatório. Este é uma espécie de programa de nossas principais ações / atividades pelas quais passaremos enquanto encarnados. A este respeito Evelyn Freire de Carvalho nos ensina que o planejamento reencarnatório possui como objetivo fornecer aos homens uma encarnação mais adequada ao seu desenvolvimento evolutivo, especialmente no tocante as provas e expiações pelas quais passará no plano terreno, ou seja, no tocante aos principais desafios que o indivíduo enfrentará enquanto encarnado.


Entretanto, como nos ensina O Livro dos Espíritos em sua questão 259 nem tudo o que passamos enquanto encarnados foi previsto ou escolhido antes de nascermos.


Questão 259 de O Livro dos Espíritos:


Do fato de pertencer ao Espírito a escolha do gênero de provas que deva sofrer, seguir-se-á que todas as tribulações que experimentamos na vida nós as previmos e buscamos?


“Todas, não, pois ninguém pode dizer que haveis previsto e buscado tudo o que vos sucede no mundo, até as mínimas coisas. Escolhestes apenas o gênero das provações. As particularidades correm por conta da posição em que vos achais; são, muitas vezes, consequências das vossas próprias ações. [...]”


Do exposto podemos compreender que muito embora exista sim, um planejamento reencarnatório realizado antes de nascermos, este pode ser alterado através das nossas escolhas, que é o comumente chamamos de libre arbítrio.


Deste modo, existem situações pelas quais passamos na vida que já estavam previstas antes de nascermos e outras foram modificadas ou provocadas pelas nossas próprias escolhas.


A respeito do tema vejamos ainda o que nos ensina O Livro dos Espíritos na questão 859.


Questão 859 a) Haverá fatos que forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não

Possam conjurar, embora o queiram?


Há, mas que tu viste e pressentiste quando, no estado de Espirito, fizeste a tua escolha. Não creias, entretanto, que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer. Um acontecimento qualquer pode ser a consequência de um ato que praticaste por tua livre vontade, de tal sorte que, se não o houvesses praticado, o acontecimento não se teria dado. Imagina que queimas o dedo. Isso nada mais e senão resultado da tua imprudência e efeito da matéria. Só as grandes dores, os fatos importantes e capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são uteis a tua depuração e a tua instrução.


Do até então exposto podemos compreender que nem todos os acontecimentos de nossas vidas estão planejados, muitos deles ocorrendo através das nossas escolhas, e aqui enquadramos também algumas mortes por acidente, visto que em algumas situações somos nós mesmos que provocamos este acidente ainda que de forma indireta, por uma má escolha ou falta de cuidado.


No que se refere aos acidentes provocados por nossa própria conduta de negligência, imprudência ou omissão podemos falar aqui que pode ocorrer o suicídio de forma indireta, isto por que muitos de nós ainda acreditamos que apenas comete o suicídio aquele que ingere veneno, ou comete outro ato no intuito de tirar sua própria vida de forma consciente.


Entretanto, há más escolhas que podem provocar este suicídio ainda que de forma indireta como citado acima, e a este respeito que nos reportaremos a seguir.


Amanda Teixeira nos ensina que o suicídio não ocorre unicamente quando o homem tira a própria vida em um ato de desespero (chamado suicídio consciente), indo muito além. Quando cometemos ao longo da encarnação ações que violem o corpo de modo a levar a morte ou a doenças que a ela provoquem estamos diante de uma forma de suicídio, visto que há um encurtamento da vida (suicídio inconsciente).


No suicídio inconsciente cometemos hábitos que danificam o corpo e ou a mente durante a reencarnação.


Deste modo, aquele que se embriaga e depois dirige, por exemplo, e morre devido ao acidente pode estar cometendo um suicídio inconsciente, visto que muitas vezes o seu desencarne não estava previsto naquele momento.


Observemos que aqui é destacada a palavra “pode”, visto que não estamos aqui batendo o martelo a este respeito, como não conhecemos o planejamento reencarnatório de cada um, e não nos cabe, portanto, julgar as ações ou omissões dos indivíduos.


Cabe a nós, entretanto, esclarecer que não devemos abreviar a nossa própria existência, seja de forma consciente ou inconsciente, visto que cabe apenas a Deus retirar aquilo que ele nos deu, a vida.


Deste modo, devemos tomar todo o cuidado com o nosso corpo físico e com a nossa mente, promovendo sempre que nos for possível atitudes e hábitos positivos que objetivem preservar a nossa vida terrena, de modo que ao partimos seja por acidente ou por doença o seja por ter chegado o momento da nossa morte física.


Mas que estejamos certos, independente da forma de nossa morte a vida continua, pois há vida após a morte do corpo físico, visto que somos seres espirituais que estamos aqui habitando um corpo carnal para melhor cumprirmos o nosso objetivo de evolução.


Para aqueles que perderam seus entes queridos seja por acidente ou qualquer outra forma deixamos o nosso abraço de conforto e o nosso carinho. E é o que aqueles que faleceram antes de nós também necessitam. Lembremo-nos deles com amor, com orações.


Sabemos que as lágrimas muitas vezes inundam os nossos rostos, e é mesmo dolorosa a ideia de perder a quem amamos. Mas lembrem-se meus queridos, a separação é apenas temporária, visto que a vida continua e que no momento determinado por Deus nos reencontraremos, entretanto, não nos cabe enquanto seres humanos determinar este dia, visto que apenas Deus e a espiritualidade sabem o dia da partida de cada um de nós.


REFERÊNCIAS


Carvalho, Evelyn Freire A Imortalidade da Alma - Série Conhecendo o Espiritismo Editora Letra Espirita – Campos dos Goytacazes – RJ 2020

Kardec, Allan O Livro dos Espíritos Editora Federação Espírita Brasileira (FEB) 93º Edição – Brasília - DF

Teixeira Amanda, Suicídio Consciente e Inconsciente em Revista Letra Espírita Ano 03 nº36 Editora Letra Espírita – Campos dos Goytacazes – RJ 2021


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